Eletromobilidade

Enel rebate Nunes sobre atraso em ônibus elétricos e diz que parte das adaptações depende das empresas

Concessionária diz que já entregou obras para 900 veículos e que parte das adaptações cabe às empresas de transporte

Entrega de 100 novos ônibus elétricos para a cidade de São Paulo (Foto Edson Lopes Jr./Secom)
Entrega de 100 novos ônibus elétricos para a cidade de São Paulo (Foto Edson Lopes Jr./Secom)

A concessionária de energia elétrica Enel rebateu nesta terça-feira (24/6) declarações do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), sobre o programa de substituição da frota de ônibus convencionais por elétricos.

Na segunda-feira (23), em entrevista à Rádio Eldorado, o prefeito disse que o atraso ocorre por culpa Enel. “Essa empresa irresponsável não faz a ligação elétrica nas garagens”, alegou.

Nesta terça, também em entrevista à Rádio Eldorado, o responsável por clientes de Governo e Empresas da Enel SP, Marcello Sultanun Teixeira, disse que a concessionária está cumprindo os prazos previstos e que, das quatro iniciativas necessárias à eletrificação da frota, somente uma, que é a de obras na rede para reforçar os postes, é de responsabilidade da companhia.

Segundo Teixeira, as outras três ações, que envolvem a construção de cabine primária, a infraestrutura de carregadores e a compra de veículos, dependem das empresas de ônibus.

Teixeira informou que a distribuidora já viabilizou a operação de 900 ônibus elétricos e chegará a 1,9 mil até o fim do ano, com obras entregues em 18 garagens e outras 17 em andamento.

SP adia meta de ônibus elétricos

Em fevereiro, o prefeito Ricardo Nunes já havia afirmado que “não tem como garantir” que até 2028 metade da frota de ônibus da capital seja movida a eletricidade, citando limitações da indústria e da Enel.

“A gente não tem como garantir que vai ser possível fazer 50% (da frota movida a eletricidade) até 2028 por conta das realidades, da atualidade. Quais são? Falta de ônibus por parte da produção da indústria e também falta de infraestrutura por parte da Enel“, disse.

O impasse se agravou com a decisão liminar da Justiça em 10 de fevereiro, que suspendeu a revogação da meta de 50% até 2028 — mantendo apenas o prazo final de 2037 para eletrificação total. A ação foi proposta pelo PSOL, que alega inconstitucionalidade na mudança.

Nunes anunciou recurso:  “O que que a gente vai responder pra Justiça? Que a gente precisa ter propostas plausíveis. Vamos recorrer, a gente vai explicar isso. Da nossa parte, tudo aquilo que é necessário fazer para poder ter um avanço na questão da substituição dos ônibus a gente está fazendo. A gente tem consciência e desejamos fazer essa substituição”.

“Não adianta a gente imaginar que vai conseguir algo até 2028 se ainda não existe uma condição adequada, tanto do fornecimento de ônibus pela indústria quanto pela infraestrutura, por parte da Enel”, reforçou à época.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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