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Congresso dá a largada nas discussões da MP que quer reformar o setor elétrico

Audiências públicas sobre a MP 1304/2025 vão acelerar negociações para o relatório

Eduardo Braga, à bancada, fala durante reunião da na CAE no Senado, em 24 de setembro de 2025, sobre a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais (Foto Andressa Anholete/Agência Senado)
Eduardo Braga, à bancada, fala durante reunião da na CAE no Senado, em 24 de setembro de 2025 (Foto Andressa Anholete/Agência Senado)

NESTA EDIÇÃO. Série de audiências públicas busca avançar nos acordos para alterações no setor elétrico com a MP 1304/2025.
 
MME aprova estudos da Renova para data center na Bahia
 
Petrobras vai retomar produção no FPSO Cidade de Angra dos Reis, depois de interdição. 
 
Ministros de finanças vão apresentar na COP30 relatório com prioridades para alavancar o financiamento climático.


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Depois das articulações nos bastidores, o Congresso Nacional vai dar tração a partir desta semana às discussões sobre a Medida Provisória 1304/2025, a MP dos Vetos, que na prática herdou praticamente todas as propostas do governo de alterações no setor elétrico

  • O relator da MP, o senador Eduardo Braga (MDB/AM), já vinha mantendo conversas internas com parlamentares sobre os impactos das propostas. 
  • Com o início das audiências públicas, a expectativa é acelerar as negociações em torno do relatório
  • O acordo para o enxugamento do texto que tratava da nova tarifa social, a MP 1303, previa que os demais debates sobre o setor seriam encaminhados para a MP dos Vetos, que começa a ser discutida agora. 

A primeira audiência, nesta terça (14/10), vai tratar das medidas para conter o crescimento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) — o que visa ajudar a conter os impactos da ampliação da tarifa social, por meio do programa Luz do Povo. Também vai discutir a abertura do mercado livre de energia para a baixa tensão.

  • Estão previstos ainda debates sobre o aproveitamento do gás natural da União
  • Para recapitular: a MP tem um dispositivo para viabilizar o leilão de gás da PPSA, que prevê que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) poderá determinar as condições e o valor de acesso às infraestruturas de escoamento, processamento e de transporte do gás da União.
  • No entanto, o MME ainda não conseguiu levar a discussão sobre a regulamentação desse dispositivo para o CNPE
  • Para contribuir com a discussão, foram convidados representantes da Aneel, ONS, IBP e dos grandes consumidores, por meio da Abrace. 

Já na quarta (15), o debate vai girar em torno dos cortes de geração (o curtailment) e de eventuais medidas legislativas para incentivar a contratação de potência e flexibilidade para o sistema elétrico. 

  • O mercado está de olho nessa discussão e deve comparecer em peso. Foram convidadas associações ligadas à geração distribuída, solar e eólica, como ABGD, Absolar e Abeeólica.

O tema central da audiência de quinta (16/10) será o armazenamento de energia elétrica, uma das apostas do mercado para combater o curtailment e melhorar o aproveitamento das fontes renováveis

  • A lista de convidados inclui o secretário nacional de Energia Elétrica, João Daniel de Andrade Cascalho; a Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (Absae), e representantes da Associação Brasileira das Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate) e da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage). 

A MP 1304 precisa ser aprovada no Senado Federal e na Câmara dos Deputados até 7 de novembro para não perder a validade. 

  • As discussões sobre a reforma do setor elétrico têm empacado no Congresso nos últimos anos. A expectativa agora é, enfim, destravar esse debate. 


Data center na Bahia. O MME aprovou os estudos para a conexão do Data Center Satoshi I_A, da Renova Comercializadora de Energia, em Igaporã (BA). O projeto ainda depende de autorização do ONS e da Aneel para se conectar à rede.

Enquanto isso, no mercado de combustíveis… As Frentes Parlamentares do Biodiesel e do Etanol (FPBio e FPEtanol) divulgaram uma nota na segunda-feira (13/10) em apoio à atuação da ANP no combate a crimes no mercado de combustíveis.

  • Também estão articulando no Congresso Nacional a aprovação do projeto que torna mais rígidas as regras para o devedor contumaz (PLP 125/2022).

Brasileiros contra óleo. A maioria dos brasileiros avalia que o presidente Lula (PT) deveria proibir a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, região com vários desafios socioambientais, mas com elevado potencial petrolífero, aponta pesquisa Datafolha. (Reuters)

Prejuízo com sonda parada… A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alertou para os custos crescentes que a demora no licenciamento ambiental vêm impondo à Petrobras no bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas

… E com interdição. A Petrobras pretende retomar nos próximos dias a operação da plataforma FPSO Angra dos Reis, no campo de Tupi, no pré-sal da bacia de Santos. A unidade foi paralisada pela ANP por questões de segurança.

Fusões e aquisições. A PetroReconcavo concluiu a venda de 50% de participação e transferência da operação em sete concessões detidas pela companhia no Rio Grande do Norte para a Mandacaru Energia. O valor total do negócio é de US$ 5 milhões.

Preço do barril. O petróleo fechou em alta na segunda-feira (13/10), com declarações mais amenas dos Estados Unidos sobre a imposição de novas tarifas contra a China. A commodity recuperou parte das perdas da sexta-feira (10), quando tombou diante do anúncio das taxas.

  • O Brent para dezembro avançou 0,94% (US$ 0,59), a US$ 63,32 o barril.

Oferta global. A Opep manteve a previsão para o aumento da oferta da commodity este ano dos países que não integram o grupo, em 800 mil barris/dia, segundo relatório mensal publicado na segunda-feira (13/10). De acordo com o cartel, as maiores contribuições deverão vir dos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina.

  • Para 2026, a Opep também reafirmou sua projeção de alta na oferta do petróleo fora do grupo, em 600 mil barris/dia

Etanol em locomotiva. A Vale firmou uma parceria com a fabricante de locomotivas Wabtec para estudar a viabilidade de equipar os veículos com motor flex, capaz de utilizar diesel e etanol

  • Os estudos serão realizados inicialmente em laboratório para validar o conceito e avaliar o desempenho, a redução de emissões e a taxa de substituição etanol/diesel.

Opinião: O futuro da transição energética passa pelo mar e o biodiesel brasileiro pode ser um dos grandes protagonistas dessa rota, escreve André Lavor, CEO e cofundador da Binatural.

Ainda sobre biocombustíveis. Ao discursar na sessão de abertura da reunião preparativa para a COP30 (Pré-COP30) em Brasília, o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), citou o programa Mobilidade Verde (Mover) e a lei do Combustível do Futuro como exemplos de políticas climáticas concretas para a transição energética no Brasil. 

Mapa para financiamento climático. Ministros de finanças irão apresentar esta semana, durante os encontros anuais do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) um relatório com cinco prioridades para alavancar o financiamento climático.

  • O documento, elaborado pelo Círculo de Ministros das Finanças da COP30, será entregue formalmente ao presidente da cúpula climática das Nações Unidas, em novembro em Belém (PA), com o mapa do caminho para alcançar os US$ 1,3 trilhão necessários para a transição de países de renda baixa e média.

Sul Global no centro do debate. Diante da demora da União Europeia de apresentar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, em inglês) ao Acordo de Paris e da saída dos Estados Unidos do tratado, o Sul global deve assumir o protagonismo da agenda climática, avalia André Guimarães, diretor executivo do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).

A escada do hidrogênio. Onde o hidrogênio é essencial? Onde ele é apenas uma opção entre outras, e onde ele simplesmente não faz sentido? Vale subir e descer a escada do hidrogênio proposta por Michael Liebreich e descobrir como esse elemento ancestral pode, ou não, moldar o futuro energético. Leia na Coluna do Gauto.

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