NESTA EDIÇÃO.
Petrobras adianta projetos em meio à elaboração do novo plano de negócios.
Paten pode liberar volumes de gás.
China próxima ao pico do consumo de petróleo.
Bandeira tarifária será amarela em novembro.
A concentração no mercado livre de energia.
Eletrobras quer operar eletrolisadores.
EDIÇÃO APRESENTADA POR
Gestão da Petrobras acelera entregas às vésperas do novo plano de negócios
A gestão de Magda Chambriard à frente da Petrobras está acelerando as entregas de projetos, principal promessa da executiva ao assumir o comando da estatal em maio.
A corrida tem como foco projetos de petróleo e gás e ocorre em meio à finalização do novo plano de negócios da empresa, que carrega dúvidas, sobretudo, a respeito dos próximos projetos para a ampliação da participação na área de renováveis.
- Outras grandes incertezas são o início da produção em águas profundas em Sergipe e o avanço da exploração na Margem Equatorial.
Na sexta-feira (25/10), o conselho da administração da companhia aprovou a continuidade da implantação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), em Três Lagoas (MS).
- A UFN-III foi incluída na carteira em implantação no plano de investimentos aprovado ano passado. À época, o projeto foi mantido na lista em avaliação, sem a decisão final de execução.
- A previsão de início da operação é 2028, somando R$ 3,5 bilhões em investimentos.
O retorno da estatal ao segmento de produção de fertilizantes é uma das expectativas do terceiro governo Lula.
Na semana passada, a estatal também recebeu no Brasil o FPSO Almirante Tamandaré, que será a sétima plataforma do campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A previsão é de entrada em operação até a primeira quinzena de janeiro de 2025.
- Com capacidade para produzir até 225 mil barris/dia de petróleo e 12 milhões de m³/dia de gás natural, será uma das maiores plataformas do país.
Recentemente, a companhia iniciou também a operação do FPSO Maria Quitéria, no campo de Jubarte.
Outra entrega esperada pelo governo ocorreu em setembro: a inauguração do Complexo de Energias Boaventura, antigo Comperj, em Itaboraí (RJ).
O avanço nos projetos acontece às vésperas do anúncio do plano de negócios 2025-2029 da companhia, previsto para ser anunciado ao mercado no dia 21 de novembro. A data ainda pode sofrer alterações.
Será o primeiro planejamento elaborado pela gestão Chambriard.
Em entrevista este mês, a presidente da estatal afirmou que o plano ainda está em elaboração.
- Segundo a CEO, o planejamento vai incluir “moléculas e elétrons”: a empresa vai buscar ampliar participação em fontes renováveis, mas com uma maior atenção para o mercado de combustíveis.
Paten pode encerrar contratos de gás. As medidas para desconcentração do mercado de gás natural, propostas pelo senador Laércio de Oliveira (PP/SE), podem liberar volumes de ao menos 12 produtores que hoje vendem gás para a Petrobras na boca do poço, mas cujos contratos de comercialização poderão ser interrompidos antes do prazo por força de lei.
Chamada de gás. A Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás) abriu uma chamada permanente para o cadastro de supridores de gás natural. O objetivo é firmar contratos padrões de termos gerais que possibilitem maior flexibilidade e agilidade na aquisição de gás a curto prazo.
Pico do petróleo chinês. A China está a caminho de produzir mais de 10 milhões de veículos elétricos, respondendo por quase 40% das vendas de carros novos em 2024, aponta a Revisão Estatística de Energia Mundial do Energy Institute. No transporte rodoviário, as empresas estão migrando do óleo diesel — mais caro — para motores movidos a gás natural — mais barato.
- O leva à previsão de que o país está a caminho do pico de consumo de petróleo.
Bandeira amarela. A Aneel anunciou que a bandeira tarifária do mês de novembro será amarela. A mudança se deve à diminuição no preço da geração de energia, graças ao aumento no volume de chuvas.
- Em outubro, o consumidor teve bandeira vermelha, o que significava R$ 7,877 extras a cada 100 quilowatts-hora (kWh). A partir do próximo mês, a cobrança será de R$ 1,885 a cada 100 kWh.
Silveira volta a criticar agência. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), voltou a dizer que a Aneel foi “omissa” em relação aos problemas com a distribuidora Enel, em São Paulo. Por outro lado, decidiu amenizar o tom das críticas e afirmou que o país precisa “deixar de polemizar onde não deveria ter polêmica”.
- Segundo ele, os atores políticos que compõem a federação precisam “trabalhar unidos”, sem “viver de politização de narrativa”.
Mercado livre de energia. As 20 maiores comercializadoras de energia do país foram responsáveis por negociar 51,77% do volume de energia total do mercado livre na média dos 12 meses de julho de 2023 a julho de 2024, segundo dados da consultoria Thunders.
- As comercializadoras com o maior volume negociado nesse período foram a Raízen Power, com 3.748,2 megawatts médios (MWm); a Auren, com 3.617,6 MWm; e o BTG Pactual, com 3.531, 3 MWm.
Eneva compra térmicas. A Eneva concluiu a aquisição de três ativos termelétricos controlados pelo BTG Pactual, todos localizados no Espírito Santo. A operação torna a companhia a dona do maior parque de geração termelétrica do país, num total de 7,2 GW em operação e em construção.
Hubs de hidrogênio. Para acelerar o desenvolvimento da indústria do hidrogênio de baixo carbono, o estabelecimento de hubs ou clusters industriais de produção e consumo desse energético podem ser cruciais. Mas é preciso dar um match entre produção e demanda para que os projetos de hidrogênio e os planos de investimento das indústrias para descarbonização possam sair do papel. Leia na coluna de Gabriel Chiappini.
Eletrobras quer operar eletrolisadores. Uma das maiores geradoras de energia renovável do Brasil, a Eletrobras mais do que fornecer eletricidade para projetos de hidrogênio verde de larga escala e espera também se consolidar como parceira na operação de eletrolisadores.
- Segundo o vice-presidente de inovação da companhia, Juliano Dantas, a planta de hidrogênio em Itumbiara (MG) acelerou o aprendizado da empresa e permitiu o desenvolvimento de softwares operacionais específicos e de uma rede de fornecedores para a manutenção desses ativos.
Opinião: A situação alarmante dos incêndios no Brasil em 2024 reacendeu as discussões sobre o necessário aumento de rigor nas fiscalizações dos órgãos de controle, seja para prevenir sua ocorrência ou para exigir a reparação das áreas. É preciso aprimorar novas regras, para evitar novas burocracias e procedimentos, que não favorecerão a administração pública, tampouco o meio ambiente, escrevem as sócias do Bichara Advogados, Luciana Gil e Patricia Mendanha Dias