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Combustíveis fósseis são alavanca para transição no Brasil, diz Eurasia Group

Ian Bremmer, CEO da consultoria, diz que Brasil está muito melhor posicionado para se tornar uma economia de baixo carbono do que países desenvolvidos

Combustíveis fósseis vão alavancar transição energética no Brasil, diz Ian Bremmer [na foto], CEO da consultoria Eurasia Group, durante análise do cenário geopolítico para 2024 em evento do B20 (Foto: Reprodução YouTube)
Fundador e presidente do Eurasia Group e a GZERO Media, Ian Bremmer, analisa cenário geopolítico para 2024 em evento do B20 (Foto: Reprodução YouTube)

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  • Ian Bremmer: fósseis alavancam transição no Brasil

  • Diesel e da gasolina têm preços defasados, diz Abicom

  • Taxas são o maior risco do setor petróleo, diz CEO da PRIO

  • Carros elétricos perdem valor mais rápido que híbridos

 

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A produção de combustíveis fósseis é uma alavanca para garantir a transição energética no Brasil e no mundo, afirmou o CEO da consultoria Eurasia Group, Ian Bremmer, durante o lançamento do B20 Brasil, fórum de diálogo empresarial do G20, nesta segunda-feira (29/1), no Rio de Janeiro.

– O executivo ressaltou que o Brasil está muito melhor posicionado para se tornar uma economia de baixo carbono do que países desenvolvidos, pois é uma superpotência verde e “tem muitos recursos em um momento em que o mundo precisa de recursos”.

  • “A produção de combustíveis fósseis é uma alavanca no Brasil. Terá um custo, terá pressão, mas será uma alavanca. Também para o mundo desenvolvido, para assegurarmos que mais recursos, mais capital sejam alocados para essa transição”, disse.

Avanços na legislação. Segundo Bremmer, os desafios para essa transição estão nas mudanças regulatórias necessárias para incentivar o desenvolvimento desses novos mercados e, ao mesmo tempo, manter os diferenciais do país, como a biodiversidade.

– “Para mim, as questões-chave estão nesse lado positivo da agenda. O Brasil terá sucesso na criação de um mercado de créditos de carbono? A legislação necessária para regular o hidrogênio verde, os biocombustíveis e eólica offshore, junto com o progresso no desmatamento?”

Instabilidade política. O ponto negativo, segundo o especialista em risco político, é a dificuldade para lidar com a desinformação e seus efeitos sobre a estabilidade política, um problema comum a vários países, especialmente os EUA.

– Segundo Bremmer, o Brasil deve investir em seu capital humano, para recuperar o tempo perdido em relação aos países mais ricos e desenvolver as capacidades necessárias para aproveitar as novas revoluções tecnológicas, como o avanço da Inteligência Artificial.

  • “Está acontecendo muito rápido. E eu conversei com pouquíssimos líderes no Brasil que realmente entendem o momento da IA enquanto uma tecnologia atualmente. Com certeza eu estou aqui com a cabeça girando com essa discussão.”

Raízen defende híbridos. O presidente-executivo da Raízen, Ricardo Mussa, defendeu que a descarbonização no Brasil comporta “uma multiplicidade de soluções”, e não apenas os carros elétricos, durante o evento B20 Brasil.

– Segundo o executivo, o país tem vantagens competitivas sobre outras nações, que não têm etanol e só podem recorrer à eletrificiação.

  • “A decisão sobre o carro elétrico, no Brasil, é muito mais de consumidor do que de governo”, disse Mussa.

Petróleo cai. Os contratos futuros do petróleo fecharam em baixa na segunda-feira (29/1), com a perspectiva de um acordo de cessar-fogo em Gaza e a liquidação da gigante chinesa Evergrande, percebida como sinal de demanda fraca.

– O barril de petróleo WTI para março fechou em baixa de 1,57%, a US$ 76,78. Já o Brent para abril recuou 1,35%, a US$ 81,83 o barril.

Diesel e gasolina baratos. O preço do diesel no Brasil está em média 11% defasado em relação ao mercado internacional, uma diferença de R$ 0,45 por litro, segundo levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

– Já a gasolina é vendida por um valor 7% menor, o equivalente a R$ 0,23 por litro.

‘Taxa é o maior risco’. O maior risco do setor petróleo atualmente no Brasil é a criação ou aumento das taxas, disse o presidente da PRIO, Roberto Monteiro, em evento do UBS em São Paulo.

– “A possibilidade de taxar um setor que gera muito caixa, por exemplo, o petróleo e a mineração. Esse é o risco. Às vezes, me perguntam: ‘Você acha que é o maior que existe?’ Esse é o risco do negócio, esse é o risco do Brasil como um todo, principalmente nesse setor.”

  • A reforma tributária aprovada em dezembro pela Câmara dos Deputados criou uma taxa de até 1% sobre a produção de petróleo.
  • Também em dezembro, o Estado do Rio de Janeiro criou uma taxa de fiscalização da atividade de óleo e gás.

EUA ameaçam Venezuela. O governo norte-americano ameaçou retomar as sanções à venda de petróleo caso os candidatos de oposição sejam impedidos de participar das eleições da Venezuela.

– As restrições estão suspensas até abril, mas vão voltar caso o presidente Nicolás Maduro não libere os concorrentes, afirmou um interlocutor do Conselho de Segurança Nacional.

  • De acordo com a S&P Global, as exportações de petróleo venezuelanas somaram 19 milhões de barris em novembro, após a liberação de parte das sanções.

Energy SumMIT 2024. A agência epbr fará uma cobertura especial do Energy SumMIT 2024, o maior evento sobre inovação e empreendedorismo em energia do mundo, que acontecerá entre os dias 17 e 19 de junho, no Rio de Janeiro.

– A cobertura é fruto de uma parceria, para produção de conteúdos, entre a agência epbr e a MIT Technology Review Brasil, braço de conteúdo do MIT norte-americano em nosso país.

  • epbr terá um estúdio dentro do evento e vai transmitir ao vivo no canal da agência no Youtube entrevistas com os principais executivos e autoridades do setor, trazendo discussões sobre os temas mais importantes para o mercado.

Gás no Amapá. A Gasap, distribuidora de gás canalizado do Amapá, pretende lançar, até abril, uma chamada pública para aquisição de gás natural para a partir de 2030.

– Hoje, a concessionária não é operacional, dada a falta de acesso do estado à infraestrutura de gás.

  • A empresa busca contratos de suprimento de 15 anos. O volume preliminar de fornecimento é de 1,2 milhão de m3/dia.

Unigel perto da retomada. A empresa está terminando adequações contratuais para a retomada das operações das fábricas de fertilizantes da Bahia e de Sergipe. A companhia fechou, em dezembro de 2023, um acordo de industrialização por encomenda (tolling) com a Petrobras.

– A companhia teve prejuízo de R$ 1 bilhão até setembro do ano passado e paralisou, desde junho, a produção de fertilizantes, que inclui sulfato de amônio, amônia, ureia e Arla.

Carvão em transição. O Rio Grande do Sul recebe esta semana as propostas de consultorias e assessorias técnicas que vão ajudar o governo na elaboração do plano estadual de transição energética justa.

– Além de mapear soluções para a matriz energética, o objetivo é orientar políticas públicas que irão auxiliar as populações dependentes de atividades ligadas ao carvão a migrar para outras oportunidades econômicas.

Nuclear vê oportunidade. De olho na transição energética do carvão, a indústria nuclear brasileira quer aproveitar parte da infraestrutura existente nas usinas do Sul do Brasil para gerar energia com menos emissões de carbono a partir de pequenos reatores modulares (SMRs, na sigla em inglês).

Depreciação de veículos elétricos. Os carros 100% elétricos tendem a perder valor mais rápido que os híbridos, segundo levantamento da KBB Brasil, especializada em precificação de veículos.

– O estudo mostra que os principais motivos são a falta de infraestrutura de recarga, menor oferta de crédito e o “medo do novo”, que devem ser superados nos próximos anos, dando mais equilíbrio ao mercado, segundo a KBB.

Guerra de preços afeta BYD. A montadora chinesa registrou um aumento de 75% em seus lucros em 2023, fechando o ano com ganho líquido de 29 bilhões de yuans (US$ 4 bilhões), mas o montante ficou abaixo do esperado por causa da disputa de preços com outros fabricantes de veículos elétricos na China.

Energia para a Argentina. O Brasil voltou a exportar energia elétrica para o mercado argentino, afirmou a Tradener ao Valor. Segundo a comercializadora, a eletricidade é fornecida por térmicas a gás e carvão por meio da estatal Cammesa.

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