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Rota mais madura para Brasil importar gás da Argentina é via Uruguaiana, indica EPE 

Projeto original da TSB é apontado entre as soluções prioritárias para ampliar oferta de gás no Brasil

Operações da Tecpetrol em Vaca Muerta, na Argentina (Foto Divulgação)
Operações da Tecpetrol em Vaca Muerta | Foto Divulgação

NESTA EDIÇÃO. Integração com a Argentina por meio do RS é uma das prioridades apontadas pela EPE para ampliar a oferta de gás natural no Brasil. 

TotalEnergies reduz investimento em energia solar na América do Norte e aumenta em gás não-convencional.

Proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza e expectativa de maior oferta da Opep+ levam a queda no preço do barril

Consumo de energia elétrica recua no Brasil em agosto.


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A rota prioritária para o Brasil ampliar a importação de gás natural da Argentina é por meio da conclusão do projeto original de integração, via Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. 

  • A conclusão é do Plano Nacional Integrado das Infraestruturas de Gás Natural e Biometano (PNIIGB), colocado em consulta pública na segunda-feira (29/9) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). 
  • O plano indicou 13 projetos como prioritários para ampliar a oferta de gás natural e biometano no Brasil, incluindo novos gasodutos no pré-sal. Conheça todos os projetos.

No caso do suprimento argentino, a EPE aponta como solução para a chegada do produto ao mercado brasileiro o gasoduto de quase 600 km de extensão e capacidade de 15 milhões de m³/dia, que visa conectar Uruguaiana (RS) a Triunfo (RS). 

  • Na prática, é a conclusão do projeto original da Transportadora Sulbrasileira (TSB), dos anos 2000. 
  • Explicando em detalhes: a TSB opera o duto que chega da Argentina à Uruguaiana, mas o projeto distribui gás apenas na fronteira, para abastecer uma usina termelétrica. A companhia também opera a rota que liga Triunfo a Porto Alegre, onde se encerra o Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol). A proposta é  justamente concluir a conexão entre os dutos gaúchos operados pela TSB, de modo a fechar a ligação com o Gasbol. 
  • O investimento é estimado em R$ 8,9 bilhões.
  • Segundo a diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da EPE, Heloísa Borges, o plano sugere a rota atualmente “mais madura” para a integração. Confira a entrevista ao videocast gas week

O Brasil começou a importar gás argentino em abril deste ano, mas por enquanto as cargas estão chegando pelo Gasbol, através da fronteira com a Bolívia, que tem limitações de infraestrutura. 

Há outras propostas na mesa para ampliar a integração. No ano passado, Brasil e Argentina assinaram um memorando de entendimento durante a Cúpula do G20 no Rio para avaliar as possíveis alternativas de rotas

  • As vias avaliadas incluem o uso da infraestrutura existente do Gasbol e a própria interligação via Uruguaiana, além de outras soluções, como um duto pelo Chaco Paraguaio e uma rota alternativa pelo Uruguai até o Rio Grande do Sul, assim como a importação por navios de gás natural liquefeito (GNL). 
  • A Wood Mackenzie já apontou que a Argentina vai precisar de pelo menos US$ 10 bilhões em investimentos se optar pela aposta GNL para inserir no mercado internacional  o gás de Vaca Muerta, principal província produtora do país.  

Ao incluir a conexão com a Argentina entre as prioridades para a ampliação da oferta de gás no Brasil, a EPE indicou que o país vizinho vai ser importante para elevar a segurança no suprimento, com a diversificação das fontes de oferta para o mercado brasileiro

  • A EPE também cita o investimento como uma oportunidade para reforçar a infraestrutura existente na região Sul.


Recuo na transição. A TotalEnergies anunciou a venda de 50% do portfólio de energia solar de 1,4 GW na América do Norte para a KKR e, em paralelo, a compra de 49% de participação em ativos de gás não-convencional da Continental Resources, nos Estados Unidos.

  • O movimento se soma aos anúncios de outras petroleiras este ano que também estão revendo os investimentos em renováveis, como Shell e Equinor.  

Preço do barril. O petróleo encerrou a sessão de segunda-feira (29/9) em queda de mais de 3%, em meio à proposta dos EUA para um cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza. Também contribuiu para o movimento a expectativa de um novo aumento na oferta da Opep+. 

  • O Brent para dezembro caiu 3,08% (US$ 2,13), a US$ 67,09 o barril

Preço dos combustíveis. O etanol registrou um preço médio nos postos brasileiros de R$ 4,41 o litro em setembro, alta de 1,115% na comparação com o mês anterior e maior cotação desde junho. Em paralelo, a gasolina ficou estável no mesmo período, mantendo o preço médio de R$ 6,34 registrado no mês anterior, segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log. 

  • Com isso, a gasolina foi a alternativa mais econômica para os motoristas. 

Garantia do suprimento. Distribuidoras regionais se mobilizaram para ampliar a oferta de combustíveis para atender a demanda fluminense em meio à interdição da Refinaria de Manguinhos (Refit), segundo a Brasilcom. 

  • A entidade afirmou que o segmento está “trabalhando ao máximo de suas capacidades para assegurar o abastecimento de combustíveis”, de modo a manter o Rio de Janeiro plenamente atendido. 

Biometano. A Cocal iniciou a operação de sua segunda planta 100% de biometano, localizada em Paraguaçu Paulista, no oeste paulista, com capacidade de produção de até 60 mil metros cúbicos de biocombustível por dia.

Combustíveis sustentáveis. O Brasil está elaborando uma proposta para levar ao segmento de líderes da COP30 em busca de apoio ao compromisso de elevar quatro vezes, a nível global, a produção e o uso de combustíveis sustentáveis até 2035. Veja os detalhes na diálogos da transição

Menor demanda por energia. O consumo nacional de energia elétrica caiu 1% em agosto de 2025 em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a EPE. Ao todo, a demanda foi de 45.662 gigawatts-hora (GWh) e seguiu a tendência de queda observada entre abril e junho de 2025.

  • No mês, o consumo da classe industrial caiu 1,7%, e o da comercial retraiu 1,5%.

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