Energia

Hidrogênio verde: conheça 16 projetos promissores em desenvolvimento no Brasil

Mais de US$ 30 bilhões em investimentos estão previstos para a fonte, em dezenas de usinas ao redor do país

Hidrogênio verde: conheça 10 projetos promissores em desenvolvimento no Brasil. Na imagem: tanque de armazenamento de hidrogênio associado a geração eólica e solar (Foto: Alexander Kirch/Shutterstock)
São oito usinas comerciais e dois projetos-piloto para o hidrogênio em andamento no país (Foto: Alexander Kirch/Shutterstock)

Nos últimos anos, dezenas de projetos para produção de hidrogênio verde (H2V) no Brasil foram anunciados. Estima-se que juntos eles somem mais US$ 30 bilhões em investimentos, de acordo com levantamento do Instituto Nacional de Energia Limpa (Inel).

A maior parte ainda está em estudo de viabilidade, com apenas memorandos de entendimento assinados com portos e governos estaduais. Entretanto, o Brasil já começa a ver alguns empreendimentos saírem do papel, entre pilotos e plantas de escala industrial.

Os projetos estão concentrados nos portos-indústria do Brasil, que agregam algumas características importantes.

Além de contarem com a infraestrutura para exportação do hidrogênio, os portos possuem potenciais consumidores domésticos e estão próximos a grandes projetos de eólicas offshore, com enorme capacidade de produção de energia renovável.

O que é o hidrogênio verde?

Ainda há uma discussão sobre a nomenclatura do hidrogênio em relação à intensidade de sua emissão de carbono.

Mas o critério mais aceito é que o hidrogênio verde é produzido através da eletrólise da água — separação das moléculas de oxigênio e hidrogênio — com o uso de energia renovável, como hidrelétrica, eólica, solar, biomassa ou biogás.

Também é considerado verde o hidrogênio produzido a partir de reforma e gaseificação de biomassa e biogás, alimentado por resíduos agroindustriais.

Como é usado o hidrogênio verde?

O hidrogênio verde é apontado como alternativa para a descarbonização de setores com alta intensidade de emissões de carbono, como transporte, petroquímico, siderurgia e mineração.

Pode substituir os combustíveis fósseis em veículos leves, caminhões, trens e navios; atuar como energético industrial nas indústrias de cimentos, aço e papel e celulose; e servir de matéria-prima na siderurgia, produção de fertilizantes e refino de petróleo.

Não há consenso sobre melhor forma de transporte do hidrogênio em larga escala. Entre elas, estão a injeção de hidrogênio na malha de gasodutos existentes, ou a construção de gasodutos dedicados.

Outra aposta é a conversão do hidrogênio em amônia para viabilizar o transporte de longas distâncias em navios. Em geral, dez toneladas de hidrogênio podem ser convertidas em aproximadamente em 60 toneladas de amônia.

Veja abaixo 16 das principais iniciativas para produção de hidrogênio verde no Brasil, listados de acordo com o andamento dos projetos. 

São doze usinas comerciais e quatro projetos-piloto.

Fortescue (Ceará)

A usina de hidrogênio verde, projetada pela gigante australiana da mineração, Fortescue, deve ser instalada no Complexo do Pecém com aporte estimado em R$ 17, 5 bilhões, de acordo com o MDIC.

O projeto espera produzir cerca de 500 toneladas diárias de hidrogênio a partir da eletrólise da água, utilizando 1,2 gigawatts de energia renovável.

A empresa foi uma das primeiras a assinar um memorando de entendimento com o Ceará, em 2021, para integrarem o hub de hidrogênio verde do Pecém.

Em julho de 2024, a Fortescue chegou à decisão antecipada de investimento (EID, na sigla em inglês) para o projeto. A EID é a etapa que antecede a decisão final de investimento (FID), prevista para 2025.

Em outubro de 2024, a companhia recebeu do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) sinal verde para a instalação do projeto no Setor 2 da ZPE do Complexo do Pecém, além da Licença de Instalação da autoridade ambiental do Estado do Ceará, a Semace, para que possa iniciar as obras de preparação do terreno até o final do ano.

O projeto de hidrogênio da Fortescue é um dos onze que já possuem pedido de conexão à rede elétrica do Sistema Interligado Nacional (SIN), conforme informações do Ministério de Minas e Energia.

Além disso, ele também integra a lista de projetos selecionados pelo governo para captar investimentos internacionais na Plataforma de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica do Brasil (BIP).

  • Investimento: incialmente de US$ 6 bilhões/ atualizado em outubro de 2024 para cerca de US$ 3,5 bilhões
  • Produção de hidrogênio verde: 180 mil de toneladas/ano
  • Capacidade de eletrólise:  1.2 GW
  • Início previsto: 2025
  • Operação plena: 2027

Atlas Agro (Minas Gerais)

A Atlas Agro desenvolve uma planta de hidrogênio verde para produção de fertilizantes em Minas Gerais. É um dos poucos projetos de hidrogênio verde no Brasil que olham para o mercado doméstico, e não para exportação.

A fábrica que será construída em Uberaba (MG), faz parte do projeto Uberaba Green Fertilizer (UGF) e prevê investimentos de R$ 4,3 bilhões. A planta já concluiu a fase de pré-engenharia e se prepara para iniciar o projeto executivo.

O projeto prevê a utilização de energia solar e eólica para produzir hidrogênio e amônia verdes, com capacidade de 530 mil toneladas por ano, atendendo à demanda regional de fertilizantes e reduzindo a pegada de carbono nas lavouras em até 50%.

Contrariando as previsões do mercado, o fertilizante feito a partir do hidrogênio verde  será vendido no mercado brasileiro ao mesmo preço que o convencional, produzido com gás natural, segundo disse Rodrigo Santana, diretor de operações da Atlas Agro,  em entrevista à eixos.

A empresa com sede na Suíça, conta com um escritório em Madrid, na Espanha, e além do Brasil, tem um projeto similar de produção de fertilizantes a partir de hidrogênio verde no estado de Washington, Estados Unidos.

O projeto já possui pedido de conexão à rede de transmissão, e também foi escolhido pelo governo para captar investimentos internacionais por meio da Plataforma de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica do Brasil (BIP).

  • Investimento:  R$ 4,3 bilhões
  • Produção de amônia verde: 530 mil de toneladas/ano
  • Capacidade de eletrólise:  2.5 GW
  • Início previsto: 2028

O projeto prevê a utilização de energia solar e eólica para produzir hidrogênio e amônia verdes, com capacidade de 530 mil toneladas por ano, atendendo à demanda regional de fertilizantes e reduzindo a pegada de carbono nas lavouras em até 50%.

Contrariando as previsões do mercado, o fertilizante feito a partir do hidrogênio verde  será vendido no mercado brasileiro ao mesmo preço que o convencional, produzido com gás natural, segundo disse Rodrigo Santana, diretor de operações da Atlas Agro,  em entrevista à eixos.

A empresa com sede na Suíça, conta com um escritório em Madrid, na Espanha, e além do Brasil, tem um projeto similar de produção de fertilizantes a partir de hidrogênio verde no estado de Washington, Estados Unidos.

  • Investimento:  R$ 4,3 bilhões
  • Produção de amônia verde: 530 mil de toneladas/ano
  • Capacidade de eletrólise:  2.5 GW
  • Início previsto: 2028

Green Energy Park (Piauí)

A Green Energy Park (GEP) desenvolve um dos maiores projetos de hidrogênio verde do mundo, no Piauí.

No ano passado, a presidente da Comissão Europeia confirmou o aporte de 2 bilhões de euros para financiar a produção de hidrogênio verde no Brasil. Parte dos recursos serão destinados ao projeto da GEP.

O projeto terá capacidade de produzir 10 GW de hidrogênio limpo e amônia que, a princípio, seriam enviados para a ilha de Krk, na Croácia.

A partir daí, o hidrogênio poderia abastecer consumidores industriais no Sudeste da Europa.

O projeto Green Energy Park Piauí deve ser instalado na ZPE de Parnaíba, e terá uma conexão com o futuro Porto de Luís Correia — ainda em construção.

A produção está programada para começar já em janeiro de 2028. Há possibilidade também de atendimento à demanda nacional.

O projeto será implementado em 6 etapas, que devem durar 10 anos, com um investimento que deve superar R$200 bilhões. O objetivo do projeto é produzir 2,8 milhões de toneladas de hidrogênio verde e 15 milhões de toneladas de amônia anualmente.

A produção de hidrogênio será alimentada pelo parque de geração de energia solar fotovoltaica que será desenvolvido no interior do estado. Os projetos de usinas fotovoltaicas devem ter 30GW.

Em outubro de 2024, a empresa anunciou uma parceria com a Vale para estudar a construção de um mega hub de hot-briquetted iron (HBI ou ferro-esponja) no Brasil, alimentado por hidrogênio renovável.

  • Investimento: incialmente de US$ 200 bilhões pelo período de 10 anos
  • Produção de hidrogênio e amônia verde: 2,8 milhões de toneladas de hidrogênio verde e 15 milhões de toneladas de amônia por ano
  • Capacidade de eletrólise:  10 GW
  • Início previsto: 2028

Solatio (Piauí)

O grupo espera desenvolver uma planta de hidrogênio verde e amônia, com capacidade produtiva de 11,4 GW na Zona de Processamento para Exportação em Parnaíba, Piauí.

A expectativa é produzir anualmente 1,7 milhões de toneladas de hidrogênio verde e 9,6 milhões de toneladas de amônia verde.

O projeto já conta com licença prévia da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e segue avançando no projeto básico e de Engenharia FrontEnd (FEED), com a expectativa de conclusão do projeto executivo ainda em 2024.

Cerca de 25 GWp de usinas fotovoltaicas irão garantir o suprimento energético da planta. Este portfólio representa apenas 50% das necessidades do projeto.

O planejamento está divido em seis fases, cada uma com a capacidade de 1,9 GW. A primeira fase, prevista para iniciar a produção em janeiro de 2028.

A companhia calcula cerca de 42 bilhões de euros de investimentos nos próximos 13 anos, maioritariamente no  Piauí.

  • Investimento: 42 bilhões de euros pelo período de 13 anos
  • Produção de hidrogênio e amônia verde: 1,7 milhões de toneladas de hidrogênio verde e 9,6 milhões de toneladas de amônia verde
  • Capacidade de eletrólise:  11,4 GW
  • Início previsto: 2028

European Energy (Pernambuco)

A dimarquesa European Energy possui um acordo com o Governo do Estado de Pernambuco para instalação de uma indústria de produção de e-metanol no Complexo Industrial Portuário de Suape. A Petrobras estuda sociedade no projeto.

O e-metanol é produzido por meio da junção do hidrogênio verde, obtido a partir de fontes renováveis, como solar e eólica, e do dióxido de carbono de origem biogênica. É um combustível de baixo carbono com aplicações em processos industriais ou usado como combustível, especialmente no transporte marítimo.

O empreendimento deve ocupar uma área de 10 hectares, com estimativa de R$ 2 bilhões em investimentos e geração de 250 empregos diretos e mais 15 mil indiretos.

De acordo com o cronograma da European Energy, o projeto básico será apresentado até 30 de abril de 2025, e as obras terão início em outubro, com a concessão das licenças ambientais.

A previsão é que a unidade comece a funcionar em julho de 2028 no terreno localizado nas proximidades do Estaleiro Atlântico Sul.

O projeto idealizado pela European Energy para Suape seguirá o modelo de uma planta que está sendo comissionada na Dinamarca para abastecer os navios da Maersk. Parceria que deve se estender ao combustível produzido no Brasil.

  • Investimento: R$ 2 bilhões
  • Produção de e-metanol: 100 mil toneladas de e-metanol
  • Início previsto: 2028

Fuella (Rio de Janeiro)

A Norueguesa Fuella fechou em agosto de 2024 o primeiro contrato de reserva de área para o hub de hidrogênio do Porto de Açu, no Rio de Janeiro.

Especializada no desenvolvimento e operação de plantas de hidrogênio e amônia verde, a empresa espera construir uma planta com potencial de produzir 400 mil toneladas de amônia verde por ano, que serão armazenadas e escoadas através do Terminal de Líquidos do Açu (TLA), com foco na exportação.

A Fuella conta com a Allianz, uma das maiores seguradoras do mundo, como um de seus acionistas.

A empresa vem trabalhando na identificação de locais de produção ideais de amônia verde, que reúnam acesso a eletricidade renovável, capacidades de rede robustas e rotas de transporte.

  • Investimento: não divulgado
  • Produção de amônia verde: 400 mil toneladas de amônia/ano
  • Capacidade de eletrólise: 520 MW
  • Início previsto: não divulgado

Unigel (Bahia)

Conhecida pela produção fertilizantes, a Unigel  havia inciado as obras do que seria a primeira planta de produção de hidrogênio verde em larga escala do Brasil. A fábrica que tinha previsão de ser instalada no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, hoje está com as obras paralisadas.

O plano da companhia era investir US$ 1,5 bilhão no empreendimento até 2027, Polo Petroquímico de Camaçari e produzir 100 mil toneladas anuais de hidrogênio verde e 600 mil toneladas/ano de amônia verde.

Para a primeira fase do projeto, a Unigel adquiriu da thyssenkrupp três eletrolisadores com potência total de 60 MW de energia. Equipamentos que hoje a thyssenkrupp busca vender para novos compradores.

  • Investimento: US$ 1,5 bilhão
  • Produção de hidrogênio: 100 mil toneladas/ano
  • Produção de amônia: 600 mil toneladas/ano
  • Capacidade de eletrólise (primeira fase do projeto): 60 MW
  • Início previsto: 2023 (apesar da previsão, não entrou em operação)
  • Operação plena: 2027

Qair (Pernambuco)

A Qair Brasil, do grupo francês Qair, espera investir cerca de US$ 3,9 bilhões até 2032 na instalação de duas usinas no Complexo Industrial e Portuário de Suape, em Pernambuco. Uma produtora de hidrogênio verde e outra planta de hidrogênio azul – produzido a partir do gás natural com captura de carbono.

A empresa foi a única a participar da licitação de concessão de área aberta pelo Suape para instalação das plantas e aguarda assinatura do contrato.

O projeto será construído em quatro etapas, até alcançar 2240 MW de capacidade e 488 mil toneladas de hidrogênio por ano, sendo 290 mil toneladas de hidrogênio verde e 198 mil toneladas de hidrogênio azul.

Atualmente, a empresa aguarda a resolução de uma disputa arbitral com o estaleiro Vard Promar, a respeito da área previamente reservada pelo governo de Pernambuco ao projeto de hidrogênio.

  • Investimento: US$ 3,9 milhões
  • Produção de hidrogênio verde: 488 mil toneladas/ano
  • Produção de hidrogênio azul: 198 mil toneladas/ano
  • Capacidade de eletrólise: 2,2 GW
  • Início previsto: 2025
  • Operação plena: 2032

Qair (Ceará)

A Qair pretende replicar um projeto nos mesmos moldes no Complexo Portuário Industrial do Pecém (CIPP), no Ceará. A companhia, inclusive, já adquiriu uma área no porto para instalação do empreendimento.

Porém, diferente do projeto em Pernambuco, além dos US$ 3,9 bilhões nas plantas de hidrogênio, Qair irá investir mais US$ 3 bilhões em um projeto de eólica offshore, de 1,2 GW, nos arredores do Pecém, que produzirão a energia renovável necessária para a produção de hidrogênio verde.

  • Investimento: US$ 6,9 bilhões
  • Produção de hidrogênio verde: 488 mil toneladas/ano
  • Capacidade de eletrólise: 2,2 GW
  • Capacidade de energia eólica offshore: 1,2 GW
  • Início previsto: não divulgado

Casa dos Ventos e Comerc (Ceará)

A Casa dos Ventos e a Comerc Eficiência assinaram em dezembro do ano passado um pré-contrato com o Complexo Portuário Industrial do Pecém (CIPP), no Ceará, para a instalação de unidade fabril de produção de hidrogênio e amônia verde.

Os investimentos previstos são de cera de US$ 4 bilhões até 2030. O início da primeira fase da operação é previsto para 2026.

Quando em plena capacidade operativa, a planta terá capacidade de até 2,4 GW de eletrólise para produção de mais de mil toneladas de hidrogênio por dia e 2,2 milhões de toneladas de amônia verde por ano.

  • Investimento: US$ 4 bilhões
  • Produção de hidrogênio verde: 365 mil toneladas/ano
  • Produção de amônia verde: 2,2 milhões de toneladas/ano
  • Capacidade de eletrólise: 2,4 GW
  • Início previsto: 2026
  • Operação plena: 2030

AES (Ceará)

A geradora de energia renovável AES Brasil tem um pré-contrato com o Complexo Industrial Portuário de Pecém (CIPP) para iniciar os estudos de viabilidade para produção de até 2 GW de hidrogênio a partir da eletrólise e de até 800 mil toneladas de amônia verde por ano.

A companhia está de olho na exportação da produção, principalmente para países da Europa.

O pré-contrato da AES é o passo seguinte ao Memorando de Entendimento assinado em dezembro de 2021, com investimento estimado em até US$ 2 bilhões, nos cinco primeiros anos.

  • Investimento: US$ 2 bilhões
  • Produção de amônia verde: 800 mil toneladas/ano
  • Capacidade de eletrólise: 2 GW
  • Início previsto: não definido

White Martins (Pernambuco)

A White Martins, do grupo alemão Linde, começou a produzir hidrogênio verde em média escala em dezembro de 2022, em Pernambuco. A expectativa é que 156 toneladas de H2V sejam produzidas por ano.

O combustível produzido neste primeiro momento vai atender o mercado pernambucano. Mas o plano é ampliar a produção e fornecimento. A empresa já possui memorandos de entendimento para produção de hidrogênio de eletrólise no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Ceará.

A companhia é hoje uma das maiores produtoras no Brasil de hidrogênio cinza — feito a partir de gás natural.

  • Investimento: não divulgado
  • Produção de hidrogênio verde: 156 toneladas/ano
  • Início da operação: 2022

Projetos-piloto de hidrogênio verde

Petrobras (Rio Grande do Norte)

Petrobras confirmou em outubro de 2024 a construção de sua primeira planta piloto de hidrogênio verde, conforme antecipado pela agência eixos em setembro.

Com investimento previsto em R$ 90 milhões, a unidade vai ser instalada na Usina Termelétrica do Vale do Açu, em Alto do Rodrigues, no Rio Grande do Norte.

O hidrogênio renovável, obtido a partir da eletrólise da água com energia solar, será usado para geração de energia e em estudos sobre a adição em gás natural, alimentando microturbinas cujo desempenho e integridade estrutural serão testados com a mistura desses dois componentes.

  • Investimento: R$ 90 milhões
  • Produção de hidrogênio verde: não informado
  • Capacidade de geração de energia:  2 MW
  • Início previsto: 2026

Eletrobras Furnas (Goiás/Minas Gerais)

Em dezembro de 2021, a Eletrobras/Furnas inaugurou nas instalações da Usina Hidrelétrica de Itumbiara, na fronteira de Minas Gerais e Goiás, uma planta de estudos para produção de hidrogênio verde.

O projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com investimentos de aproximadamente R$ 45 milhões já produziu 1,5 tonelada de hidrogênio verde.

A pesquisa é regulada pela Aneel e tem o objetivo de testar o armazenamento de energias sazonais e intermitentes e a inserção no Sistema Interligado Nacional (SIN).

Numa primeira etapa, foi instalada a planta fotovoltaica com capacidade para produzir 1000 kWp (quilowatts pico, unidade de potência associada à energia fotovoltaica), dos quais 200 kWp são provenientes das placas flutuantes sobre o reservatório e 800 kWp de placas instaladas em solo.

A ideia, segundo a companhia, é que as análises gerem informações para o desenvolvimento de projetos de grande porte.

  • Investimento: R$ 45 milhões
  • Produção de hidrogênio verde até agora: aproximadamente 1,5 tonelada
  • Capacidade de geração de energia: 1 MW
  • Início da operação: 2021

EDP (Ceará)

A EDP Brasil inaugurou no início do ano o seu projeto-piloto de hidrogênio verde, no Complexo Termelétrico do Pecém, onde opera uma usina à carvão. A inauguração teve a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

O empreendimento conta com investimentos de R$ 42 milhões e deve ser concluído em junho de 2024.

A planta conta com uma usina solar com capacidade de 3 MW e um módulo eletrolisador com capacidade de produzir 250 m3/h do gás.

Até 2025, o grupo planeja investir cerca de R$ 18,2 bilhões no país, sendo R$ 5,7 bilhões em energia solar.

  • Investimento: R$ 42 milhões
  • Produção de hidrogênio verde: 250 Nm3/h
  • Capacidade de eletrólise: 3MW
  • Início da operação: 2022
  • Operação plena: 2024

Shell/Raízen/Hytron/Toyota (São Paulo)

Um acordo inédito, Shell, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP) e Senai CETIQT, e mais recentemente a Toyota, pretende investir em plantas dedicadas à produção de hidrogênio a partir do etanol e um posto de abastecimento para ônibus que circula na Cidade Universitária, em São Paulo.

O acordo prevê a construção de duas plantas capazes de produzir 5 kg/h de hidrogênio e, posteriormente, a implementação de uma unidade 10 vezes maior, de 44,5 kg/h.

A proposta é usar o combustível para substituir o diesel em um dos ônibus utilizados pelos estudantes no campus da USP. O veículo será equipado com a tecnologia de célula a combustível.

A produção do hidrogênio verde a partir do etanol poderia ser interiorizada e aproveitada para descarbonizar a indústria local e o transporte pesado.

O biocombustível será fornecido pela Raízen e a tecnologia desenvolvida e fabricada pela Hytron, do grupo alemão Neuman & Esser. A Toyota deverá disponibilizar o seu modelo Mirai, movido a célula a combustível, para realização dos testes.

O projeto será financiado pela Shell Brasil, por meio da cláusula de Pesquisa e Desenvolvimento da ANP, com investimento de aproximadamente R$ 50 milhões.

  • Investimento: R$ 50 milhões
  • Produção de hidrogênio verde: 390 toneladas/ano
  • Início da operação: 2023

Veja e reveja, no antessala, a discussão sobre expectativas em relação a políticas públicas para o hidrogênio

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