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Produção em Sergipe Águas Profundas fica para depois de 2028

Petrobras vai relançar contratação das plataformas de Sergipe até o fim do ano

Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras
Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras | Agência Petrobras (Roberto Farias)

NESTA EDIÇÃO. Produção em Sergipe vai começar depois de 2028, confirma Petrobras. 

Licenciamento é desafio para política energética, diz estatal.

Shell vai tomar decisão sobre Gato do Mato em 2025.

Competitividade “não é trono garantido”, diz Equinor. 

O desafio para calibrar oferta e demanda no mandato do biometano.

Amazonas Energia transferida sub judice.

Reino Unido anuncia plano para CCUS.

A Petrobras não vai mais conseguir iniciar a produção em águas profundas na Bacia de Sergipe-Alagoas em 2028, conforme previsto, disse a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da companhia, Renata Baruzzi. 

Com as dificuldades para contratar as duas plataformas que vão produzir na região, a companhia aguarda agora a conclusão de um grupo de trabalho para relançar as licitações até o final de 2024. 

  • Há possibilidade de que a estatal continue a buscar contratar as plataformas por meio do afretamento ou inicie a contratação de unidades próprias
  • Existe também a possibilidade de partir para o modelo build-operate-transfer (BOT), no qual a empresa contratada fica responsável pela construção, entrega e instalação da unidade, que depois é transferida para a operadora. 

O novo prazo para a entrada em operação vai ser definido após o resultado das licitações, disse a diretora em entrevista à Offshore Week, evento promovido pela agência eixos. Assista.

O projeto de Sergipe-Alagoas Águas Profundas (Seap) prevê a instalação de dois FPSOs, com capacidade para produzir 120 mil barris/dia cada.

Inclui também um gasoduto com capacidade para 18 milhões de m³/d de gás natural. A expectativa inicial era que o duto entrasse em operação no ano seguinte ao início da produção nas plataformas. A diretora não confirmou se o atraso também se estende ao gasoduto.

A estatal tenta contratar os FPSOs de Seap há três anos, sem sucesso. 

Além da possível mudança no modelo de contratação, a companhia também está trabalhando em melhorias nas condições dos contratos.



Licenciamento é desafio para política energética. O licenciamento ambiental é, hoje, o maior desafio da política energética nacional, disse a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos. A executiva citou as dificuldades da companhia no licenciamento da exploração na Margem Equatorial. Ela se diz confiante de que a Petrobras conseguirá obter as licenças para as campanhas exploratórias na Bacia Foz do Amazonas.

Fortalecimento do mercado nacional. Há espaço para aumento da capacidade produtiva em segmentos da cadeia de suprimentos nacional, na visão do gerente executivo de Desenvolvimento da Produção da Petrobras, Dimitrios Chalela. Uma oportunidade está na ampliação no mercado nacional de sistemas submarinos, que devem continuar a ter alta demanda no país, segundo ele. O executivo lembrou que as interrupções no suprimento internacional são um desafio global hoje. 

Decisão sobre Gato do Mato em 2025. A Shell espera tomar uma decisão final de investimento no desenvolvimento do projeto de Gato do Mato, no pré-sal da Bacia de Santos, no início de 2025, disse nesta segunda (7/10) o presidente da companhia no Brasil, Cristiano Pinto da Costa, no painel de abertura da Offshore Week 2024, promovida pela agência eixos. A companhia chegou a negociar a contratação da unidade de produção, mas anunciou em 2022 que estava reavaliando o projeto.

Busca por competitividade continua. A competitividade que a indústria brasileira de óleo e gás alcançou nas últimas décadas não é um “trono garantido para todo sempre”, disse a presidente da Equinor Brasil, Verônica Coelho. A executiva defende que o Brasil precisa continuar buscando um marco regulatório e fiscal atrativo para investimentos. Coelho citou a regulamentação da reforma tributária como uma oportunidade para rever o regime brasileiro.

Mandato para biometano. Um dos principais desafios na regulamentação do Combustível do Futuro será calibrar bem a oferta e demanda na definição do mandato do biometano, afirmou o diretor Estratégico da Ultragaz, Aurélio Ferreira. Na visão do executivo, o mercado voluntário do biometano, no Brasil, já tem força e o mandato virá para impulsionar o setor.

Além do mandato. O mercado brasileiro de biometano tem potencial para crescer muito além do mandato introduzido no Combustível do Futuro, disse o CEO da Geo Biogas & Carbon, Alessandro Gardemann. Ele acredita que o programa de descarbonização no mercado de gás natural, por meio da aquisição de biometano,será uma âncora de demanda mínima para fazer o investidor ganhar mais confiança no desenvolvimento do mercado.

TBG defende tarifa para biometano. O diretor comercial da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), Jorge Hijjar, defende que o produtor de biometano tenha um incentivo tarifário para injetar o gás renovável na malha de gasodutos de transporte. A empresa vê na conexão das plantas de biometano um novo modelo de negócios para a companhia.

Energisa entra no gás renovável. De olho nesse mercado, a Energisa se prepara para começar a produzir biometano em 2025 e lançou, recentemente, seu braço de comercialização de gás. Além do biocombustível, a companhia busca fontes de suprimento de gás natural fóssil, para compor seu portfólio. 

  • Em paralelo, a empresa está montando uma mesa de carbono, que abrigará, no futuro, a venda dos certificados de origem do biometano

Amazonas Energia transferida sub judice. A Aneel autorizou na segunda-feira (7/10) a transferência sub judice do controle da Amazonas Energia para a Âmbar, do grupo J&F. O despacho foi emitido pelo diretor-geral, Sandoval Feitosa, em cumprimento de uma decisão judicial, depois que a Justiça Federal do Amazonas determinou que a agência deveria aprovar a troca no comando da empresa em até 24 horas. 

  • A agência convocou uma reunião de diretoria extraordinária para esta terça (08/10) para debater o pedido de reconsideração da Amazonas Energia sobre os termos apresentados pela área técnica da Aneel para a transferência. 

EUA ressuscitam nuclear. O governo Biden está trabalhando em planos para reativar mais reatores nucleares, em uma estratégia para atender à crescente demanda por eletricidade livre de emissões, disse o conselheiro climático da Casa Branca, Ali Zaidi, na segunda (7/10). Dois desses projetos já estão em andamento, incluindo o recomissionamento da usina nuclear de Palisades da Holtec em Michigan e o possível reinício de uma unidade na Constellation Energy. (Reuters)

Baterias no Chile. A Copenhagen Infrastructure Partners (CIP) tomou a decisão final de investimento para um sistema de armazenamento de energia de bateria de 220 MW/1.100 MWh na região de Antofagasta, no norte do Chile. O projeto será um dos primeiros desse tipo a entrar em operação comercial no país.

Amônia de baixo carbono. A norueguesa Yara inaugurou na semana passada um novo terminal de importação de amônia de baixo carbono em Brunsbüttel, na Alemanha. Localizada no Mar do Norte e no Canal de Kiel, a região é um ponto estratégico para o país para implantação de um hub de hidrogênio. O terminal tem capacidade de importar até três milhões de toneladas de amônia para a Europa anualmente.

Reino Unido anuncia plano para CCUS. O Reino Unido anunciou, na última sexta (4/10), um plano de £ 21,7 bilhões para financiar, ao longo de 25 anos, projetos de captura, armazenamento e uso de carbono (CCUS) no país. O objetivo é transformar duas zonas industriais em centros de CCUS e hidrogênio feito a partir de gás natural com captura de CO2

  • A confirmação do incentivo veio dias após o anúncio do fechamento da sua última usina termelétrica a carvão e recebeu críticas de ambientalistas, que avaliam que se trata de um incentivo à indústria de óleo e gás.

Opinião: Com a matriz energética diversificada e, majoritariamente, renovável, o Brasil vem contribuindo ao longo dos anos para a redução das emissões de gases de efeito estufa e tem potencial para se consolidar como modelo de desenvolvimento sustentável, escreve o CEO e Diretor Presidente da Statkraft, Fernando de Lapuerta.