MP do setor elétrico pode caducar nesta quarta

Deputado Léo Moraes no pelnário da Câmara dos Deputados durante esquema especial da pandemia
Deputado Léo Moraes no pelnário da Câmara dos Deputados durante esquema especial da pandemia foto por Najara Araújo, Câmara dos Deputados

BRASÍLIA – A medida provisória 950, editada pelo governo para garantir isenção da tarifa de luz e criar a Conta-COVID, deve caducar quarta (5), quando vence o prazo para aprovação da MP no Congresso Nacional.

O político epbr, serviço exclusivo para empresas da agência epbr, antecipou que nem mesmo parlamentares ligados ao setor elétrico estavam se movimentando pela MP. Com a retirada de pauta na sessão da Câmara nesta terça (4), não deve haver tempo hábil para aprovação da matéria nas duas casas legislativas até o prazo de validade do texto.

Fontes no Ministério de Minas e Energia (MME) avaliam que a perda de validade não terá impacto nos dois objetivos centrais da MP: a criação do empréstimo ao setor elétrico, que foi feito durante a vigência da medida, e os descontos tarifários para os consumidores de baixa renda. Procurado pela epbr, o MME não comentou a informação até a publicação desta reportagem.

Embora possa parecer como uma derrota para o governo no legislativo, a expiração da MP evita um problema ainda maior. O relatório do deputado Léo Moraes (Podemos/RO) foi visto como problemático pelas equipes técnicas da Economia e do MME, por criar novas despesas.

O voto do relator também exigiria novas tranches da Conta-COVID para custear o congelamento de reajustes tarifários até o final do ano e o parcelamento de faturas de luz atrasadas.

Ao articular a retirada de pauta da MP 946/2020, que ampliava o saque do FGTS, o líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL/GO), acabou postergando a votação das outras medidas provisórias que estavam na ordem do dia.

“Elas só poderão ser votadas a partir de amanhã”, alertou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ).

Além da MP 950, estavam também na fila a MP 952, que prorroga o prazo para pagamento de impostos sobre prestação de serviços de telecomunicações, e a MP 983, que dispõe sobre assinaturas eletrônicas.

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Relatório da MP 950: desconto, proibição de cortes e congelamento de tarifas

O deputado Léo Morais (Podemos/RO) inclui em seu relatório da MP 950 uma série de emendas que ampliam a proteção de consumidores de energia durante o estado de calamidade pública. Veja os principais pontos:

  • Proibição de cortes de energia para atividades essenciais, enquanto durar o estado de calamidade pública ou os efeitos da pandemia no Brasil – o atual estado de calamidade foi decretado até o fim do ano. A proibição de cortes por inadimplência, definida pela Aneel, começa a vencer esta semana;
  • Congela tarifas de energia, por meio da prorrogação de reajustes aprovados pela Aneel a partir da entrada em vigor da MP. Medida valeria até 31 de dezembro e novas parcelas da Conta-COVID seriam necessárias para compensar a postergação de receitas;
  • Mais recursos da Conta-COVID para postergar pagamentos a grandes clientes. Atende a pleito dos consumidores por diferimento de parcela das contas de energia paga às distribuidoras. MP original não previa a medida, mas possibilidade foi incluída pelo MME no decreto que regulamentou a Conta-COVID.
  • Desconto de até 100% na conta de consumidores de baixa renda até 31 de agosto, estendendo por dois meses o benefício concedido na MP 950 original. Tesouro Nacional fez aporte de R$ 900 milhões para a isenção de cobrança por três meses, até junho. Fonte prevista no relatório seriam recursos de P&D e eficiência energética – aportes feitos pelas distribuidoras, mas regulados pela Aneel.

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