Transição energética global movimentará US$ 23 trilhões até 2030, diz secretária de Energia dos EUA

Painéis solares e torres eólicas (Foto: Hydro/Divulgação)
Painéis solares e torres eólicas (Foto: Hydro/Divulgação)

A secretária do Departamento de Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, afirmou nesta sexta (23), que a transição energética movimentará no mínimo US$ 23 trilhões até 2030.

“Estamos olhando para um mercado global de US$ 23 trilhões, com a transição verde até 2030, no mínimo. Isso significa que vamos poder refazer a economia, criar novos negócios, e colocar milhões e milhões de pessoas para trabalhar”, disse Granholm no segundo dia da Cúpula do Clima.

“Nosso plano de empregos pede por investimentos massivos em energia limpa, pesquisa e desenvolvimento, e implementação”, conclui.

O Plano Americano de Empregos (The American Jobs Plan) a que ela se refere é uma das prioridades do presidente Joe Biden, em seu pacote de US$ 2 trilhões em investimentos em infraestrutura para mudanças climáticas.

O pacote inclui, por exemplo, US$174 bilhões em recursos para desenvolvimento do mercado de veículos elétricos e até US$100 bilhões para implantação de energias limpas e investimentos em captura de carbono para grandes indústrias poluentes.

Tais investimentos irão contribuir para a redução das emissões em 50% até 2030, nova meta anunciada por Biden na última quinta (22) durante abertura da cúpula.

Granholm ressaltou a importância das novas metas apresentadas pelo presidente norte-americano e afirmou aos líderes mundiais presentes que será necessário elevar as ambições coletivas sobre mudanças climáticas, aumentando também investimentos em pesquisa e desenvolvimento de energias limpas.

“Precisamos de inovação destemida para reduzir os custos das baterias, gerar o comércio de captura de carbono, e preparar o mercado de hidrogênio azul e verde”, disse.

[sc name=”adrotate” ]

Competitividade e novas tecnologias

A competitividade das fontes limpas de energia em relação às tradicionais foi outro ponto destacado pela secretária. No final de março, o Departamento de Energia havia divulgado a meta de reduzir me 50% ou mais os custos da energia solar até 2030.

Granholm disse que nos próximos dias novas metas serão anunciadas, começando pelo hidrogênio, captura de carbono e armazenamento de energia.

“Começaremos a reduzir o custo do hidrogênio renovável em 80% antes de 2030, tornando-o competitivo com o gás natural”, afirmou.

O fundador da Microsoft, Bill Gates, reiterou o desafio das energias renováveis quando o tema é preço e custos.

“Quase todas tecnologias de carbono zero são mais caras que as que utilizam combustível fóssil”, afirmou.

Para mudar este cenário, Gates disse que serão necessárias tecnologias ainda não existentes no mercado.

“A mudança climática é uma questão muito complexa. E usar apenas as tecnologias atuais não vai permitir atingirmos nossas ambições”.

Além de novas tecnologias, o executivo afirmou que sistemas inovadores de financiamento também serão necessários.

Bill Gates é fundador do Breakthrough Energy Ventures, inciativa que já levantou mas de US$ 2 bilhões para financiar projetos inovadores que ajudem o planeta a atingir a neutralidade das emissões.

“Estamos arrecadando dinheiro para governos, empresas de filantropia, para fazer grandes investimentos de capital necessários para financiar todos os custos de tecnologias emergentes.”, afirmou.

[sc name=”news-transicao” ]