RIO — A Pluspetrol anunciou nesta quarta-feira (23/4) o seu primeiro teste de exportação de gás natural não-convencional de Vaca Muerta, na Argentina, para o Brasil.
A operação foi viabilizada pela Gas Bridge, seu braço de comercialização no mercado brasileiro.
A Gas Bridge é a quarta comercializadora a anunciar testes de importação de gás argentino este mês: a MTX Comercializadora de Gás Natural, a Edge e a MGás também fizeram o mesmo movimento, via Bolívia.
A operação começou no dia 18 de abril e se estendeu pelos dias seguintes, para atendimento a um cliente específico — cujo nome não foi divulgado.
A companhia se prepara para enviar uma nova carga ao Brasil esta semana e mira novos clientes.
“Foi um primeiro teste. Estamos agora coordenando uma próxima operação, continuar o máximo possível até que o clima frio chegue e a janela de importação se feche”, afirmou o gerente comercial da Pluspetrol, Pablo Campana, à agência eixos.
Janela deve se fechar no inverno
Agentes do mercado se movimentam para realizar os primeiros testes de importação de gás argentino antes do inverno.
A expectativa entre os comercializadores é de que o negócio só deve vingar, de fato, a partir do fim do ano, na próxima janela de verão — estação em que o consumo de gás na Argentina sazonalmente arrefece, abrindo espaço para exportações.
Neste primeiro momento, a importação de gás tem ocorrido na modalidade interruptível.
“Estamos olhando oportunidades para trazer alguma coisa mais firme para o próximo verão”, disse Pablo Campana.
A Pluspetrol tem autorização do governo argentino para exportar até 2 milhões de m3/dia ao Brasil, na modalidade interruptível até o fim de 2027.
O volume enviado nos testes, porém, tem sido limitado por questões logísticas.
A origem desse gás é o bloco La Calera, ativo de gás não-convencional da formação Vaca Muerta, na Bacia de Neuquén.
A Pluspetrol já anunciou publicamente a intenção de aumentar a produção em La Calera dos atuais 10 milhões para 15 milhões de m³/dia em 2025. E vê potencial para ampliar para até 25 milhões de m³/dia no futuro.