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Barril de petróleo recua no terceiro trimestre

Preços seguem em queda mesmo com acirramento do conflito no Oriente Médio

Navio tanque Margara para exploração offshore de petróleo (Foto Guarda Costeira dos EUA)
Navio tanque Margara para exploração offshore de petróleo | Foto Guarda Costeira dos EUA

NESTA EDIÇÃO. Preços do petróleo em tendência de queda apesar da intensificação do conflito no Oriente Médio.

Suriname, Namíbia e Bolívia buscam fornecedores para exploração e produção de óleo e gás no Brasil.

Lula sanciona lei que destina R$ 18,3 bilhões em créditos fiscais para hidrogênio.

Newave Energia vai construir a maior usina solar de Goiás.

As recomendações do B20 para acelerar a transição energética.

Preços. O barril de petróleo tipo Brent continua em tendência de queda. Na segunda-feira (30/9), os contratos para entrega em novembro encerraram o dia a US$ 71,77, nas negociações que marcaram o fim do terceiro trimestre de 2024

  •  O mês de setembro marcou a primeira vez em que o barril voltou a ser negociado abaixo dos US$ 70 desde o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, em fevereiro de 2022. 

Apesar da leve recuperação nos últimos dias do mês, as cotações ao fim de setembro registraram um recuo de 17,1% na comparação com o fechamento no segundo trimestre do ano, quando o Brent foi negociado a US$ 86,61.

Em relação ao fim do primeiro trimestre, quando o barril fechou em US$ 87,74, a queda foi de 18,2%

Os preços do petróleo têm mantido tendência de baixa mesmo com o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio. 

  •  As incertezas sobre o conflito na região aumentaram depois que Israel intensificou os bombardeios ao Líbano nos últimos dias e matou líderes do Hezbollah e do Hamas. 

 Ainda assim, a alta capacidade ociosa no mercado global de petróleo está colaborando para manter os preços em tendência de queda. 

  •  Há expectativa de aumento no suprimento global nos próximos meses, com o relaxamento das restrições à produção nos países da Opep e aliados (Opep+). 

Os sinais fracos para a demanda também contribuem para a pressão nos preços. Na semana passada, a China lançou um pacote de estímulo monetário e fiscal.

Segundo o Goldman Sachs, os estímulos chineses podem acelerar a transição energética para alternativas não fósseis, o que tem impactos no consumo de petróleo e, consequentemente, no preço do barril.



Suriname, Namíbia e Bolívia buscam fornecedores no Brasil. A Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo (Abespetro) foi procurada por representantes da indústria de petróleo e gás do Suriname e da Namíbia e pela estatal YPF, da Argentina, em busca de colaboração na cadeia de suprimento do setor, segundo o presidente da associação, Telmo Ghiorzi. 

Desafios no projeto Raia. Obter as licenças de instalação e operação no momento necessário são alguns dos desafios para cumprir o cronograma do campo Raia (BM-C-33), na Bacia de Campos, de acordo com a diretora de operações da Repsol Sinopec no Brasil, Judith Pont. O mercado competitivo e a complexidade do projeto também são desafios para iniciar a produção no campo em 2028, conforme previsto. O campo é operado pela Equinor, em parceria com a Repsol Sinopec e a Petrobras.

Recuperação judicial da Copape. A juíza Andrea Galhardo Palma, da 2ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem do Tribunal de Justiça de São Paulo, rejeitou, na sexta-feira (27/09), o pedido de recuperação judicial da formuladora Copape e da distribuidora Aster. As empresas tiveram as autorizações revogadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em julho. Elas pertencem ao mesmo grupo econômico e são alvos de investigações por indícios de crimes fiscais, lavagem de dinheiro e fraudes operacionais.

Mais um passo para a operação da Termopernambuco. A ANP autorizou a Transportadora Associada de Gás (TAG) a operar o gasoduto de conexão do terminal de regaseificação da Eneva, em Sergipe, à malha integrada de transporte, o que permitirá antecipar a contratação termelétrica na crise hídrica. A Eneva ainda aguarda o aval da agência para o seu pedido de revisão de autorização para operação do terminal, para ajustes na infraestrutura interna do terminal.

R$ 18 bi para hidrogênio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou na segunda (30/9) a lei 14.990/2024, que destina R$ 18,3 bilhões em um programa de concessão de créditos fiscais para a produção e consumo de hidrogênio no Brasil. O Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC) é a última parte do marco legal criado pelo Congresso Nacional este ano.

Maior usina solar de Goiás. A Newave Energia, joint venture entre a Gerdau e a gestora de investimentos Newave Capital, vai iniciar a construção do maior parque solar do estado de Goiás, com capacidade instalada de 452 megawatt-pico (MWp). O projeto Barro Alto vai demandar R$ 1,3 bilhão em investimentos. A energia será fornecida para unidades de produção de aço da Gerdau, como parte do processo de descarbonização da companhia.

Regulação do mercado de carbono. Representantes dos setores de aço e cimento defenderam a importância da regulação do mercado de carbono no Brasil. O CEO do grupo Votorantim, Osvaldo Ayres, disse que a regulação é fundamental para que os incentivos levem a uma sociedade com menos emissões. Já o CEO da siderúrgica ArcelorMittal, Jorge Oliveira, lembrou que a empresa vem buscando mecanismos e combustíveis com menor intensidade de carbono.

Marina Silva propõe lastro para recursos ambientais. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva (Rede), defendeu a urgência de uma revisão das regras do sistema financeiro global para incluir critérios que protejam o patrimônio natural e favoreçam o financiamento de projetos sustentáveis em países emergentes. A proposta, que Marina chamou de “Basileia 4”, sugere a criação de um novo acordo internacional voltado à preservação da natureza, com o mesmo rigor aplicado aos acordos financeiros anteriores voltados à mitigação de crises econômicas.

Recomendações do B20 para acelerar transição. Elaborar regimes de incentivos para triplicar a capacidade renovável até 2030, estabelecer mecanismos para explorar o potencial sustentável e a prontidão de bioenergia e viabilizar a expansão de soluções como captura, uso e armazenamento de carbono (CCUS), hidrogênio limpo e energia nuclear são algumas das propostas de ação política apresentadas pelo B20, braço empresarial do G20. O grupo está sob coordenação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Leia na Diálogos da Transição

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