Declaração de Roberto Castello Branco sobre caminhoneiros terá "consequência", diz Bolsonaro

Declaração de Roberto Castello Branco sobre caminhoneiros terá "consequência", diz Bolsonaro
Declaração de Roberto Castello Branco sobre caminhoneiros terá "consequência", diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou mais de uma vez nesta quinta (18) que os aumentos nos preços dos combustíveis terão consequências para a Petrobras. Sem detalhar o que será feito, Bolsonaro criticou o aumento nos preços dos combustíveis e declarações recentes do presidente da companhia, Roberto Castello Branco.

“Você vai em cima da Petrobras, ela fala ‘opa, não é obrigação minha’. Ou como disse o presidente da Petrobras, há questão de poucos dias, ‘eu não tenho nada a ver com caminhoneiros, eu aumento preço aqui e não tenho nada a ver com caminhoneiro’. Foi o que ele falou [e] isso vai ter uma consequência, obviamente”, disse Bolsonaro.

A partir de amanhã (19), os preços médios do diesel fornecido pela Petrobras às distribuidoras vão subir 14,7% e a gasolina vai ficar 10% mais cara. Será o quarto reajuste do ano e ocorre no momento em que o mercado vê represamento dos preços, com a manutenção dos preços dos combustíveis em patamares mais baixos que os praticados no mercado.

Em janeiro, ainda sob a pressão da ameaça de greve dos caminhoneiros , Castello Branco afirmou que a insatisfação da categoria é “um problema que não é da Petrobras.”

“Trata-se de um problema de excesso de oferta, não da Petrobras”, disse na época.

Bolsonaro voltou a afirmar que não pode controlar os preços da Petrobras, mas que mudanças vão ocorrer na empresas “nos próximos dias”.

“Mas eu não posso interferir e nem iria interferir na Petrobras, se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias. Você tem que mudar, alguma coisa vai acontecer”.

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Subsídio para diesel por dois meses

Para compensar a alta no custo do diesel para os consumidores, o governo vai subsidiar por dois meses o combustível, com a desoneração de PIS/PASEP e COFINS, que representam cerca de 9% do preço final do combustível.

“Não tem quem não ficou chateado com o reajuste hoje. A Petrobras tem essa garantia, liberdade, autonomia para reajustar os combustíveis levando em conta o preço do barril do petróleo lá fora e o preço do dólar aqui dentro”, disse o presidente.

Para ele, contudo, o aumento de hoje foi “excessivo”.

“Nesses dois meses, vamos buscar uma medida definitiva para zerar esse imposto no diesel, até para ajudar contrabalancear esse aumento excessivo da Petrobras”, disse.

A composição de preços varia ao longo do tempo, mas em geral, a realização da Petrobras representa em torno de 50% do preço final do diesel comercializado no Brasil.

Hoje, a realização da companhia está em 49% do preço, enquanto a distribuição e a revenda ficam com 15%, segundo cálculos da própria Petrobras para o período de 31 de janeiro a 6 de fevereiro.

A tributação total é da ordem de 25%. Atualmente, com a CIDE zerada, PIS/PASEP e COFINS (impostos federais) representam 9% e o ICMS dos estados, 14% da composição do preço diesel.

O custo do biodiesel representa 13% com a mistura obrigatória de 12% no diesel comercializado nos postos. O B12 entrou em vigor este ano.

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