Energia

Empresas pedem ação coordenada para conter ataques ao setor elétrico

Associações querem que seja instituída uma estrutura com órgãos de segurança para prevenir atentados

Empresas pedem ação coordenada para conter ataques ao setor elétrico. Na imagem: foto de baixo pra cima de rede de transmissão de energia
Já foram registrados quatro ataques à torres de transmissão de energia elétrica (Foto: Agência Brasil)

O Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase) quer que o Ministério de Minas e Energia (MME) comande um grupo específico para atuar na segurança e evitar mais ataques às torres de transmissão de energia.

O grupo “teria por finalidade assegurar a proteção da infraestrutura de serviço público federal, por meio da integração entre os órgãos afetos à governança setorial, — incluídos os órgãos de segurança pública cabíveis –, com o intuito de  prevenir e combater tais ataques”, explica o presidente da Fase, Mário Menel, em carta enviada ao diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, nesta sexta (13/01).

A proposta é motivada pela “recente escalada de atentados que vêm sendo constatados no país — não só a instituições como também de sabotagem à infraestrutura de energia elétrica, notadamente a instalações de transmissão”.

A estrutura a ser coordenada pelo MME teria caráter perene, “visando à rápida atuação na segurança pública para o combate a quaisquer atos de sabotagem”. O fórum reúne 27 associações que representam os setores de geração, transmissão, distribuição, comercialização e consumo de energia elétrica.

Quatro ataques em três estados

Já foram registrados quatro ataques à torres de transmissão de energia elétrica desde o último domingo (8/1), quando ocorreram os atentados às sedes dos Três Poderes, em Brasília. Todas com indícios de sabotagem.

Os casos registrados até o momento:

Em São Paulo:

Taesa comunicou às autoridades que uma torre de transmissão foi danificada no município de Rio das Pedras. A empresa identificou “claras evidências” de que os danos foram provocados por ação humana.

No Paraná:

Furnas reportou queda de uma torre de transmissão — e danos em outras três — no município de Medianeira (PR), a 50 km de Foz do Iguaçu. Segundo a empresa, “não foram identificadas condições climáticas adversas que possam ter causado queda de torres” e há indícios de vandalismo;

Em Rondônia:

Eletronorte informou que a queda de uma torre e torção de duas unidades adjacentes da linha 230 kV Samuel-Ariquemes circuito 3. Há indícios de vandalismo, segundo a empresa;

Evoltz confirmou a queda de uma torre e corte em dois estais (cabos de sustentação) na Coletora Porto Velho-Araraquara 2 — Polo 3. Empresa vê indícios de sabotagem.

Aneel diz que responsabilidade é de transmissoras

Em nota, a Aneel informou que todas as ocorrências foram reportadas ao Ministério de Minas e Energia e às autoridades de segurança.

Afirmou que as transmissoras são as responsáveis pela avaliação sobre a origem e causa dos eventos, e, quando possível, devem apontar eventuais responsáveis ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e à Aneel.

“Informamos que a regulamentação do segmento de transmissão definida pela Aneel traz incentivos econômicos para recomposição rápida quando da indisponibilidade de equipamentos e linhas de transmissão, aplicando redução de parte da receita das empresas proporcional ao atraso na recomposição do serviço”.

Além disso, a agência afirma que a área de fiscalização acompanha de perto a atuação das empresas no processo de recomposição das instalações, “principalmente nesses eventos críticos, ocorridos em instalações estratégicas do Sistema Interligado Nacional – SIN”.

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