Disputa por campos em terra marca primeiro leilão da oferta permanente

Disputa por campos em terra marca primeiro leilão da oferta permanente

No primeiro ciclo de oferta permanente realizado pela Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis (ANP) nesta terça (10), a maior parte dos campos maduros foi arrematado com concorrência acirrada entre as empresas, terminando com 12 áreas contratadas, das 14 áreas disponíveis.

Os novos operadores serão as empresas Brasil Refinarias (2 campos), Creative Energy (2), Great Energy (1), Imetame (1), Perícia (1), Petro Global (4) e Petro Victory (1). Veja os detalhes no gráfico.

São projetos de pequeno porte, com compromissos de investimento inicial que totalizam R$ 10,5 milhões. Contudo, a disputa pelas áreas refletiu um interesse dos operadores de pequeno porte de investir no onshore brasileiros, ressaltou o diretor-geral da ANP, Décio Oddone.

“O Nordeste é o grande vencedor desse processo licitatório, com atração de investimentos, geração de renda em lugares diferentes do que a gente tem visto nos últimos leilões”, afirmou.

Oddone citou ainda a “surpresa positiva” que foi o interesse da interesse da ExxonMobil em consórcio com Enauta e Murphy, que contratou três áreas em águas profundas de Sergipe — único interesse em áreas offshore no leilão.

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Operadores onshore
Ao todo, foram arrematados 33 blocos em terra, com 17 mil km² de novas concessões, além dos 12 campos maduros, totalizando 45 áreas. O bônus total a ser arrecadado é de R$ 22,3 milhões.

Sete operadores contrataram blocos de operação, seis deles em terra: Eneva (6), Geopark (4), Imetame (1), Petro Victory (15), Petroil (2) e Phoenix (2).

“No Brasil, sempre se vê a vocação do offshore, mas a gente tem um grande potencial onshore que precisa ser explorado. Esse resultado está muito alinhado com a política do Reate”, afirmou a secretária-adjunta da Secretária de Petróleo e Gás do MME, Renata Isfer.

Décio Oddone e Renata Isfer durante coletiva de imprensa, após primeiro leilão da oferta permanente de áreas, realizado nesta terça (10), pela ANP

Reate é o programa federal de incentivos à atividade em terra, criado no governo Temer e relançado recentemente pelo MME de Bolsonaro. A partir de outubro, o MME vai elaborar medidas, que podem passar pelo CNPE ou precisar de mudanças regulatórias, voltadas para o onshore.

Renata Isfer assumiu interinamente a SPG após a saída de Márcio Félix, que pediu demissão na primeira semana de setembro. Ela ressaltou que o Reate está em sua primeira fase, de diagnóstico, que será apresentado em evento em Salvador, na próxima semana.

“Cada bloco desse produz um efeito para a economia local muito grande. Não é uma questão de bônus [de assinatura], mas uma questão de desenvolvimento do país”, completou.

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