Offshore

PPSA vai leiloar 60 milhões de barris de petróleo no primeiro semestre de 2025

Maior leilão do óleo da União até o momento ocorreu em julho, com a negociação de 37,5 milhões de barris 

PPSA fará dois leilões para venda de petróleo da União dos campos de Mero e Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. Na imagem: Tabita Loureiro (PPSA) e Flávia Barros (Origem Energia) durante painel na gas week 2024, em Brasília (Foto eixos)
Tabita Loureiro (PPSA) e Flávia Barros (Origem Energia) durante a gas week 2024 | Foto eixos

RIO – A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) pretende leiloar no primeiro semestre de 2025 cerca de 60 milhões de barris de petróleo, referentes à produção que cabe à União nas áreas de partilha, segundo a presidente interina da estatal, Tabita Loureiro.

Além da produção dos campos de Búzios e Mero, o próximo leilão já deve incluir a extração do campo de Bacalhau, previsto para entrar em produção em 2025.

O volume total estimado considera entregas em 2026, da mesma forma que o leilão realizado na semana passada envolveu volumes da produção do ano que vem.

Há possibilidade de negociar ainda a extração em outros campos, segundo a executiva.

“É uma estratégia nossa fazer [o leilão] a cada ano para pegar os melhores resultados para o Brasil. Então, como a gente foi muito bem-sucedido nesse último, a estratégia continua.”, disse a jornalistas após participar do Fórum de Energia da S&P Global Commodity Insights, no Rio.

Volumes crescentes de óleo da União

A PPSA fez ao final de julho o quarto leilão de petróleo da União, com a negociação de 37,5 milhões de barris da produção do ano de 2025.

Foi o maior leilão da estatal até o momento, com arrecadação futura estimada em R$ 17 bilhões, acima dos R$ 15 bilhões inicialmente estimados.

As cargas envolveram a produção dos campos de Búzios e Mero e foram negociadas pela Petrobras, CNOOC e PetroChina. A concorrência das companhias internacionais com a brasileira elevou os ganhos da União.

Com o crescimento da extração nas áreas de partilha da produção, a produção da PPSA vai chegar a 500 mil barris/dia em 2029, cinco vezes a atual.

A partir do crescimento dessas receitas, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está defendendo no governo destinar parte dos recursos para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), como parte de um plano de redução das contas de energia.

Loureiro apontou que uma das preocupações para os próximos anos é a disponibilidade de navios com posicionamento dinâmico (DP) no mercado para a retirada dessa produção.

Hoje, cerca de 60% da frota global de navios DP já opera no Brasil. A estimativa é que até 2030 o mercado nacional vai demandar mais 12 embarcações desse tipo.

“O cenário para navios DP fica mais preocupante conforme se chega ao pico de produção no Brasil”, comentou. Na venda do petróleo pela PPSA, o comprador é responsável por buscar as cargas nas plataformas e arcar com os custos logísticos.

Loureiro disse que a estatal avalia formas de melhorar no futuro os leilões do óleo da União, mas ressaltou que a política de comercialização da PPSA é definida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

“Está inclusive no nosso planejamento estratégico estudar todas as formas de comercialização de forma que a gente possa maximizar os resultados da União”, disse.