RIO – Representantes dos setores de aço e cimento defenderam a importância da regulação do mercado de carbono no Brasil em entrevista ao estúdio eixos na ROG.e na quinta-feira (26/9).
O CEO do grupo Votorantim, Osvaldo Ayres, disse que a regulação é fundamental para que os incentivos levem a uma sociedade com menos emissões.
“A falta dessa convergência da regulação desse mercado faz com que uma série de iniciativas hoje viáveis tecnicamente ainda não sejam viáveis economicamente. É uma equação que envolve financiamento e políticas públicas, mas começa por uma regulação de mercado de carbono”, reforçou.
A fundadora e CEO da consultoria Catavento e ex-presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), Clarissa Lins, lembrou que o país não impõe um preço em carbono.
Lins afirmou que o mercado brasileiro ainda não remunera o chamado “prêmio verde”, pago a produtos com menor emissão de gases de efeito estufa.
“A gente precisa de clareza regulatória para estimular as novas rotas tecnológicas que nos alavancarão para uma indústria menos emissora de carbono. Eu vejo com muito bons olhos, também acredito que o marco legal do mercado regulado de carbono traz o elemento da precificação, que é muito importante para poder comparar alternativas”, pontuou.
O CEO da siderúrgica ArcelorMittal, Jorge Oliveira, disse que a empresa tem compromisso com a neutralidade de emissões de CO2 até 2050 e vem buscando mecanismos e combustíveis com menor intensidade de carbono.
“O Brasil precisa de regulação do mercado de carbono e política que atraia investimento externo para o país, que já tem uma energia muito limpa”, reforçou.
Oliveira explicou, ainda, que a ArcelorMittal tem planos para a captura e estocagem de carbono (CCS) e o uso da recirculação de gases, medida que visa aumentar a eficiência energética e reduzir emissões, além de estar relacionada a futuros empreendimentos de CCS.