Fertilizantes

Retomada das obras da UFN 3 vai ser levada ao conselho da Petrobras até o primeiro trimestre de 2025

Petrobras está terminando o processo para recalcular o estudo de viabilidade técnica e econômica da UNF 3 e levar os dados para a análise do conselho

A diretoria da Petrobras deve levar ao conselho de administração da estatal até o primeiro trimestre de 2025 a proposta de retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN 3), em Três Lagoas (MS). 

Em entrevista ao estúdio eixos durante a ROG.e, na segunda-feira (23/9), o diretor executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, disse que a companhia está terminando o processo de valuation (avaliações) para recalcular o estudo de viabilidade técnica e econômica (EVTE) do projeto e levar os dados para a análise do conselho. (Assista na íntegra acima)

Para ele, é “provável” que esse processo seja concluído ainda este ano. 

“Estamos fechando os estudos para que a gente possa voltar ao mercado e concluir a completação mecânica da UFN 3, em Três Lagoas”, disse.

Em paralelo, a companhia também iniciou a licitação para a retomada das operações na Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), no Paraná. 

“Também já autorizado pela nossa diretoria estamos em processo licitatório para desibernação e retorno das atividades da fafen Araucária, a Ansa, que deve estar operando até maio de 2025”, disse. 

Em ambas as unidades, a empresa fez análises das condições de integridade e da situação das obras para avaliar a viabilidade econômica para retomada dos projetos. 

O executivo afirmou que há conversas em curso para a entrada de um parceiro na UFN 3. Na Ansa, a companhia deve seguir sozinha. 

Segundo o executivo, as quatro plantas de fertilizantes da Petrobras, somadas, produzem 3,5 milhões de toneladas por ano de ureia, que é cerca de metade do que o Brasil importa hoje. 

Em relação às plantas de fertilizantes da Petrobras que estão arrendadas à Unigel na Bahia e em Sergipe, o executivo afirmou que a estatal ainda trava conversas para viabilizar a retomada da operação. As atividades foram interrompidas devido à alta dos altos preços do gás natural e à queda nas cotações dos fertilizantes. 

As empresas chegaram a fechar um acordo de tolling (industrialização sob encomenda) em que a Petrobras forneceria o gás natural e a Unigel seguiria com a operação, mas o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou irregularidades e o contrato não chegou a entrar em vigor. 

“O contrato não conseguiu superar algumas condições precedentes, que nos levaram a não ativá-lo. Estamos conversando com o grupo Proquigel/Unigel, temos um comitê interno fazendo todas as análises”, disse. 

O executivo confirmou também que já estão em curso as licitações para as duas unidades para a produção de diesel S10 e lubrificantes do Complexo de Energias Boaventura, novo nome do polo GasLub e terceiro batismo do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí (RJ). Complexo Boa Ventura

As unidades vão processar o petróleo do pré-sal, a partir de rotas mais eficientes. A expectativa é iniciar as obras em 2025. 

Em relação ao refino, França destacou que a previsão é de investimentos nos próximos quatro anos de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões para manutenção programada nas unidades. 

Por isso, a companhia tem projetos para ajudar no relacionamento com fornecedores e na qualificação de mão-de-obra nos locais onde estão instaladas as unidades de refino. 

Coprocessado

Em relação à inserção do diesel coprocessado da Petrobras no mercado, França disse que a companhia segue em busca de mercados para esse produto. 

A estatal defendia a inclusão do diesel coprocessado no mandato do diesel verde previsto no projeto de lei do Combustível do Futuro, mas o projeto foi aprovado na Câmara sem atender ao pleito da petroleira.

“Houve uma decisão do Congresso Nacional que a gente respeita e em nenhum momento nos fez vacilar ou ficar desmotivados. Pelo contrário, estamos mais motivados ainda em buscar mercados para o nosso coprocessado”, disse o diretor. 

Segundo França, o mercado está mostrando disposição em pagar um “prêmio” pelo combustível com teor renovável.