Novos negócios

Marco legal para o carbono é oportunidade para 44% dos industriais, diz CNI

Quase metade dos empresários enxerga o mercado regulado de carbono como oportunidade de inovação e de negócios; CNI aponta demanda por crédito verde

Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI, participa do painel "Pré-COP29 — O papel da Indústria na Agenda do Clima", em 3 de outubro de 2024 (Foto Mário Castello/CNI)
Roberto Muniz, diretor de Relações Institucionais da CNI, participa do painel "O papel da Indústria na Agenda do Clima" (Foto Mário Castello/CNI)

O mercado de carbono é visto como oportunidade de negócios, segundo a pesquisa Sustentabilidade e Indústria, divulgada na segunda-feira (7/7) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com o levantamento, 44% dos industriais dizem enxergar o novo marco legal do mercado regulado de carbono como uma oportunidade de negócio e inovação.

A pesquisa também revela que 66% das indústrias têm interesse em linhas de financiamento para investir em ações sustentáveis. Esse índice é maior na amostra das regiões Norte/Centro-Oeste, com 85%, seguido pelas regiões Nordeste (77%) e Sul (65%).

Aprovado no final de 2024, o marco legal é uma importante medida para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A entidade lembra que o próximo passo é o Plano de Implementação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), de responsabilidade do governo federal.

O Brasil assumiu compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa de 59% a 67%, em 2035, e atingir a neutralidade climática em 2050.

“O interesse da indústria pela sustentabilidade e aumento da competitividade, mesmo diante de desafios como o aumento de custos, mostra a disposição do setor em avançar nessa agenda”, diz o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz.

“Esses dados reforçam nosso otimismo com o potencial de promover investimentos e bons negócios sustentáveis.”

Motivação

O levantamento aponta ainda que, entre as motivações para o investimento em sustentabilidade, a redução de custos segue, pelo terceiro ano consecutivo, apontada como o principal fator (32%).

Em segundo lugar, está a preocupação com o uso sustentável dos recursos naturais (31%). Em seguida, o levantamento aponta a necessidade de atendimento às demandas regulatórias (30%).

A pesquisa foi realizada pela Nexus, entre os dias 15 de maio e 17 de junho. Foram ouvidos representantes de mil empresas industriais de pequeno, médio e grande portes em todo o país.

Por Sandra Manfrini. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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