LYON (FR) — O secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright, anunciou, nesta sexta-feira (30/5), o encerramento de 24 concessões emitidas pelo Escritório de Demonstrações de Energia Limpa (OCED, em inglês), que incluíam, principalmente, financiamentos para captura e armazenamento de carbono (CCS) e iniciativas de descarbonização.
Os projetos de CCS são estratégicos para a indústria de combustíveis fósseis, inclusive entre apoiadores de Donald Trump. Produtores de óleo e gás norte-americanos enxergam nos projetos de armazenamento de carbono uma alternativa para dar longevidade aos seus ativos, em meio à pressão por corte de emissões para frear a crise climática.
De acordo com informações da Reuters, os cortes incluem quase US$ 332 milhões para um projeto da ExxonMobil em Baytown, no Texas, US$ 500 milhões para a Heidelberg Materials na Louisiana, e US$ 375 milhões para a Eastman Chemical Company em Longview, também no Texas.
Ao todo, as concessões encerradas pelo Departamento de Energia (DoE) representavam mais de US$ 3,7 bilhões em subsídios.
Em nota, o departamento justifica que esses projetos não atendem às necessidades energéticas da população, não eram economicamente viáveis e não gerariam retorno positivo sobre o investimento dos recursos públicos.
Quase 70% dos projetos foram assinados entre o dia da eleição estadunidense (5 de novembro) e o dia da posse de Donald Trump (20 de janeiro).
“O governo anterior falhou ao não realizar uma análise financeira rigorosa antes de comprometer bilhões de dólares dos contribuintes”, disse Wright em nota.
“A administração Trump está fazendo a devida diligência para garantir que estamos utilizando os recursos públicos de forma a fortalecer nossa segurança nacional, apoiar fontes de energia acessíveis e confiáveis e avançar projetos que gerem o maior retorno possível sobre o investimento”, completou.
Trump contra renováveis
Desde que assumiu seu segundo mandato, Donald Trump tem sancionado uma série de medidas contra o investimento em energias renováveis nos EUA e a favor de combustíveis fósseis.
Entre elas está a suspensão temporária para emissão de novas licenças para projetos de energia eólica onshore e offshore, além da aplicação de tarifas sobre importações de equipamentos.
Já o setor de energia solar do país se vê ameaçado pela eliminação de créditos de energia renovável e prazos mais breves para as mudanças, projeto aprovado na Câmara dos Representantes, que aguarda decisão do Senado.