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Biocombustíveis e elétricos: a rota mineira para o net zero

Programa Rota da Descarbonização aponta que net zero dos transportes passa por biocombustíveis e eletrificação

Biocombustíveis e elétricos: a rota mineira para o net zero (Foto: Gil Leonardi/Imprensa-MG)
Foto: Gil Leonardi/Imprensa-MG

NESTA EDIÇÃO. Cenário para o Plano de Descarbonização de Minas Gerais aponta para substituição de 50% da demanda de gasolina e diesel por biocombustíveis até 2050.

Matriz elétrica renovável também favorece carros e trens elétricos.


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O estado de Minas Gerais deve combinar eletrificação, biocombustíveis e hidrogênio verde entre as soluções para emissões líquidas zero no setor de transportes, cada tecnologia com sua demanda, mostra um mapeamento contratado pelo governo estadual.
 
Elaborado pela WayCarbon, o conjunto de estudos integra o programa Rota da Descarbonização, conduzido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e a agência de fomento Invest Minas.
 
Além de Transportes, o projeto inclui Energia, Indústria e Agropecuária, avaliando cenários de descarbonização e necessidades de investimento.
 
O uso de combustíveis fósseis na frota veicular, operações ferroviárias e aéreas respondeu por 15,7% das emissões totais e 61,3% das emissões do setor de energia mineiro em 2019.  
 
A projeção é que, sem novas tecnologias para substituir gasolina e diesel, principalmente, essas emissões aumentarão em 24% até 2050.
 
Respondendo por 94% das emissões do setor, o modal rodoviário é o mais relevante na trajetória de descarbonização e, felizmente, há várias opções no radar.
 
Eletrificação da frota, ampliação do uso de biocombustíveis como etanol e biodiesel, introdução de biocombustíveis avançados como diesel verde, além de melhorias logísticas que reduzem consumo e emissões são algumas alternativas. 
 
“As análises financeiras indicam que algumas dessas tecnologias podem, inclusive, gerar economias ao longo do tempo, reforçando a atratividade para investidores”, aponta a Invest Minas.



O cenário zero líquido do Plano de Descarbonização de Minas Gerais aponta que a redução significativa das emissões no setor de transporte ocorre devido à substituição de 50% da demanda de gasolina e diesel por biocombustíveis até 2050.
 
Na aviação, vai mais longe: propõe a substituição total do querosene fóssil por combustíveis sustentáveis (SAF, em inglês) no mesmo período.
 
Ainda assim, emissões residuais demandarão remoções de carbono em outros setores, como o reflorestamento ou a captura de CO2 associada à bioenergia (BECCS).

A eletrificação é apontada como uma solução para a frota leve e ferroviária.

A matriz estadual marcada pela renovabilidade é um ponto positivo para a expansão da eletrificação nesses modais, com maior impacto na redução de emissões de CO2.

Do outro lado da balança estão os custos dos veículos, predominância de importações e infraestrutura de abastecimento.

No caso dos trens, o estudo aponta que o transporte ferroviário híbrido de carga pode levar a uma redução de 25% do consumo de diesel e 70% das emissões de NOx, além da mitigação de 75% da poluição sonora e de 90% de materiais particulados.


Neoindustrialização no Sudeste. Os hubs industriais verdes, esperança para alavancar a economia de estados do Nordeste brasileiro, devem começar pelo Sudeste, mantendo o modelo atual de adensamento, mostra a Plataforma Interativa de Descarbonização (PID), desenvolvida pelo Instituto E+ Transição Energética.

  • A PID mapeou as regiões e setores com potencial para cadeias produtivas limpas, integrando dados sobre infraestrutura, recursos energéticos, emissões e atividades industriais.

RenovaBio. O CEO da BP Bioenergy, Andres Guevara de la Vega, defende mais ambição nas metas da Política Nacional de Biocombustíveis, combinadas com previsibilidade regulatória e aplicação rigorosa das regras pelo Estado. Segundo o executivo, maior previsibilidade no cronograma regulatório “abre o mercado para outros jogadores entrarem”.

Logística reversa. O governo publicou nesta terça-feira (21/10) o decreto que institui o Sistema de Logística Reversa de Embalagens de Plástico. A política traz normas e critérios para estruturação, implementação e operacionalização de embalagens plásticas por fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes.

Plastic Reboot. O governo brasileiro lançou nesta terça (21/10) sua versão para a iniciativa de US$ 108 milhões destinada ao combate da poluição plástica. O projeto nacional Plastic Reboot trabalhará com o setor de hotéis, restaurantes e de buffets para criar um ambiente regulatório testado nas cidades costeiras. 

  • Projetos-piloto serão implementados em cinco cidades brasileiras: Baixada Santista (SP), Belém (PA), Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA).

Tarifa social. A Aneel decidiu, nesta terça-feira (21/10), instaurar uma consulta pública para subsidiar a regulamentação da lei que ampliou a Tarifa Social de Energia Elétrica para 17,1 milhões de famílias. O período de contribuições vai até 5 de novembro de 2025. 

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