Uma torre de transmissão da Taesa foi danificada nesta quinta (12/01), em Rio das Pedras, no interior de São Paulo.
A empresa comunicou às autoridades o ocorrido e identificou “claras evidências” de que os danos foram provocados por ação humana.
É o quarto caso de suspeita de ataque a torres de transmissão desde os atentados às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no domingo (8/1).
Antes, foram registradas quedas de duas torres de transmissão em Rondônia e uma no Paraná — dois estados onde Bolsonaro derrotou Lula no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
No caso de Rio das Pedras, peças de sustentação da torre foram danificadas. Sem eventos climáticos que justifiquem os danos, as investigações são de sabotagem. A Aneel informou que o episódio não provocou a interrupção do fornecimento de transmissão de energia.
O tema tem sido acompanhado especialmente pela Aneel, a agência do setor elétrico. Nesta sexta (13/10), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Rodrigues, citou apenas que investigações foram instauradas para apurar o que ocorreu em Rondônia e Paraná — não houve menção ao caso do interior de São Paulo.
A principal linha de apuração é a de que houve atos terroristas contra o sistema elétrico. O assunto foi tratado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta (11/1), em reunião com senadores.
Aneel diz que responsabilidade é de transmissoras
Em nota, a Aneel informou que as ocorrências foram reportadas ao Ministério de Minas e Energia e às autoridades de segurança.
Afirmou que as transmissoras são as responsáveis pela avaliação sobre a origem e causa dos eventos, e, quando possível, devem apontar eventuais responsáveis ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e à Aneel.
“Informamos que a regulamentação do segmento de transmissão definida pela Aneel traz incentivos econômicos para recomposição rápida quando da indisponibilidade de equipamentos e linhas de transmissão, aplicando redução de parte da receita das empresas proporcional ao atraso na recomposição do serviço”.
Além disso, a agência afirma que a área de fiscalização acompanha de perto a atuação das empresas no processo de recomposição das instalações, “principalmente nesses eventos críticos, ocorridos em instalações estratégicas do Sistema Interligado Nacional – SIN”.
Dino: atos terroristas querem provocar apagões
Nesta sexta (13/01), o ministro da Justiça, Flávio Dino, classificou os atos de terrorismo: “quantos milhões vão ser empreendidos para recuperar os danos materiais? E a cada ameaça de fechamento de estradas, de refinarias, quantos milhões são gastos para proteger o patrimônio público?”, questionou Dino.
“Agora, esses mesmos terroristas querem deixar regiões brasileiras sem energia elétrica. E não pensam que deixar um hospital sem energia é criminoso. Quantos milhões estão sendo gastos para proteger o patrimônio público de terroristas?”, disse o ministro em cerimônia de homenagem aos policiais que atuaram na repressão dos atos terroristas de domingo em Brasília.
Outros casos registrados com indícios de vandalismos:
No Paraná:
- Furnas reportou queda de uma torre de transmissão — e danos em outras três — no município de Medianeira (PR), a 50 km de Foz do Iguaçu. Segundo a empresa, “não foram identificadas condições climáticas adversas que possam ter causado queda de torres” e há indícios de vandalismo;
Em Rondônia:
- Eletronorte informou que a queda de uma torre e torção de duas unidades adjacentes da linha 230 kV Samuel-Ariquemes circuito 3. Há indícios de vandalismo, segundo a empresa;
- Evoltz confirmou a queda de uma torre e corte em dois estais (cabos de sustentação) na Coletora Porto Velho-Araraquara 2 — Polo 3. Empresa vê indícios de sabotagem.
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