O Consórcio Nordeste e o Banco Mundial firmaram nesta segunda-feira (25/9) acordo para elaboração de um plano de transição energética, com captação de investimentos na cadeia de hidrogênio de baixa emissão de carbono e financiamento de projetos com foco em energias renováveis.
Os termos foram assinados por Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, que compõem o grupo.
A ideia é desenvolver um hub de economia verde na região, segundo termos do memorando de entendimento assinado pelo presidente do consórcio, o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), e o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Johannes Zutt.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), participou da agenda.
A cooperação buscará desenvolver mecanismos financeiros que, no futuro, vão viabilizar projetos relacionados ao hidrogênio verde, geração de energia eólica e preservação da Caatinga.
Também estão no radar ações voltadas à expansão da produção de energia solar, o desenvolvimento de infraestrutura hídrica e de saneamento básico, além do engajamento comunitário e avanço tecnológico.
No Ceará, por exemplo, já se encontra em fase de implementação projeto de construção de um polo de produção de hidrogênio verde dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
Com financiamento do Banco Mundial, estão sendo investidos R$ 600 milhões na modernização do Porto do Pecém. “O memorando de hoje é para aproveitarmos a experiência do Banco Mundial e aplicar em nosso projeto de desenvolvimento para o hidrogênio verde no Ceará”, comentou o governador Elmano de Freitas (PT).
O plano de transição energética que será elaborado com o suporte de técnicos do Banco Mundial deverá estabelecer parâmetros para novas operações de financiamento em cada localidade beneficiada.
O protocolo firmado entre as partes é o primeiro passo da parceria, que prevê, em longo prazo, a construção de novas cadeias de valor nos nove estados que formam o consórcio.
Durante a solenidade, Silveira disse entender que o acordo “é mais uma oportunidade para que tenhamos uma maior segurança energética no Brasil, para novos empregos e para a descarbonização da indústria e dos transportes”.
Ressaltou, ainda, que o governo enviou recentemente ao Congresso Nacional o projeto de lei do Combustível do Futuro, que já tramita na Câmara dos Deputados.
“Vamos construir, em conjunto com o governo, instituições e empresas, caminhos para alcançar este objetivo, com segurança de contratos, previsibilidade, planejamento e credibilidade para atrairmos novos investimentos”, comentou o ministro.
O governador da Paraíba lembrou que a região Nordeste é vista com protagonismo em relação ao desenvolvimento do hidrogênio verde.
Entretanto, segundo João Azevêdo, “é preciso que tudo isso aconteça de forma harmônica e regulamentada”. O líder do consórcio destacou ainda a relevância do Banco Mundial para o trabalho em cooperação.
“O Banco Mundial colocará toda a sua expertise à disposição do Consórcio do Nordeste e a troca de experiência com as ações e projetos, já em andamento por parte de cada estado, fará com que a gente tenha condições de estabelecer um caminho seguro e sustentável, que possa gerar, acima de tudo, a riqueza que a região precisa, mas com inclusão social para que essa riqueza, verdadeiramente, chegue à ponta para aqueles que mais precisam.”