O senador Major Olímpio, correligionário de Bolsonaro, usou a tribuna do Congresso nesta quarta, 5, para chamar de “coisa de moleque” a falta de articulação do governo em conseguir os votos necessários para derrubar um veto e beneficiar agentes penitenciários.
As críticas foram direcionadas à líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, o líder no Senado, Fernando Bezerra, e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que comandava a sessão.
Olímpio e Joice são do PSL de São Paulo, partido do presidente Jair Bolsonaro.
“Eu dei a minha palavra a vossa excelência [Davi Alcolumbre] e retirei o destaque. Dei a palavra à líder do governo no Congresso [Joice Hasselmann] , dei a palavra ao líder do governo no Senado. E agora o que eu digo para 130 mil agentes penitenciários? Que não se tem palavra? Que é uma vergonha isto aqui mesmo, que é uma esculhambação?”, afirmou Olímpio.
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A confusão ocorreu ao fim da sessão de apreciação de vetos. O senador queria derrubar o veto de Michel Temer na lei que regulamentou o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e retirou retirou os agentes penitenciários.
Major Olímpio apresentou um destaque para votar o tema, mas mediante ao acordo com as lideranças, retirou facilitando a votação de outros vetos. Contudo, o trecho de interesse do senador acabou derrubado por 241 votos a 204, mantendo o veto.
A deputada Joice Hasselmann reagiu afirmando que “nós conversamos com cada um dos líderes. Agora, eu não posso, e ninguém aqui pode, pegar uma arma e apontar para a cabeça de Parlamentar a, b ou c para votar”. A sessão terminou com bate-boca entre os correligionários.
Agenda do governo no Senado
Semana que vem, a articulação do governo no Senado tem o desafio de aprovar a PEC do Orçamento Impositivo, que abre caminho para o leilão dos excedentes da cessão onerosa em outubro.
Na mesma PEC, o governo inclui e a Câmara aprovou o pagamento à Petrobras pelo acordo da cessão onerosa, que, em tese, precisa ocorrer antes do leilão. A transferência de US$ 9,05 bilhões, aprovada pelo CNPE e pelo conselho de administração da Petrobras, precisa ser autorizada pelo Legislativo.
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Nesse mesmo texto, o governo cumpre a promessa de repassar parte do bônus de assinatura de R$ 106 bilhões para estados e municípios. A ideia, negociada na Câmara entre a equipe econômica do governo, as lideranças e o presidente Rodrigo Maia, é ratear 30% do bônus descontado do pagamento à Petrobras, restando cerca de R$ 21 bilhões para os estados e municípios.
No Senado, o Cid Gomes (PDT/CE) protocolou em maio uma PEC que rateia 30%, sem descontos, destinando R$ 32 bilhões para governadores e prefeitos.
Veja o vídeo da confusão entre Major Olímpio e Joice Hasselmann