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PPSA projeta arrecadação de R$ 500 bi em dez anos com óleo da União

PPSA prevê arrecadar R$ 500 bilhões com a comercialização de petróleo e gás da União, podendo chegar a R$ 1 trilhão com royalties e tributos

Tabita Loureiro, presidente interina da PPSA, durante o Fórum Técnico da PPSA, no Rio de Janeiro, em 5/12/2024 (Foto Marcelo de Jesus/PPSA)
A presidente interina da PPSA, Tabita Loureiro, participa do Fórum Técnico PPSA 2024 | Foto Marcelo de Jesus/PPSA

BRASÍLIA – A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) apresentou, nesta quinta (5/12), a estimativa de arrecadação com a comercialização de petróleo e gás da União em R$ 500 bilhões. Se considerado os valores a serem pagos em royalties, participações especiais e tributos, a cifra supera R$ 1 trilhão.

Os cálculos consideram 19 contratos de partilha e acordos de individualização da produção dos campos de Mero, Tupi e Atapu e constam no estudo de arrecadação para o decênio 2025-2034, apresentado pela presidente interina da estatal, Tabita Loureiro, no Fórum Técnico anual da empresa, realizado nesta quinta (5/12), no Rio.

O estudo elaborado pela PPSA apresenta três cenários para os resultados da União na próxima década: pessimista, mais provável e otimista, com variação no preço do petróleo e do gás, na taxa de câmbio e entrada em produção de plataformas, entre outras variáveis.

A estimativa de R$ 500 bilhões é baseada no cenário mais provável, de US$ 70 o barril e taxa de câmbio de R$ 5,43, considerado um cenário conservador. Segundo Loureiro, independente do panorama escolhido, todos apontam para aumento da produção. 

Na manhã desta quinta, o Brent era cotado a US$ 72,40 e o dólar vale R$ 5,99.

“A produção de óleo da União acaba de alcançar a marca de cem mil barris por dia (bpd) em outubro. Neste estudo, se considerarmos o cenário mais provável, a produção da União alcança o pico em 2030, com 543 mil bpd. No cenário Otimista chega a 583 mil bpd. Isso mudará totalmente os volumes de comercialização do petróleo da União ”, explicou.

O estudo anterior apontava pico da produção em 2029, e a postergação para o ano seguinte se deve ao atraso no início de produção de algumas plataformas, adiamento de perfuração de poços programados e aumento no custo de projetos, que impactam na recuperação do custo em óleo.

“O mercado tem sofrido com reajustes contratuais na construção e montagem dos FPSOs, elevação das taxas diárias das sondas e aumento geral de custos de investimento nos contratos de subsea”, disse a presidente.

Cenários para o gás natural

A parcela de gás da União deve crescer consideravelmente, mesmo no cenário mais pessimista traçado, passando dos atuais 255 mil m³/dia para 3,3 milhões de m³/dia. Na visão mais otimista, ficaria em 3,5 milhões em 2031.

As estimativas não consideram o fator de rendimento nas Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs), o que significa que parte desse energético poderá se tornar GLP e hidrocarbonetos líquidos.

Resolução do CNPE de agosto de 2024 autorizou a PPSA a acessar infraestruturas de processamento, de modo que a empresa poderá comercializar não apenas o gás, mas o GLP e demais líquidos produzidos a partir do processamento.

Considerando o cenário mais provável, estima-se que de 2025 até 2034, os contratos terão uma produção acumulada de 48,5 bilhões de m³ de gás natural . Desse total, a parcela acumulada da União será de 7,7 bilhões de m³.