BRASÍLIA — O governo mapeou registros de furto de cabos de energia nos ataques às torres de transmissão ocorridos nos últimos dias e cobrou empenho nas investigações. A principal linha de apuração é a de que houve atos terroristas contra o sistema elétrico, na esteira do episódio de vandalismo protagonizado por grupos golpistas de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, no domingo, na sede dos Três Poderes, em Brasília.
De acordo com relatos de parlamentares, o assunto foi tratado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta (11/1), em reunião com senadores.
“O Lula fez referência a isso. Está se analisando e se pesquisando para ver. Diz que os cabos foram cortados. Então, parece que está caracterizado que foi realmente um ato terrorista. Uma ato de sabotagem, vandalismo. Então, evidentemente que temos que ir atrás dos culpados… Quem financiou, quem está por trás? Quem incentivou? Tudo isso tem que ser esclarecido”, comentou o senador Marcelo Castro (MDB-PI), após participar do encontro, no Palácio do Planalto.
As quedas nas torres de transmissão ocorreram no Paraná e em Rondônia — dois estados onde Bolsonaro derrotou Lula no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que será líder do governo Lula no Congresso, confirmou que o assunto foi uma das pautas da reunião no Planalto. E acrescentou que a chefia do Executivo determinou empenho nas investigações.
Na noite de terça (10/1), o Ministério de Minas e Energia (MME) afirmou que vê “indícios de vandalismo” na derrubada de três torres de transmissão nos últimos dias, mas destacou que os eventos não interromperam o fornecimento de energia elétrica.
Em meio às tentativas de bloqueios no acesso às refinarias por parte de grupos golpistas, desde domingo (8/1), o MME, em conjunto com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), criou um gabinete de crise para monitorar eventuais riscos à infraestrutura do setor elétrico.
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De acordo com boletim do gabinete, ataques derrubaram três torres de transmissão desde domingo: uma no Paraná e duas em Rondônia.
As empresas responsáveis pela operação dos ativos veem indícios de vandalismo e sabotagem nos casos:
No Paraná:
- Furnas reportou queda de uma torre de transmissão — e danos em outras três — no município de Medianeira (PR), a 50 km de Foz do Iguaçu. Segundo a empresa, “não foram identificadas condições climáticas adversas que possam ter causado queda de torres” e há indícios de vandalismo;
Em Rondônia:
- Eletronorte informou que a queda de uma torre e torção de duas unidades adjacentes da linha 230 kV Samuel-Ariquemes circuito 3. Há indícios de vandalismo, segundo a empresa;
- Evoltz confirmou a queda de uma torre e corte em dois estais (cabos de sustentação) na Coletora Porto Velho-Araraquara 2 — Polo 3. Empresa vê indícios de sabotagem.
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