Energia

MME prepara leilão de baterias para 2025

Próximo leilão de reserva de capacidade deverá deixar a tecnologia de fora, para estudar o tema no ano que vem

Solar e eólica associada à tecnologia BESS para armazenamento de energia em grandes baterias em projeto da Oncorp, no sistema isolado de Roraima, para armazenar energia com baterias Moura (Foto: Divulgação Baterias Moura)
Tecnologia BESS em projeto da Oncorp, no sistema isolado de Roraima, para armazenamento em grandes baterias (Foto: Divulgação Baterias Moura)

BRASÍLIA – O governo federal trabalhar para realizar um baterias de armazenamento após o próximo Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP). Devido à falta de tempo, o certame que deve ocorrer ainda neste ano terá usinas hidrelétricas e termelétricas, como de costume.

O Ministério de Minas e Energia  (MME) se prepara para definir diretrizes legais para um leilão específico com as baterias em 2025.

As associações pressionam o Poder Executivo pela inclusão da tecnologia de armazenamento.

Prova disso é que a Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara dos Deputados promoveu uma audiência pública, nesta quinta-feira (4/7), onde as entidades convidadas falaram em tom único que as baterias são o futuro do sistema elétrico, já que seriam capazes de atender a rampa de consumo do fim da tarde. Com a saída das solares ao entardecer, a potência seria conservada, sem ficar dependente apenas das térmicas.

O ministério reconhece que as baterias têm um papel complementar no atendimento aos requisitos de potência, mesmo que não substituam completamente a necessidade de outras fontes despacháveis. Embora exista um lobby das associações, o MME tomou a decisão de incluir as baterias com embasamento técnico.

A redução dos preços das baterias também colabora para o desenvolvimento do setor. O ministro de Minas de Energia, Alexandre Silveira (PSD), defende abertamente a tecnologia e já mencionou a possibilidade.

“Quero fazer um leilão de baterias no Brasil, eu tenho a expectativa de que as energias intermitentes a curto e médio prazo possam se estabilizar e assim ter tranquilidade para nos dar segurança energética”, disse o ministro em junho.

Um dos motivos para a demora na definição do próximo LRCAP foi a consulta pública que durou mais de 50 dias. Nesse período, foram recebidas cerca de 200 contribuições. O leilão realizado neste ano atenderá as demandas de 2027 e 2028. No início de 2025, a demanda de energia e o comportamento do sistema elétrico durante a seca serão analisados para, depois disso, serem definidas as diretrizes do leilão que vai incluir as baterias.