RIO — A Petrobras assina, nesta segunda (29/5), um acordo de cooperação com a Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR), em Rio Grande (RS), para testar a tecnologia de coprocessamento de bio-óleo na produção de petroquímicos e combustíveis.
Se bem-sucedido o projeto, a RPR será convertida para produzir no futuro, principalmente, bioaromáticos para a indústria petroquímica com conteúdo renovável.
A Petrobras anunciou que investirá R$ 45 milhões na RPR – uma sociedade entre a estatal, Ultrapar e Braskem.
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O primeiro teste industrial está previsto para novembro e deve durar até cinco dias. Nessa etapa inicial, a unidade de FCC (craqueamento catalítico fluido) da RPR passará por inovações de processo.
O segundo teste será realizado em junho de 2024 e inclui o coprocessamento de carga fóssil com bio-óleo (com matéria-prima avançada de biomassa não alimentar), na produção de propeno, gasolina e diesel.
Acordo prevê licenciamento tecnológico
O contrato de licenciamento da tecnologia da Petrobras já está negociado entre as partes, caso o projeto avance para uma fase comercial.
A Petrobras comercializa desde 2022 o diesel R5, que é produzido a partir do coprocessamento de óleos vegetais com o diesel de petróleo. O combustível sai da refinaria com 95% de diesel mineral (derivado do petróleo) e 5% de diesel “renovável”. Essa parcela pode chegar a 10%, no diesel R10.
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Essa rota de produção é chamada pela Petrobras de HBIO e começou a ser testada em 2006. Na época, a empresa não conseguiu produzir o combustível em escala e suspendeu o lançamento do produto para o mercado.
Em setembro de 2022, o diesel R5 passou a ser fabricado na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, com capacidade de 5 milhões de litros por dia. A Petrobras planeja atingir 21 milhões com três novas unidades e, futuramente, investir em uma unidade dedicada de diesel verde e SAF (sigla em inglês para combustível sustentável de aviação) .
Inaugurada em 1937, a Refinaria de Petróleo Riograndense é a primeira refinaria do país e tem capacidade de processamento instalada de 17 mil barris/dia.
Produz, sobretudo, gasolina, óleo diesel, nafta petroquímica, óleo combustível, GLP (gás de cozinha). A atuação de mercado da empresa se concentra na região Sul.