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Mercado se mobiliza no STJ por liminares que isentam metas do RenovaBio

Ação do MME no STJ, para barrar liminares no Renovabio, ganha reforço do agro e setor de combustíveis, após entidade contrária ao pleito ingressar com pedido para integrar discussões na corte. 

Usina Rio Dourado, da SJC Bioenergia, com capacidade de produção anual de 220 milhões de litros de etanol, hidratado e anidro (Foto Lailson Damasio/Flicker Marconi Perillo)
Usina Rio Dourado, da SJC Bioenergia, com capacidade de produção anual de 220 milhões de litros de etanol, hidratado e anidro (Foto Lailson Damasio/Flicker Marconi Perillo)

NESTA EDIÇÃO.Ação do MME no STJ, para barrar liminares no Renovabio, ganha reforço do agro e setor de combustíveis, após entidade contrária ao pleito ingressar com pedido para integrar discussões na corte. 

Petróleo sobe por sessões seguidas após alívio na guerra comercial de Trump contra a China. 

Comitiva brasileira na China espera retornar ao Brasil com pacote de acordos comerciais para renováveis, biocombustíveis e baterias.  


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Produtores de biocombustíveis e distribuidoras se uniram em uma mobilização no STJ para barrar decisões judiciais que isentam empresas do cumprimento das metas de descarbonização do RenovaBio, programa federal que estimula o uso de combustíveis limpos no Brasil.
 
Entidades como Unica, Abiove, Aprobio, Ubrabio e Sindicom protocolaram pedidos para atuar como amicus curiae na ação movida pelo MME, que busca a suspensão de liminares concedidas a distribuidoras inadimplentes.

Por outro lado, a Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis (ANDC) se posiciona contra a suspensão das liminares. Classificou de “assédio institucional” e ataque ao devido processo legal.

  • A Advocacia-Geral da União (AGU) representa o MME no processo, que está sob relatoria do presidente do STJ, ministro Herman Benjamin. 
  • Segundo dados da ANP de 7 de abril, 21 distribuidoras conseguiram liminares que anulam 38 decisões da agência, totalizando 10,9 milhões de CBIOs que deixaram de ser adquiridos. 

A articulação ganhou fôlego após a sanção e regulamentação da lei 15.082/2024, que ampliou as penalidades para distribuidoras que descumprirem suas metas ambientais. A nova norma proíbe fornecedores de vender combustíveis a empresas listadas como inadimplentes no programa, o que tende a levar a novas ações judiciais..

  • Em manifestação ao STJ, a Unica afirma que o descumprimento das metas é motivado pela busca por maior lucro mediante o afastamento da obrigação ambiental. 
  • O Sindicom, que representa grandes distribuidoras, reforça que as liminares ferem a isonomia concorrencial.


Bolsa de gás e biometano. Um grupo de empresários do setor de óleo e gás abriu conversas com a ANP para criação da Bolsa Brasileira de Gás Natural e Biometano (BBGB). 

  • Antônio Guimarães (ex-Karoon) destaca que o crescimento do mercado spot de gás natural  mostra que o momento é propício para o surgimento de uma bolsa de comercialização. Além da expectativa que a migração de consumidores industriais para o mercado livre siga em ritmo acelerado em 2025. 

A ideia é criar uma plataforma eletrônica de marketplace, para centralizar operações de compra e venda de molécula no mercado de curto prazo. E, futuramente, reunir soluções financeiras, como instrumentos de hedge e derivativos. Veja os detalhes.

Fertilizantes no Nordeste. A Petrobras anunciou que chegou a um acordo com a Unigel para pôr fim às disputas contratuais envolvendo as unidades de fertilizantes localizadas na Bahia e em Sergipe. 

  • A medida levará à retomada das plantas pela estatal, encerrando o contrato de arrendamento que havia sido firmado em 2019, por dez anos. A operação foi interrompida pela Unigel, que entrou em recuperação judicial.      

Na decisão desta sexta-feira (31/5) foi dado mais prazo para assinatura do acordo pela Unigel, até 31 de maio. A vai lançar uma licitação para contratação de serviços de operação e manutenção. A Unigel poderá disputar o contrato.

Gás da Argentina. As autorizações para importação de gás natural da Argentina dispararam desde 2024. O pedido de autorização à agência é, em parte, uma formalidade: as empresas indicam a origem, volumes máximos e destinação para o gás natural.

  • Funciona, portanto, como um indicativo, ainda que inicial, do interesse do mercado pela atividade. No caso das importações de gás natural da Argentina, a integração começou a sair do papel este ano, com as primeiras operações de teste

Na gas week, ANP abre debate sobre short haul e tarifas diferenciadas para térmicas e estocagem. E usuários pedem redução nas tarifas de curto prazo: O termômetro do debate sobre tarifas diferenciadas nos gasodutos

Nuclear e hidrogênio. Ampliação do parque nuclear brasileiro poderia colocar o país na liderança da nova economia do hidrogênio, garantindo segurança do sistema e um grid ainda descarbonizado. 

  • A energia nuclear tem um custo mais estável comparado ao gás natural e pode ser menos vulnerável à variação de preços e potenciais taxações de carbono. Brasil, contudo, subutiliza seu potencial energético e mineral no segmento nuclear. 

Na coluna, Hidrogênio em Foco: A sinergia entre nuclear e hidrogênio

Direto da OTC. Prio estima ultrapassar a marca de 200 mil barris por dia com a incorporação do campo de Peregrino, adquirido recentemente da Equinor. Diretor Francilmar Fernandes defende potencial de ativos maduros.

Brava confirma interesse em estocagem de gás em Manati, na Bahia. Plano para o mira reforço à infraestrutura do mercado de gás no Brasil, disse o CEO Décio Oddone

Os preços do petróleo entraram em uma trajetória de recuperação, com Brent negociado acima dos US$ 65 por barril na manhã desta segunda (12/5), com o mercado precificando as últimas rodadas da guerra comercial reiniciada por Donald Trump. Há uma semana, chegou a ser cotado abaixo dos US$ 60, permitindo a redução dos preços do diesel pela Petrobras. 

EUA e China acordaram uma trégua de 90 dias na guerra comercial para permitir novas negociações. Os EUA reduziram tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%, e a China reduziu tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10% (Estadão).  

Lula na China. Os acordos comerciais negociados durante a passagem de dois dias da comitiva presidencial na China, vão contemplar os setores de tecnologia e energia:

  • Memorando de entendimento, com prazo de 24 meses, com a chinesa Windey Energy Technology Group, incluindo energias renováveis e baterias, com estudos para instalação de fábricas de equipamentos no Brasil, segundo informações do MME
  • Envision planeja um parque industrial para SAF e hidrogênio verde; e a CGN, interesse em energia renovável no Piauí (eólica, solar e baterias) (Folha, Estadão) 
  • A montadora GWM, de veículos elétricos, sinalizou interesse em ampliar operações no Brasil, visando também exportar para América do Sul e México; e a Didi (controla a 99, de transporte por aplicativo), prevê ampliar a eletrificação, com 10 mil novos pontos de recarga.

SAF de etanol. Na avaliação do presidente da Axens América Latina, Jean-Louis Beeckmans, o Brasil reúne condições excepcionais para acelerar a transição energética. E uma das apostas da empresa francesa no país é a produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, na sigla em inglês) a partir da cana-de-açúcar.

Investimento da Noruega no Brasil. A Noruega anunciou na quinta (8/5) uma nova estratégia para intensificar a cooperação com o Brasil. O plano foi divulgado pelo governo norueguês em meio ao cenário de crescente polarização geopolítica e tensões comerciais globais. O Brasil é hoje o país fora da Europa e dos Estados Unidos que mais recebe investimentos de empresas norueguesas.

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