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Ano intenso de contratações para o setor começa com confirmação do leilão de reserva de capacidade 

Inclusão de hidrelétricas no LRCAP e leilão exclusivo para PCHs e CGHs abre novas perspectivas para a fonte

Leilão de sistemas isolados (Sisol) tem previsão de R$ 452 milhões em investimentos e terá participação de baterias. Na imagem: Martelo usado em leilões (Foto Saulo Cruz/MME)
Aneel terá intenso calendário de leilões, com certames para compra de energia nova e existente, baterias, sistemas isolados e transmissão | Foto Saulo Cruz/MME

Estamos de volta! Depois de uma pausa, retornamos com a cobertura diária dos principais acontecimentos do dia. Nesta edição, você vai encontrar um resumo do que aconteceu de mais relevante nos mercados de energia e petróleo e gás na última semana. Confira também as notícias do mês de dezembro em nosso site.

Feliz ano novo e boa leitura!


NESTA EDIÇÃO. A confirmação das diretrizes e da data do leilão de reserva de capacidade

Sobreoferta e tensões geopolíticas devem impactar mercado de petróleo e gás em 2025.

O debate em torno do benefício à Refinaria de Manaus na reforma tributária. 

Brava inicia sistema definitivo de Atlanta

Prio entra na comercialização de gás. 

Lula sanciona lei que prevê rateio de CBios e regras mais rígidas para metas do RenovaBio.


EDIÇÃO APRESENTADA POR

A confirmação no dia 2 de janeiro das diretrizes do leilão de reserva de capacidade marcou o início de um ano que promete um calendário intenso de contratações para o setor elétrico no Brasil. 

No leilão previsto para junho serão contratadas térmicas a gás natural e biocombustíveis. Usinas existentes poderão assegurar contratos a partir deste ano e projetos novos a partir de 2028. Veja os detalhes

  • As regras abrem caminho para a recontratação de térmicas a gás natural existentes a curto prazo – caso do parque descontratado da Petrobras.
  • Mas foram um balde de água fria para os atores que esperavam assegurar novos contratos para usinas com acordos vigentes no ambiente regulado, como a Eneva

Falando em água… Conforme esperado, a fonte hidrelétrica poderá participar pela primeira vez de um leilão desse tipo, com a ampliação de capacidade instalada. 

  • É um indicativo de novas perspectivas para o segmento, que não tem tido grandes aumentos de capacidade devido às dificuldades socioambientais para a construção de novos reservatórios. 
  • A Abrage estima mais de 7 GW de potencial para ampliação em curto prazo da geração hidrelétrica por meio da instalação de novas unidades em estruturas e reservatórios já existentes. Parte dessa potência, inclusive, pode ser antecipada para antes de 2030, segundo a associação
  • A expectativa é que esse seja o primeiro passo para maiores contratações de ampliação de potência em hidrelétricas existentes nos próximos anos. 

A fonte também terá um leilão exclusivo este ano: o A-5 de julho será voltado às hidrelétricas de pequeno porte.

Em 2025, o país deve ter ainda um leilão inédito, para a contratação de baterias, além dos já tradicionais certames para energia existente, geração para sistemas isolados e linhas de transmissão. Confira os leilões previstos

E o setor de óleo e gás? Também há previsão de uma oferta pública da rodada permanente da ANP ainda no primeiro semestre de 2025, depois de um ano sem ofertas. Em dezembro, o MME e o MMA disponibilizaram 393 blocos e cinco áreas de acumulações marginais para inclusão no sistema.



Para onde vai a indústria de óleo e gás em 2025? Setor deve conviver com mudanças na política dos EUA e tensões geopolíticas. Nos fundamentos do mercado de petróleo, a tendência é de sobreoferta – o que pode ajudar a pressionar os preços para baixo e a comprimir as margens no refino. Confira as principais tendências para o setor de petróleo e gás este ano

Planos da Petrobras no mercado de combustíveis. O posicionamento estratégico da companhia nesse segmento não passa mais pela volta ao segmento de distribuição, disse a presidente Magda Chambriard, em entrevista ao programa Canal Livre, da Band. A estatal, no entanto, quer se reaproximar de grandes consumidores, em busca de um mercado para os seus novos produtos de baixo carbono, como o diesel coprocessado com óleo vegetal e o bunker (combustível marítimo) com conteúdo renovável.

Benefício à Refinaria de Manaus. A Refina Brasil enviou um ofício ao presidente Lula (PT) manifestando apoio ao dispositivo incluído na regulamentação da reforma tributária que, na prática, estende benefícios da Zona Franca de Manaus à Ream, que pertence ao grupo Atem. O movimento é uma resposta às manifestações e pedidos de vetos das associações que representam as grandes distribuidoras de combustíveis.

  • O IBP alega que o benefício, caso aprovado, vai gerar distorções concorrenciais. Já a associação dos refinadores privados afirma que as alegações de prejuízo à concorrência não se sustentam. 

Brava inicia sistema definitivo de produção de Atlanta… O FPSO Atlanta iniciou as operações na terça (31/12) no campo localizado no pós-sal da Bacia de Santos. Até então, a produção na área ocorria por meio de um sistema de produção antecipada. Atlanta é o primeiro projeto desenvolvido desde a fase inicial por uma petroleira independente do Brasil. O investimento foi de cerca de US$ 1,2 bilhão

…E conclui a entrada no Parque das Conchas. A Brava Energia também concluiu a aquisição da fatia de 23% da Qatar Energy no Parque das Conchas, na parte capixaba da Bacia de Campos. O valor da transação é de US$ 150 milhões. Com isso, a companhia passa a ser sócia da Shell, que opera o ativo com 50% de participação na concessão, e da indiana ONGC, com os 27% remanescentes.

Prio entra na comercialização de gás. A petroleira independente firmou um acordo com a Petrobras para acessar o Sistema Integrado de Escoamento de gás natural da Bacia de Campos (SIE-BC) e a Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas, em Macaé (RJ). Com isso, a Prio poderá viabilizar, a partir de 2025, a venda de seu gás diretamente no mercado. A carteira inicial será de 300 mil m³/dia, mas a previsão é ultrapassar 1 milhão de m³/dia ao longo de 2025.

Monofasia na reforma tributária. Um grupo de cinco associações ligadas a diferentes elos da cadeia do gás natural – incluindo produtores, transportadoras, termelétricas e o setor de biogás – enviou uma carta ao presidente Lula pedindo o veto aos trechos da regulamentação da reforma tributária que incluem o gás natural e o biometanono regime monofásico.

  • Segundo o grupo, a monofasia pode engessar o desenvolvimento de novos negócios e o uso do gás como insumo industrial; e, no caso da geração de energia elétrica, criar um “cenário de provável bitributação”.

Gás argentino. As comercializadoras Edge, MGás (da J&F) e Tradener fecharam novos acordos de suprimento com produtores argentinos para importação de gás natural do país vizinho. Agentes de mercado de ambos os países travam uma corrida e se movimentam para viabilizar o envio das primeiras moléculas de gás argentino ao Brasil na janela do verão. 

Nova presidente da TBG. Angélica Laureano tomou posse na segunda (30/12) como nova presidente da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil. Ela substitui Erik Breyer, no cargo desde janeiro de 2023. Um dos desafios imediatos da CEO será chegar a uma solução com a ANP para o aumento inesperado das tarifas do Gasbol em 2025.

Combustíveis aquaviários, SAF e GLP. O MME definiu a composição do grupo de trabalho responsável pelos estudos que subsidiarão o CNPE em novas políticas nesses segmentos, com foco na descarbonização e concorrência. Uma das finalidades do grupo será a proposição da inclusão do combustível aquaviário sustentável no RenovaBio, assim como a escalabilidade de combustíveis de baixo carbono no transporte aquaviário.

RenovaBio. O presidente Lula sancionou a lei 15.082/2024, que trata do rateio dos Créditos de Descarbonização (CBIOs) entre produtores de biocombustíveis e fornecedores de matéria-prima (sobretudo a cana, na produção de etanol). A legislação, oriunda do PL 3149/2020, também endurece as penalidades por descumprimento das metas de descarbonização do programa.

Bancos deixam aliança pelo clima. Morgan Stanley, Citigroup e Bank of America anunciaram que vão deixar a Net-Zero Banking Alliance, coalizão para combater as mudanças climáticas. Outras instituições financeiras fizeram movimentos semelhantes no ano passado. (Bloomberg Línea).

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