NESTA EDIÇÃO.O CMSE antecipou a operação de dez usinas termelétricas do leilão de reserva de 2021, totalizando 2,2 GW; medida é tomada após cancelamento da concorrência que previa novos contratos para 2025.
Na China, Rui Costa reforma promessa que primeiro leilão de baterias vai ocorrer ainda este ano, diretrizes ainda precisam ser publicadas.
Petróleo sobe e fecha janelas de importação de diesel; OPEP corta previsão de oferta no curto prazo.
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Térmicas antecipadas
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou a antecipação para agosto de 2025 da operação de dez usinas termelétricas, totalizando 2,2 GW de potência instalada.
Essas usinas, movidas a gás natural, óleo diesel e óleo combustível, foram vencedoras do leilão de reserva de capacidade de 2021, com contratos originalmente previstos para julho de 2026.
- A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) poderá antecipar os contratos das seguintes termelétricas: Parnaíba IV (56,28 MW), Potiguar (48,14 MW), Potiguar III (51,46 MW), Global I (136,4 MW), Global II (136,4 MW), Viana (174,6 MW), Geramar I (165,87 MW), Geramar II (165,87 MW), Termorio (1 GW) e Ibirité (226 MW), segundo levantamento da MegaWhat.
O CMSE orientou o ONS a despachar de termelétricas próximas ao centro de carga para elevar os limites de intercâmbio para o subsistema Sul ou a substituição por outros recursos energéticos locais competitivos, segundo o MME. O subsistema apresenta armazenamento inferior aos demais.
A antecipação dos contratos do leilão de reserva de capacidade de 2021 acontece após o cancelamento da licitação deste ano, originalmente prevista para 26 de junho.
- Após uma onda de judicialização, as regras do leilão foram revogadas e novas seriam lançadas para a concorrência acontecer ainda este ano, o que ainda não ocorreu.
O leilão de reserva de 2025 previa a contratação de térmicas existentes, com entrada em operação a partir de 2025. Um total de 7,4 GW em projetos a gás natural e biocombustíveis foram cadastrados para o ano – etapa anterior à habilitação, prevista originalmente para 12 de junho.
- Ao todo, 327 projetos, com 74 GW entre térmicas e ampliação de hidrelétricas, se cadastraram para participar do LRCAP de 2025.
Enquanto isso, baterias. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforçou a promessa que o governo brasileiro realizará o primeiro leilão de baterias para armazenamento de energia renovável em 2025. As diretrizes do leilão ainda precisam ser definidas.
- É uma forma de melhorar a estabilidade do sistema elétrico do Brasil, permitindo o armazenamento de energia solar e eólica, segmentos em que o país é líder, mas enfrentam uma crise por falta de demanda e gargalos na rede.
“O Brasil é uma das referências no mundo na produção de solar e eólica. Só que nós precisamos acumular essa energia, para estabilizar esse sistema ao longo das 24 horas por dia”, afirmou Costa, durante a missão oficial do governo brasileiro na China.
E mais térmicas. A Âmbar Energia, parte do grupo J&F, concluiu a compra de 12 usinas termelétricas no Amazonas que pertenciam à Eletrobras, tornando-se a segunda maior geradora de energia a gás natural do Brasil. A transação está ligada à aquisição da Amazonas Energia pela Âmbar, ainda discutida na Aneel.
Revisão tarifária do gás. A presidente da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), Angélica Laureano, alertou para os impactos do atraso na revisão tarifária das transportadoras de gás natural, conduzida pela ANP. A previsão inicial era de que o processo fosse concluído em setembro, mas já há indicações de que pode se estender até outubro ou novembro.
- “Nos preocupa sobremaneira, porque os nossos resultados estão caindo”, afirmou, em entrevista ao estúdio eixos durante o Seminário de Gás Natural do IBP, no Rio de Janeiro. O ciclo tarifário da TBG venceu em 2024.
Mais gás em Campos. A PRIO pretende ampliar a sua oferta de gás natural no país para ajudar a deslocar diesel na matriz energética brasileira. A estratégia da empresa é usar parte do volume 1 milhão de m3/dia, que começará a ser exportado no final do ano e no começo de 2026, com a entrada em operação do campo de Wahoo.
Búzios menor. A redução de custos anunciada pela Petrobras para enfrentar a mudança de patamar do preço do petróleo vai reduzir a capacidade prevista para a 12ª plataforma do tipo FPSO para o campo de Búzios, que já recebeu este ano uma unidade com capacidade para 225 mil barris de petróleo por dia (bpd) e receberá mais três do mesmo porte em 2027, que já estavam encomendadas.
Importação de diesel. Após semanas com os preços da gasolina e do diesel mais caros no mercado interno do que no internacional, devido ao petróleo girando em torno dos US$ 60 o barril, a diferença de preços foi reduzida no fechamento da terça-feira (13/5) voltando a fechar a janela de importação do produto.
- A média de preço do diesel nas refinarias brasileiras ficou 2% abaixo do preço de paridade de importação (PPI) no fechamento da terça, enquanto a gasolina registra ligeira alta de 2%, informa o boletim diário da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) e StoneX.
Oferta. A Opep cortou a previsão para o aumento da oferta da commodity entre os países fora do grupo em 2025 em 100 mil barris por dia (bpd), a 800 mil bpd, segundo relatório mensal publicado nesta quarta-feira (14/5). De acordo com o cartel, as maiores contribuições deverão vir dos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina.
E estoques de petróleo nos Estados Unidos tiveram alta de 3,454 milhões de barris, a 441,830 milhões de barris na semana passada, informou nesta quarta-feira (14/5) o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. Analistas consultados pelo The Wall Street Journal previam queda de 1,8 milhão barris.
Canadá sem melindres com óleo. O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, disse na terça (13/5), que está disposto a alterar as regras federais que podem representar obstáculos para a projetos de energia e procura posicionar o país como uma superpotência energética, o que inclui petróleo e gás. Reiterou seu compromisso com interesse em ampliar a infraestrutura para o recurso fóssil.
Biocombustíveis x alimentos. O secretário de Economia Verde do MDIC, Rodrigo Rollemberg (PSB), disse nesta quarta (14/5) que o Brasil deve aproveitar a presidência de fóruns internacionais como a COP30 para mostrar ao mundo que a produção de biocombustíveis não concorre com a de alimentos. Durante evento do setor de biodiesel, o secretário defendeu que é preciso mudar a “imagem distorcida” que outros países têm em relação à agricultura brasileira.
Enviados na COP30. A presidência brasileira da COP30 anunciou os nomes dos 30 enviados especiais que atuarão como articuladores dos diálogos setoriais. Entre eles, está a economista Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica, que atuará na frente temática de energia, como mostrou a agência eixos.
Ônibus elétricos em São Paulo. O BID aprovou um financiamento de R$ 1,4 bilhão para a eletrificação dos ônibus de São Paulo. Em fevereiro, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que não tinha como garantir que até 2028 metade da frota da capital será movida à eletricidade, como previa uma lei municipal antes de ser alterada.