Geração distribuída

Geração distribuída vai continuar crescendo mesmo sem subsídios, diz Cesbe

Projetos já aprovados seguirão movimentando o mercado e gerando oportunidades

UFV Lino
Usina Fotovoltaica Lino, em Cianorte, Paraná (Foto: Divulgação grupo Cesbe)

BRASÍLIA – O mercado de micro e minigeração distribuída deve seguir aquecido nos próximos anos, mesmo com menos subsídios. A avaliação é do diretor de energia do grupo Cesbe, Rodrigo Kimura.

A empresa lançou a Giya, uma divisão especializada em obras de usinas solares e que aproveitará a expertise do grupo para seguir atuando na construção de usinas solares.

Na visão de Kimura, a mudança nas regras para os projetos se beneficiarem de subsídios é uma situação que movimenta o mercado e seguirá impulsionando o crescimento do segmento.

“Em 2024 e 2025 existe um estoque de projetos que foram ainda concebidos dentro das regras antigas, antes dessa mudança. O ano que vem vai ter uma intensidade de implementação de projetos, ainda seguindo as regras que não foram afetadas por essa mudança”, afirmou.

Os projetos ainda enquadrados na regra da GD tipo I, instituída pelo marco legal da geração distribuída, devem ter obras concluídas até o ano que vem.

Esses empreendimentos precisam ter requisitado conexão até 7 de janeiro de 2023 para contar com benefícios como isenção de cobrança de tarifas de transmissão até 2045, o que aumenta a rentabilidade dessas usinas.

Projetos que tenham sido protocolados após essa data são enquadrados como GD tipo II, que pagam progressivamente mais taxas.

Mesmo assim, as projeções do grupo Cesbe indicam que ainda haverá vantagens nos investimentos em usinas solares.

“A partir de 2026, os projetos enquadrados na regra de GD II, que têm o desconto de uma parcela do fio, vão ter ainda uma continuidade. Olhando novamente a redução da curva de custos de equipamentos, necessidade futura de demanda de energia e também o apetite dos investidores, que ainda vão estar olhando para esse segmento com bons olhos”, disse.

O grupo Cesbe tem uma história de 80 anos no segmento de engenharia e energia, com tradição no Paraná.

A companhia investe e opera ativos próprios de energia, num total de 10 gigawatts (GW), incluindo pequenas centrais hidrelétricas, linhas de transmissão e usinas solares.

Entre as usinas fotovoltaicas, são sete projetos em andamento, sendo quatro já energizados e três em implantação. Os empreendimentos estão localizados nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná.

As expectativas da Giya para os próximos anos estão ligadas à tendência de aumento nas fontes renováveis no mundo inteiro.

O estudo mais recente da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) indica que o uso de energias renováveis no mundo bateu recorde em 2023, com 3.870 GW. 

Ao todo, as renováveis foram responsáveis por 86% da capacidade instalada ano passado. De acordo com o relatório, a energia solar dominou a expansão de capacidade, sendo responsável por 73% do crescimento observado, seguido pela energia eólica com 24%.