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Gestão da Petrobras acelera entregas às vésperas do novo plano de negócios

Anúncio dos novos investimentos está previsto para 21 de novembro

Presidente da Petrobras, Magda Chambriard, em entrevista exclusiva ao estúdio eixos durante a ROG.e 2024, no Porto Maravilha, no Rio, em 25/9/2024 (Foto Victor Curi/eixos)
Magda Chambriard, presidente da Petrobras, concede entrevista exclusiva ao estúdio eixos, diretamente da ROG.e 2024 no Rio | Foto Victor Curi/eixos

NESTA EDIÇÃO.

Petrobras adianta projetos em meio à elaboração do novo plano de negócios.

Paten pode liberar volumes de gás. 

China próxima ao pico do consumo de petróleo

Bandeira tarifária será amarela em novembro. 

A concentração no mercado livre de energia.

Eletrobras quer operar eletrolisadores. 


EDIÇÃO APRESENTADA POR

A gestão de Magda Chambriard à frente da Petrobras está acelerando as entregas de projetos, principal promessa da executiva ao assumir o comando da estatal em maio. 
 
A corrida tem como foco projetos de petróleo e gás e ocorre em meio à finalização do novo plano de negócios da empresa, que carrega dúvidas, sobretudo, a respeito dos próximos projetos para a ampliação da participação na área de renováveis. 

Na sexta-feira (25/10), o conselho da administração da companhia aprovou a continuidade da implantação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas (MS).

  • A UFN-III foi incluída na carteira em implantação no plano de investimentos aprovado ano passado. À época, o projeto foi mantido na lista em avaliação, sem a decisão final de execução.
  • A previsão de início da operação é 2028, somando R$ 3,5 bilhões em investimentos.

O retorno da estatal ao segmento de produção de fertilizantes é uma das expectativas do terceiro governo Lula. 

Na semana passada, a estatal também recebeu no Brasil o FPSO Almirante Tamandaré, que será a sétima plataforma do campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A previsão é de entrada em operação até a primeira quinzena de janeiro de 2025.

  • Com capacidade para produzir até 225 mil barris/dia de petróleo e 12 milhões de m³/dia de gás natural, será uma das maiores plataformas do país. 

Recentemente, a companhia iniciou também a operação do FPSO Maria Quitéria, no campo de Jubarte. 

Outra entrega esperada pelo governo ocorreu em setembro: a inauguração do Complexo de Energias Boaventura, antigo Comperj, em Itaboraí (RJ). 

O avanço nos projetos acontece às vésperas do anúncio do plano de negócios 2025-2029 da companhia, previsto para ser anunciado ao mercado no dia 21 de novembro. A data ainda pode sofrer alterações. 

Será o primeiro planejamento elaborado pela gestão Chambriard. 

Em entrevista este mês, a presidente da estatal afirmou que o plano ainda está em elaboração. 

  • Segundo a CEO, o planejamento vai incluir “moléculas e elétrons”: a empresa vai buscar ampliar participação em fontes renováveis, mas com uma maior atenção para o mercado de combustíveis.


Paten pode encerrar contratos de gás. As medidas para desconcentração do mercado de gás natural, propostas pelo senador Laércio de Oliveira (PP/SE), podem liberar volumes de ao menos 12 produtores que hoje vendem gás para a Petrobras na boca do poço, mas cujos contratos de comercialização poderão ser interrompidos antes do prazo por força de lei.
 
Chamada de gás. A Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás) abriu uma chamada permanente para o cadastro de supridores de gás natural. O objetivo é firmar contratos padrões de termos gerais que possibilitem maior flexibilidade e agilidade na aquisição de gás a curto prazo.
 
Pico do petróleo chinês. A China está a caminho de produzir mais de 10 milhões de veículos elétricos, respondendo por quase 40% das vendas de carros novos em 2024, aponta a Revisão Estatística de Energia Mundial do Energy Institute. No transporte rodoviário, as empresas estão migrando do óleo diesel — mais caro — para motores movidos a gás natural — mais barato.

  • O leva à previsão de que o país está a caminho do pico de consumo de petróleo.

Bandeira amarela. A Aneel anunciou que a bandeira tarifária do mês de novembro será amarela. A mudança se deve à diminuição no preço da geração de energia, graças ao aumento no volume de chuvas.

  • Em outubro, o consumidor teve bandeira vermelha, o que significava R$ 7,877 extras a cada 100 quilowatts-hora (kWh). A partir do próximo mês, a cobrança será de R$ 1,885 a cada 100 kWh.

Silveira volta a criticar agência. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), voltou a dizer que a Aneel foi “omissa” em relação aos problemas com a distribuidora Enel, em São Paulo. Por outro lado, decidiu amenizar o tom das críticas e afirmou que o país precisa “deixar de polemizar onde não deveria ter polêmica”.

  • Segundo ele, os atores políticos que compõem a federação precisam “trabalhar unidos”, sem “viver de politização de narrativa”.

Mercado livre de energia. As 20 maiores comercializadoras de energia do país foram responsáveis por negociar 51,77% do volume de energia total do mercado livre na média dos 12 meses de julho de 2023 a julho de 2024, segundo dados da consultoria Thunders. 

  • As comercializadoras com o maior volume negociado nesse período foram a Raízen Power, com 3.748,2 megawatts médios (MWm); a Auren, com 3.617,6 MWm; e o BTG Pactual, com 3.531, 3 MWm.

Eneva compra térmicas. A Eneva concluiu a aquisição de três ativos termelétricos controlados pelo BTG Pactual, todos localizados no Espírito Santo. A operação  torna a companhia a dona do maior parque de geração termelétrica do país, num total de 7,2 GW em operação e em construção. 

Hubs de hidrogênio. Para acelerar o desenvolvimento da indústria do hidrogênio de baixo carbono, o estabelecimento de hubs ou clusters industriais de produção e consumo desse energético podem ser cruciais. Mas é preciso dar um match entre produção e demanda para que os projetos de hidrogênio e os planos de investimento das indústrias para descarbonização possam sair do papel. Leia na coluna de Gabriel Chiappini

Eletrobras quer operar eletrolisadores. Uma das maiores geradoras de energia renovável do Brasil, a Eletrobras mais do que fornecer eletricidade para projetos de hidrogênio verde de larga escala e espera também se consolidar como parceira na operação de eletrolisadores.

  • Segundo o vice-presidente de inovação da companhia, Juliano Dantas, a planta de hidrogênio em Itumbiara (MG) acelerou o aprendizado da empresa e permitiu o desenvolvimento de softwares operacionais específicos e de uma rede de fornecedores para a manutenção desses ativos.

 
Opinião: A situação alarmante dos incêndios no Brasil em 2024 reacendeu as discussões sobre o necessário aumento de rigor nas fiscalizações dos órgãos de controle, seja para prevenir sua ocorrência ou para exigir a reparação das áreas. É preciso aprimorar novas regras, para evitar novas burocracias e procedimentos, que não favorecerão a administração pública, tampouco o meio ambiente, escrevem as sócias do Bichara Advogados, Luciana Gil e Patricia Mendanha Dias