BRASÍLIA – O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou na manhã desta quarta (14/6) que o direito de preferência pelas ações da Braskem deixa a companhia confortável em meio às tentativas de compra da petroquímica, detida em sociedade com a Novonor.
O executivo afirmou também que a Petrobras está trabalhando internamente no caso. Em nota, a companhia afirmou ontem que nenhuma decisão foi tomada sobre permanecer, sair ou assumir a participação da Novonor.
“Nós temos direito de preferência e estamos confortáveis diante dessa posição. Vamos analisar tudo o que está acontecendo, mas não podemos dizer nada nesse caso, justamente porque gera muita especulação”, afirmou em Brasília. “A gente tem mantido uma posição inerte por enquanto, embora internamente a gente esteja trabalhando.”
Prates e membros da cúpula da Petrobras se reuniram com o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB). Nesta quarta (14/6), ocorrerá a primeira reunião do Confert, conselho para tratar de políticas para o setor de fertilizantes, do qual a Petrobras faz parte.
Disputa pelas ações da Braskem
A Unipar tem interesse em ser sócia da Petrobras na Braskem, segundo o Valor. A proposta pela parcela da Novonor tem “flexibilidade”, diz o jornal, citando fontes da negociação.
No Estadão, por sua vez, a notícia é que a Petrobras avalia cobrir a oferta da Unipar, de R$ 10 bilhões em dinheiro, para ficar com o controle Braskem.
Além de afirmar que nenhuma decisão foi tomada, a Petrobras disse que a atuação no setor petroquímico é um dos elementos do plano estratégico 2024-2028.
Em maio, a Braskem confirmou que sua controladora, a Novonor, recebeu uma proposta não vinculante pela petroquímica – uma sociedade com a Petrobras.
Oferta R$ 37,5 bilhões por 100% da Braskem, feita em consórcio pela gestora americana Apollo e a Adnoc, petroleira estatal de Abu Dhabi, segundo diferentes veículos. Valor não é confirmado oficialmente.
A Braskem encaixa-se no plano de internacionalização da Adnoc, que decidiu acelerar a produção de suas reservas de óleo e gás nos Emirados Árabes Unidos e aumentar investimentos globais em gás natural, produtos químicos e energias renováveis.
Em 2022, a companhia árabe anunciou um plano de investimento de US$ 150 bilhões em cinco anos. A meta é antecipar, de 2030 para 2027, a meta de produção de 5 milhões de barris/dia de petróleo – e se tornar net zero até 2050, segundo a Bloomberg.
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