Mercado independente

Lux Oil busca estreia em nova fase de vendas de campos de petróleo no Brasil

Petroleira independente está inscrita na rodada da oferta permanente da ANP prevista para junho

Cavalos-de-pau para produção em terra da Petrobras no Nordeste (Foto Divulgação)
Produção em terra da Petrobras no Nordeste (Foto Divulgação)

BRASÍLIA — A Lux Oil espera fechar ainda este ano os primeiros negócios que vão marcar a estreia da nova petroleira no mercado brasileiro. A empresa foi criada na esteira da nova onda de operações envolvendo a venda de campos de petróleo e gás, após o crescimento expressivo das indústrias independentes no país.

“O cenário é favorável para entrar no mercado, enxergamos a oportunidade de pegar essa nova onda de desinvestimentos”, afirma o sócio e fundador da Lux Oil, Edmundo Marques.

Ex-executivo na área de exploração e produção da Petrobras, Marques atuou por mais de uma década na estruturação de petroleiras independentes, inicialmente na OGX e Ouro Petro, criada por Rodolfo Landim e, na sequência, na 3R Petroleum e Enauta, que se uniram no ano passado, criando a Brava Energia.

“Estamos avançados em algumas oportunidades de M&A fusões e [aquisições] e parcerias, visando negócios [no curto prazo], com equipes mais operacionais”, diz Marques.

A empresa busca atuar como operadora, em campos com oportunidade de aumento da produção, mas cogita sociedades. A companhia aproveitou a retomada dos leilões de petróleo este ano para avaliar as informações dos blocos exploratórios disponíveis na oferta permanente, prevista pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para junho.

A companhia é uma das petroleiras que se inscreveu pela primeira vez para participar de uma rodada este ano. 

“Eu tenho 38 anos de petróleo, 20 na Petrobras e 18 anos no mercado independente, e uma das coisas em que mais temos confiança é no regulador, no trabalho deles para conseguir viabilizar negócios”, diz Marques. 

E, assim, a companhia busca atrair capital.

A nova petroleira conta com investimento da Lux Capital, do empresário Elia Tasca, que assume como chairman da Lux Oil. Tasca investe no mercado imobiliário, de infraestrutura e mineração, com negócios no Brasil. Atua por meio da YPO Holdings, sediada na Grécia.

O investimento é embalado por um cenário global atrativo: o patamar de preço do barril, da ordem de 70 dólares, capaz de remunerar adequadamente a revitalização de pequenos campos, enquanto as grandes potências reunidas na Opep+ e o próprio EUA sinalizam o interesse em manter essa estabilidade.

“Operadores de baixo custo, como nós, ainda têm espaço. Principalmente no onshore, onde há oportunidades de campos com produção de 100, 200, 500 barris por dia, que para uma independente pequena pode ser muito proveitosa”, diz.

A venda de ativos da Petrobras, que liquidou poços produtores em terra e alguns campos offshore, levou ao crescimento do setor. Hoje, Brava, Petrorecôncavo e Prio negociam ações em bolsa e faturam milhões ou bilhões de reais por ano.

Mais de 10% da produção brasileira — quase 400 mil barris por dia — é operada por outras empresas, que não a Petrobras. 

Em alguns casos, operadores independentes já ficaram grandes demais para ativos de menor porte. “Não há alternativa, eles vão ter que desinvestir”, acredita Marques.

“Comparando com os EUA, a quantidade de independentes no Brasil ainda é muito pequena. Temos capacidade de olhar o ativo, o risco e o potencial. E as independentes têm que ser assim: olhar para o detalhe [do custo]”, acrescenta.

O executivo afirma que até mesmo o mercado de gás natural representa oportunidades no Brasil, não se limitando a ativos que produzem exclusivamente óleo. E que a Lux Oil está olhando ativos nos EUA. “O ambiente de negócios no Texas é maravilhoso e estamos olhando para isso também, em ter um sócio local”, diz.

Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias