Fim dos incentivos?

Decisão de Trump de suspender repasses do IRA pode afetar projetos de hidrogênio nos EUA

Decreto suspendeu de forma imediata os repasses de fundos previstos pelo Inflation Reduction Act (IRA)

Donald Trump, presidente dos EUA, participa da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, em 22/1/2020 (Foto Valeriano Di Domenico/WEF)
Presidente dos EUA, Donald Trump, durante o Fórum Econômico Mundial 2020, em Davos, Suíça | Valeriano-Di-Domenico_WEF

RIO – Em seu primeiro dia de mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma série de decretos que marcaram uma reversão nas políticas do seu antecessor, Joe Biden, entre eles a suspensão de forma imediata dos repasses de fundos previstos pelo Inflation Reduction Act (IRA) e pelo Infrastructure Investment and Jobs Act (IIJA). 

A medida assinada na segunda (20/1) cita diretamente os incentivos para infraestrutura de carregamento de veículos elétricos (VEs) e ordena a produção de um relatório com a revisão de todos os processos, políticas e programas para emissão de subsídios, empréstimos, ou quaisquer outros desembolsos financeiros dos fundos. 

A princípio, a suspensão poderia atingir os sete centros regionais de hidrogênio limpo que, sob a administração Biden, receberam compromissos de financiamento de US$ 7 bilhões. 

Contudo, os créditos fiscais de até US$3/kg de hidrogênio limpo produzido, previstos no IRA, não estão sujeitos à decisão do Executivo, com uma eventual revogação sujeita ao Congresso. 

Analistas acreditam que, apesar das intenções declaradas de Trump de eliminar o que ele chama de “grande farsa verde”, um completo desmantelamento dos incentivos para hidrogênio do IRA não seria factível.

A lei, embora fortemente promovida pelos democratas, possui apoio dos republicanos e beneficia estados que foram fundamentais para a vitória eleitoral de Trump. 

O crédito fiscal 45V, em particular, é fundamental para a viabilidade econômica dos H2 Hubs, que receberam um financiamento inicial de US$ 7 bilhões, e que estão localizados em estados como Texas – tradicionalmente republicano – e em estados pêndulos como Pensilvânia e Michigan. 

No primeiro dia do mandato, o presidente dos EUA também retirou o país do Acordo de Paris, suspendeu novas licenças para geração de energia eólica e anunciou que vai acabar com o mandato que limitava a poluição do escapamento de carros o que, na prática, incentiva a adoção de veículos elétricos.

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