LYON (FR) — Para o CEO da Norsk Hydro, Anderson Baranov, a aprovação do atual texto da Medida Provisória 1300/2025, a reforma do setor elétrico, pode encarecer o custo da energia para a indústria, com efeitos sobre a competitividade do setor e a geração de empregos.
Em entrevista exclusiva à agência eixos, durante o Encontro sobre Transição Energética do Fórum Econômico Mundial, no Rio de Janeiro, na segunda (2/6), Baranov, que também é presidente do conselho da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), disse que está trabalhando para solucionar o impasse.
“A gente fez a MP solucionando já a parte essencial, que é a tarifa social, e agora (…) a gente tem um tempo no Congresso para discutir a melhor solução. Mas sempre na parceria, sempre tentando fazer com que o projeto decole e não gere outros problemas”, afirmou.
Publicada em maio, a MP estabelece o fim dos descontos dos consumidores nas tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão e de distribuição (TUST e TUSD) para contratos de energia incentivada.
Realocação de custos entre os consumidores
A reforma também estabelece a abertura total do mercado livre, na visão da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), na medida em que realoca custos dos consumidores cativos para aqueles que migrarem para o mercado livre de energia.
Para Baranov, a solução para essa questão é o aumento do consumo da eletricidade incentivada.
“Se nós temos uma energia barata hoje, isso não significa que o preço dela é barato, então a gente tem que fazer com que a economia, de alguma maneira, reaja e possa ser um drive para o mercado”, argumentou.