RIO — A ExxonMobil e a LG Chem – fabricante de baterias de íons de lítio – assinaram, na última quarta (20/11), um memorando de entendimento (MoU) para fornecimento de longo prazo de até 100 mil toneladas de carbonato de lítio.
O material virá do do projeto da ExxonMobil de exploração e produção de lítio Smackover, no Arkansas, Estados Unidos, para ser destinado à planta de produção da LG Chem no Tennessee. Segundo o anúncio, este será o maior empreendimento do tipo no país.
“Os Estados Unidos precisam de um suprimento doméstico seguro de minerais críticos como o lítio”, comenta Dan Ammann, presidente da ExxonMobil Low Carbon Solutions.
A Lei de Redução da Inflação (IRA, em inglês), encabeçada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, estabeleceu subsídios a veículos elétricos que possuam 80% dos minerais utilizados em suas baterias, oriundos dos EUA ou de países com quem possui acordo de livre comércio.
“A ExxonMobil se orgulha de liderar esse esforço, criando empregos, impulsionando o crescimento econômico e fortalecendo a segurança energética”, afirmou Ammann.
Contudo, a companhia ainda não tomou a decisão final de investimento, que segundo a empresa está condicionada a fatores como a implementação de regulamentações “comercialmente competitivas”.
Disputa com a China
Os Estados Unidos vêm se movimentando para garantir o fornecimento de minerais críticos para a indústria doméstica, reduzindo sua dependência da China, que hoje concentra cerca de 80% da capacidade de beneficiamento do lítio, por exemplo.
Este ano, Biden anunciou US$ 18 bilhões em novas tarifas sobre importações chinesas – o que deve se intensificar no próximo governo do presidente eleito Donald Trump.
Na ocasião, a Casa Branca afirmou que os aumentos tarifários são necessários para proteger a indústria doméstica.
O governo norte-americano espera quadruplicar as tarifas sobre veículos elétricos importados da China, de 25% para 100%. Também há a indicação de mais que triplicar as tarifas sobre baterias de íon-lítio para veículos elétricos e baterias de lítio destinadas a outros usos.
A planta da LG Chem começou a ser construída em dezembro do ano passado e deve ter uma capacidade de produção anual de 60 mil toneladas.
Segundo Shin Hak-cheol, CEO da LG Chem, a construção de uma cadeia de suprimentos de lítio com a ExxonMobil, uma das maiores empresas de energia do mundo, ajudará a fortalecer a competitividade do grupo em relação aos minerais críticos.