A Petrobras aprovou internamente o primeiro projeto de hidrogênio verde da companhia, afirmou nesta quarta (25/9) o diretor executivo de Transição Energética da estatal, Maurício Tolmasquim, em entrevista ao estúdio eixos, na ROG.e.
Segundo ele, trata-se de um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), associado à termelétrica a gás natural Vale do Açu (310 MW), no Rio Grande do Norte.
O projeto terá um pequeno parque solar. A ideia é aproveitar a água que é usada na usina termelétrica.
Será um teste antes de a companhia entrar em uma iniciativa comercial nesse segmento, de maior escala.
“É um projeto pequeno, mas é o primeiro passo para a gente entrar nessa área”, disse.
Marco do hidrogênio favorece projetos
Tolmasquim destacou que a aprovação do marco legal do hidrogênio no Congresso, este ano, favorece o desenvolvimento de projetos do tipo dentro da empresa.
“Essa legislação fez ficar próximo [o preço] do hidrogênio cinza do verde”
“Talvez seja o diferencial para a gente tornar o hidrogênio verde do Brasil competitivo”, disse, em referência ao novo marco legal.
E reforçou que o momento é histórico para a política de transição energética do país.
“Porque o Brasil está reafirmando a sua prioridade para os biocombustíveis, para a transição energética, para o hidrogênio, do biometano, do SAF”, completou, ao se referir também à recente aprovação do Combustível do Futuro no Congresso.
“Existe uma sintonia muito grande entre a política que o país está adotando e a política da Petrobras”, complementou.
Em abril, a Petrobras já havia anunciado um investimento de R$ 20 milhões em pesquisas sobre os processos de geração e viabilidade de extração do hidrogênio natural, inicialmente na Bahia.
Tolmasquim comentou também sobre as perspectivas da companhia para os novos combustíveis.
Ele confirmou que a Petrobras tem intenção de chegar a 2030 com uma produção de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) capaz de atender a 30% da demanda nacional por combustível de aviação.
E citou que o crescimento da produção de diesel coprocessado nas refinarias da petroleira já é uma realidade.
O produto com teor renovável equivale, hoje, a 7% da produção de diesel fóssil brasileira, segundo o executivo.