Mercado de trabalho

Hidrogênio verde vai demandar três mil técnicos por ano no Brasil, aponta Senai

A produção de hidrogênio por eletrólise é vista como a área com maior potencial de crescimento nos próximos anos

Hidrogênio de baixo carbono produzido no Brasil atende a critérios da União Europeia, diz estudo da consultoria britânica Aurora. Na imagem: Primeira planta de hidrogênio verde do Brasil, da EDP, na UTE Pecém, no Ceará (Foto: José Wagner/Governo do Ceará)
Primeira planta de hidrogênio verde do Brasil, da EDP, na UTE Pecém (Foto: José Wagner/Governo do Ceará)

RIO – A indústria do hidrogênio verde no Brasil demandará a formação de quase tês mil técnicos especializados por ano para atender às necessidades de instalação, manutenção e renovação de sistemas desta nova tecnologia, de acordo com uma pesquisa recente do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

O estudo, realizado em parceria com o projeto H2Brasil – da Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ) –, destaca que apesar de o Brasil estar em uma posição privilegiada para expandir a produção de hidrogênio verde, o sucesso dessa nova indústria dependerá da capacitação de trabalhadores qualificados em diversas áreas técnicas e tecnológicas.

O estudo, feito pelo diretor do Instituto de Inovação e Tecnologia de Berlim, Marc Bovenschulte, entrevistou entre 7 e 21 de agosto 128 especialistas brasileiros em hidrogênio verde, distribuídos principalmente nas regiões Nordeste (42%) e Sudeste (39%).

Perfil dos trabalhadores

Os especialistas entrevistados no estudo estimaram que o Brasil precisará de 2.863 novos técnicos e trabalhadores qualificados anualmente para lidar com a instalação e operação das plantas de hidrogênio verde. 

Além disso, haverá uma demanda por 2.248 trabalhadores semiqualificados e cientistas e engenheiros altamente especializados, especialmente em universidades e centros de pesquisa.

A produção de hidrogênio por eletrólise, que utiliza energia renovável para separar moléculas de água em hidrogênio e oxigênio, é vista como a área com maior potencial de crescimento nos próximos anos.

Pouco mais da metade (56%) dos entrevistados acreditam que essa será a principal fonte de expansão do hidrogênio no país, seguida pela produção de hidrogênio a partir de biomassa (49%).

O hidrogênio verde já conta com mais de 60 anúncios de projetos no Brasil, com investimentos estimados em R$ 188,7 bilhões. Somente o Porto de Pecém, no Ceará, concentra a maior parte desses aportes, com R$ 110,6 bilhões destinados à construção de plantas de produção, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).