RIO — A espanhola Repsol cortou sua meta de produção de hidrogênio verde para 2030 em até 63%, segundo informações da Reuters.
Com a revisão da meta, a empresa espera atingir entre 0,7 gigawatts (GW) e 1,2 GW de capacidade de eletrolisador até o final da década, frente à meta de 1,9 GW estipulada anteriormente.
O presidente da companhia, Josu Jon Imazda, disse que a decisão se deve a demora no desenvolvimento da nova indústria, bem como pela necessidade intensiva de subsídios para viabilização dos projetos.
“Estamos priorizando o retorno e a prudência na alocação de capital em vez de qualquer meta de capacidade”, disse ele.
No ano passado, a companhia já havia suspendido três projetos de hidrogênio verde na Espanha. Um de 100 MW em Cartagena, e outros dois em Tarragona e no País Basco, com capacidades de 150 MW e 100 MW, respectivamente.
O anúncio vem na esteira de outras petroleiras, como Equinor e Shell, que também revisaram suas estratégias para renováveis, para focar investimentos na produção de óleo e gás.
A norueguesa Equinor anunciou, no início do mês, a redução de até 25% da sua meta de capacidade instalada em energias renováveis até 2030, passando de 12-16 GW para 10-12 GW, até 2030.
No Brasil, a Shell pausou o projeto de pesquisa e desenvolvimento de uma planta-piloto de hidrogênio verde no Porto do Açu, no Norte fluminense, em meio à interrupção global de novas iniciativas nesse segmento pela companhia fora da Europa.
Já a bp, juntamente com a espanhola Iberdrola, anunciou o início das obras de construção de uma planta de hidrogênio verde na Espanha, com 25 MW.
Incentivos do governo espanhol
Nesta sexta (21/2), o Ministério para a Transição Ecológica da Espanha publicou a convocatória para projetos de hubs de hidrogênio verde no país, que receberão incentivos de mais de 1,2 bilhões de euros dos fundos NextGenEU.
Além disso, em janeiro, o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou 400 milhões de euros para projetos de hidrogênio que não foram selecionados no primeiro leilão do Banco Europeu do Hidrogênio.
Na ocasião do leilão, em abril de 2024, a Espanha apresentou 46 projetos com uma capacidade combinada de eletrólise de 2,9 GW.
Segundo Sánchez, o país está crescendo mais e de forma mais sustentável do que qualquer outro, consolidando-se como um líder global em hidrogênio verde e a quinta economia mais sustentável entre as grandes potências mundiais.