Os candidatos do presidente Jair Bolsonaro nas disputas à presidência do Senado e da Câmara defenderam nesta quinta-feira (21) a prorrogação do auxílio emergencial em 2021. As falas sugerem que o discurso de rigor fiscal do ministro da Economia, Paulo Guedes, terá dificuldades para ser implementado no novo ano mesmo caso o governo vença a disputa nas duas casas do Congresso.
No Senado, Rodrigo Pacheco (DEM/MG) afirmou que pretende buscar a equipe econômica do governo para dialogar e argumentou que a regrado teto de gastos não pode ignorar o momento excepcional provocado pela pandemia da Covid-19.
“Os problemas que tivemos em 2020 continuamos a tê-los em 2021, especialmente em relação a pessoas atingidas pela desocupação, desemprego e vulnerabilidade social”, disse o senador, que mencionou que os recursos poderiam ser distribuídos via manutenção do auxílio ou incremento do Bolsa Família.
O senador ainda afirmou não ser contra a recriação da CPMF, mas disse que algo assim só seria viável se compensado com a desoneração de outros tributos.
Em São Paulo, o deputado Arthur Lira (PP/AL) defendeu a implantação de um programa de auxílio permanente que seja responsável e dentro do teto de gastos. Sem dizer como fechar a conta, Lira frisou que o debate sobre o tema só deve ocorrer no Congresso daqui a dois ou três meses, após o parlamento aprovar o orçamento de 2021 e a PEC Emergencial. Ele prevê que a ajuda custe entre R$ 20 bilhões e R$ 50 bilhões.
Hoje, o presidente Bolsonaro afirmou que o governo federal gastou aproximadamente R$ 700 bilhões para combater a pandemia.
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Com incertezas na relação com EUA após posse de Biden, Bolsonaro promete reapresentar MP da regularização fundiária e diz que “fogo pega no mundo todo”
Em live realizada na noite desta quinta-feira, Bolsonaro anunciou que seu governo vai reapresentar em fevereiro a MP da regularização fundiária. O texto, retirado da pauta da Câmara no ano passado sob críticas até de ruralistas por ser muito permissivo com grileiros, é tratado hoje na Casa como PL 2633/2020.
A matéria marcou um ponto de atrito na relação do governo com o presidente da Câmara, que viu um desgaste desnecessário para o Parlamento na votação da proposta. Pouco depois, Maia definiu que a Câmara definiria uma série de pautas prioritárias na área ambiental. As propostas, porém, não chegaram a ser votadas com o agravamento da pandemia e o boicote do Centrão às votações.
Questionado por pergunta da plateia sobre a relação com os Estados Unidos na área ambiental, com a posse do novo presidente norte-americano, Joe Biden, Bolsonaro afirmou que “fogo pega no mundo todo”. Biden é crítico da conduta do governo brasileiro frente ao aumento de queimadas na Amazônia e já afirmou que pode impor sanções econômicas para pressionar o país.
Após zerar alíquotas sobre pneus, presidente pede que caminhoneiros pressionem governadores
Na transmissão, Bolsonaro também citou que o governo zerou nesta quarta a alíquota de importação sobre pneus para caminhões. A medida é uma aceno à categoria, que promete paralisação no dia 1º de fevereiro. O barateamento do preço dos pneus é o segundo ponto de uma lista de demandas dos caminhoneiros, atrás apenas da redução do preço do diesel.
O presidente também pediu que os motoristas pressionem governadores a reduzir a cobrança de ICMS sobre os pneus. A fala ocorre justamente quando o governo é pressionado por governadores a atuar mais fortemente para garantir vacinas contra a Covid-19.
Ao lado ministro das Relações Exteriores, o presidente rebateu as críticas à falta de diálogo do governo com os dois principais produtores de insumos para as vacinas contra a Convid-19, Índia e China. Segundo ele, o governo está dialogando com os países e as dificuldades no embarque dos produtos é provocada por problemas burocráticos, não políticos.
A fala repete o que foi dito pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ). Na quarta, Maia ganhou protagonismo no tema ao realizar reunião com o embaixador chinês no Brasil.
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