RIO – A 3R Petroleum assinou um contrato com a ES Gás, para fornecimento de 400 mil m3/dia de gás natural até o fim de 2025.
É o primeiro acordo de suprimento anunciado pela petroleira independente para venda do gás produzido no Polo Peroá, na Bacia do Espírito Santo, desde que a companhia firmou contrato com a Petrobras, para acesso à Unidade de Tratamento de Gás Natural de Cacimbas (UTGC), em Linhares (ES).
Até então, todo volume produzido pela 3R em Peroá era vendido para a Petrobras, antiga operadora do ativo.
A 3R informou que volumes de produção superiores a esse compromisso poderão ser negociados entre as partes e/ou ofertados no mercado livre.
No segundo trimestre, o Polo Peroá produziu, em média, 568 mil m3/dia. A capacidade atual de produção do ativo é de cerca de 650 mil m3/dia gás natural. No futuro, o projeto de conexão da descoberta de Malombe tem potencial de atingir, no pico, 2,5 milhões de m3/dia de gás.
Este é o segundo contrato de suprimento firmado pela 3R com uma distribuidora estadual de gás. Em 2022, a petroleira assinou um acordo com a Bahiagás, para venda do gás produzido nos polos Rio Ventura e Recôncavo, ambos localizados na Bacia do Recôncavo, na Bahia.
Em maio, em entrevista ao estúdio epbr, o diretor Comercial e Corporativo da companhia, Rachid Felix, disse que a flexibilidade da oferta de Peroá era o grande atrativo do campo e que a empresa quer aproveitar oportunidades também no mercado livre – onde a 3R já tem praticado venda de excedentes de produção em contratos spot.
“[O gás de Peroá] não está associado à produção de petróleo. Podemos variar volumes. Isso é uma característica que tem valor no mercado”, afirmou.
No Nordeste, 3R é dona de infraestrutura
A celebração de contratos para acesso à infraestrutura de processamento da Petrobras não é uma novidade para a 3R. A companhia tem acordos do tipo em Catu (BA).
Desde junho, porém, a situação da petroleira é diferente no Rio Grande do Norte. A empresa concluiu no mês passado a aquisição do Polo Potiguar, da Petrobras – um negócio que traz um novo dinamismo para a Bacia Potiguar, que se torna, agora, uma região produtora com predomínio de agentes privados, tanto na produção quanto nas atividades de refino de óleo e processamento de gás.
A 3R passou a operar, junto com os campos de óleo e gás que compõem o polo, o Ativo Industrial de Guamaré – que compreende as unidades de processamento de gás natural (UPGNs), a refinaria de Clara Camarão e o Terminal Aquaviário de Guamaré, um TUP (terminal de uso privado).
Com isso, a petroleira independente passou a ser prestadora de serviços de processamento para terceiros. As UPGNs, vale lembrar, são infraestruturas reguladas, com regras de acesso e serviços para terceiros previstas em lei. Um dos candidatos naturais a contratar os serviços é a PetroReconcavo, outro importante produtor da região.
“Vamos ter a possibilidade de negociar com um player independente, de métricas muito similares às nossas, as condições ou para acessar o terminal de Guamaré ou para vender nosso petróleo [para Clara Camarão]. Aí passamos a ter um racional de comercialização mais atrelado ao valor do nosso petróleo no mercado mundial”, explicou o diretor comercial da companhia, João Vitor Moreira, em maio. Veja na íntegra, no estúdio epbr