Privatização

Moraes vota por interpretação constitucional em ação sobre poder de voto na Axia

Pedido da ação era para que as ações compradas antes da privatização da Eletrobras não se submetessem ao teto de 10% para o poder de voto

Diversas torres de grande porte com linhas de transmissão de energia da Eletrobras (Foto Divulgação)
Linhas de transmissão de energia da Eletrobras (Foto Divulgação)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou a favor da procedência parcial da ação da Advocacia-Geral da União (AGU) contra a limitação do poder de voto da União a 10% na Axia (ex-Eletrobras), nos termos do acordo que amplia as cadeiras da União em conselhos da empresa.

Embora tenha entendido que a Corte não pode analisar juridicamente o acordo apresentado, o ministro votou para dar interpretação conforme à Constituição às normas questionadas.

Ele não se manifestou sobre os demais pontos do acordo por considerar que essa análise extrapola a competência do Supremo.

“Isso preserva a constitucionalidade da norma, e preserva de forma mais eficaz a governança da União do que o próprio pedido inicial”, apontou Moraes.

Isso porque o pedido da ação era para que as ações compradas antes da privatização não se submetessem ao teto de 10% para o poder de voto.

“A prerrogativa de indicar mais membros para o conselho é para sempre”, observou o ministro, ao passo que a alteração pedida inicialmente pela União teria efeitos limitados no tempo.

A ação foi ajuizada em 2023 pela AGU questionando a limitação do poder de voto da União a 10%. O governo queria poder proporcional à participação na empresa, que é de 43%.

Em fevereiro deste ano, União e Axia apresentaram um acordo que amplia de sete para 10 o número de cadeiras ocupadas pela União no Conselho de Administração da empresa, além de outros arranjos.

A análise da homologação do acordo começou no plenário virtual em outubro e foi suspensa por pedido de destaque de Moraes, o que reinicia o julgamento no plenário físico.

Até a suspensão, haviam três votos para homologar o acordo: do relator, Kássio Nunes Marques, também votaram nesse sentido os ministros Dias Toffoli e Edson Fachin.

O julgamento foi retomado nesta quinta com o voto do relator, que reforçou seu voto a favor da homologação. Moraes votou em seguida porque foi ele quem pediu destaque.

Por Lavínia Kauc

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