MPF pede paralisação parcial da Reduc e pagamento de R$ 50 mi pela Petrobras

Ação Civil Pública mira Petrobras, Inea e o estado do Rio de Janeiro pelo não cumprimento de um termo de ajustamento de conduta

Esferas de armazenamento de GLP da Reduc (RJ)
Esferas de armazenamento de GLP da Reduc (RJ)

O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro entrou com uma ação civil pública solicitando a paralisação parcial das atividades da Refinaria Duque de Caxias (Reduc) até que seja regularizada a  emissão de efluentes da refinaria no Rio Iguaçu e na Baía de Guanabara. Pede ainda que a estatal repare os danos causados ao ambiente e à população da região através de investimentos em projetos socioambientais no valor de R$ 50 milhões.

A ação contra a Petrobras, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e o Estado do Rio de Janeiro, pede o reconhecimento da responsabilidade civil dos três réus e a adoção de medidas de reparação. O MPF solicita também a adequação da atividade produtiva no prazo de 30 dias.

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Já o INEA e o governo do Rio deverão investir na implantação de projetos para o tratamento da saúde da população afetada. Juntos, os três réus deverão desembolsar outros R$ 40 milhões para reparar os danos morais coletivos causados à população.

O MPF ainda pede a criação de plano emergencial para o cumprimento de diversas ações que a empresa deveria ter adotado no termo de ajustamento de conduta (TAC) assinado em 2011. O TAC foi encerrado em 2017 sem o cumprimento das medidas que o MPF afirma serem fundamentais para a proteção ambiental da região. A empresa está usando o acordo, segundo o MPF, para retardar as ações que precisam ser feitas.

“A postergação indefinida do cumprimento de obrigações essenciais acaba por legitimar a violação, em larga escala, de princípios constitucionais ambientais e de toda a legislação correlata”, diz o procurador da República Julio José Araujo Junior, que assina a peça.

A ação é fruto de apuração de três inquéritos do MPF que apontaram problemas no licenciamento da refinaria e flagraram o constante despejo de substâncias tóxicas nos rios do entorno e na Baía de Guanabara. De acordo com o MPF, o despejo causa grandes impactos na biodiversidade local.

Interligação com o Comperj

A Petrobras estuda investir em uma planta de lubrificantes no Comperj, em Itaboraí (RJ), interligada à Reduc. O investimento ainda está em análise, mas seria parte dos aportes na modernização do parque de refino, concentrado no Rio e São Paulo. A Petrobras tenta vender seis refinarias em outras regiões do país, além da Lubnor, de lubricantes no Ceará, e a SIX, que processa xisto betuminoso no Paraná.

Na quarta (18), a companhia oficializou que não vai mais construir uma refinaria em Itaboraí. O estudo de viabilidade em conjunto com a CNPC foi encerrado.

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