Correção
Esse texto foi corrigido. Na versão original, constava o termo térmicas reversíveis, quando trata-se de "hidrelétricas reversíveis".
BRASÍLIA – A presidente da Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Marisete Pereira (acima), defendeu a remoção de limite de capacidade instalada para hidrelétricas no Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten). Pelo texto, apenas centrais geradoras de até 50 MW estão incluídas.
Marisete representou a Abrage em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado nesta quinta (5/9) e justificou a ampliação para todo o setor de hidrelétricas (UHEs) alegando que esta é uma fonte firme, flexível e não intermitente.
Destacou, ainda, que a vida útil de uma usina pode facilmente passar de 100 anos atendendo ao sistema.
“Os investimentos nesse tipo de fonte trazem um diferencial para o país no que tange a geração de emprego e renda e para a indústria”, afirmou.
A eixos transmitiu ao vivo a audiência pública. Veja a íntegra:
O projeto lista uma série de setores que poderão ser enquadrados, como novas cadeias industriais e a geração de energia. Há uma corrida entre os agentes para entrar na lista.
O relator Laércio Oliveira afirmou que pretende encaminhar o texto para votação no início de outubro. Além das UHEs, ficaram de fora a geração de energia nuclear e a incineração de resíduos sólidos urbanos.
Potencial em hidrelétricas existentes
Segundo a Abrage, apenas nos chamados “poços vazios”, há potencial para adicional 7,5 GW no sistema. São hidrelétricas com quedas d’água sem turbina, em que bastaria instalar os motores.
Com a repotenciação das unidades geradoras existentes, investimentos em modernização de UHEs, outros 11 GW estariam disponíveis. A entidade defende também as hidrelétricas reversíveis, em que a água é bombeada novamente nos reservatórios.
De um lado, são iniciativas que poderiam elevar a capacidade das usinas, sem a necessidade de construção de novos reservatórios.
O setor conta com a participação das hidrelétricas no próximo leilão de reserva de capacidade.
Visados pelo segmento termelétrico, a proposta colocada em consulta pública em abril pelo Ministério de Minas e Energia (MME) abriu a possibilidade de inclusão de hidrelétricas existentes, com expansão de capacidade.
Originalmente previsto para agosto, a concorrência está sem data e aguarda uma definição do ministério.
Energia nuclear argumenta que a fonte é limpa
O presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha (no vídeo acima), mencionou o fato de a energia nuclear não emitir CO2 durante e lamentou que esta modalidade de geração não esteja contemplada no programa.
“As nucleares são capazes de ser instaladas próximo às cidades. A quantidade de linha de transmissão que a gente precisa é praticamente zero. Nós não traremos externalidades aos sistemas e esta é uma geração flexível”, disse Cunha.
Ele pediu a inclusão da nuclear no Paten, alegando ser uma fonte limpa. “Eu estou pedindo apenas para incluir uma palavra: limpa, e nós estaremos dentro. Nós vamos precisar fazer a transição, que não dá para uma fonte só suprir. Continuamos incentivando e dando subsídio para as fontes e a nuclear não tem subsídio nenhum”, apontou.
Aproveitamento de resíduos
A audiência desta quinta também discutiu a recuperação energética de resíduos.
Os senadores Zequinha Marinho (Podemos/PA) e Marcos Rogério (PL/RO) argumentam que a incineração do lixo para geração energética pode economizar até R$ 3 bilhões por ano na área da saúde pública por ser uma solução de saneamento básico eficiente e eficaz.
Em requerimento para convocação de audiência, eles ressaltam que os treze países que mais investem em tratamento térmico de resíduos no mundo estão também entre os 16 primeiros países no Índice de Saúde e Bem-Estar do Fórum Econômico Mundial,
O presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren), Yuri Schmitke Tisi, também defendeu que o Paten incentive a produção de energia a partir de resíduos sólidos.
“O Brasil amarga uma taxa de 40% do resíduo urbano indo para lixões e aterros controlados. A gente precisa desviar esses resíduos dos aterros para gerar energia. Essas usinas são amigas do meio ambiente”, afirmou.
Esse texto foi corrigido. Na versão original, constava o termo térmicas reversíveis, quando trata-se de “hidrelétricas reversíveis”.
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