A Petrobras vai elevar os preços da gasolina e do diesel a partir da quarta (27). O preço médio da gasolina entregue ao mercado vai subir R$ 0,1006 por litro e o diesel vai ficar mais caro em R$ 0,0912 por litro.
Será o primeiro reajuste de preços do diesel desde 29 de dezembro do ano passado.
Os reajustes foram confirmados pela Petrobras. O preço médio da gasolina passa para R$ 2,08 por litro e o preço médio de diesel, para R$ 2,12 por litro.
“Os preços praticados pela Petrobras têm como referência os preços de paridade de importação e, dessa maneira, acompanham as variações do valor do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo”, diz a empresa, em nota.
Para o mercado importador, os reajustes são insuficientes para eliminar a defasagem entre os preços internacionais e os praticados pela Petrobras no mercado interno.
A Abicom, associação que representa os importadores de combustíveis – autora de uma reclamação no Cade contra a Petrobras – voltou a se manifestar na segunda (25). Diz que a disparidade compromete a própria abertura do mercado de refino: “essa artificialidade é um desestímulo para os investidores que pretendem desenvolver negócios em nosso país”.
Segundo cálculos da associação desta terça (26), a defasagem nos preços do diesel varia entre -R$0,34/l e -R$0,28/L, a depender do porto de destino. No caso da gasolina, a defasagem está -R$0,29/L a -R$0,21/L, a depender do porto. Nos dois casos, a Abicom afirma que as operações de importação estão inviabilizadas.
Os reajustes de amanhã, de cerca de R$ 0,10 para ambos os combustíveis, também não são suficientes para eliminar a defasagem calculada pelos importadores.
“A Abicom tem consciência da importância das medidas estruturais que têm sido conduzidas para desconcentração do abastecimento primário de combustíveis no país. Mas não se pode ignorar o atual represamento dos preços dos combustíveis e o desalinhamento do mercado doméstico em relação à valorização internacional”, diz a nota.
Os preços do petróleo seguem em alta nesta terça (26), com foco nos dados de estoques dos EUA do American Petroleum Institute. Os futuros do petróleo WTI subiam 0,3%, a US$ 52,94 o barril, enquanto o contrato de referência internacional Brent avançava 0,2%, para US$ 55,78, na abertura do mercado.
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Petrobras faz campanha em defesa do reajuste
Na disputa com o mercado importador, a Petrobras nega a manutenção de preços artificialmente baixos e diz que cumpre a paridade internacional – as defasagens seriam resultado da “eficiência” da Petrobras.
Mas para o mercado consumidor, a companhia se vê obrigada a fazer uma campanha para dizer que o diesel no Brasil é barato.
“Segundo dados do Global Petrol Prices, em 18/01/2021, o preço médio ao consumidor de gasolina no Brasil era o 56º mais barato dentre 166 pesquisados, estando 17,8% abaixo da média de US$ 1,05 por litro. Já o preço médio de diesel ao consumidor no Brasil era o 42º mais barato dentre 165 pesquisados, estando 26,7% abaixo da média de US$ 0,95 por litro”, afirmou a Petrobras junto com o anúncio do aumento.
Isso ocorre enquanto o Planalto precisa lidar com uma nova ameaça de greve dos caminhoneiros – o governo federal confia que movimento não terá força.
Anelise Lara deixa Petrobras
A diretora de Refino e Gás Natural da Petrobras, Anelise Lara, vai renunciar ao cargo e deixará a Petrobras para se aposentar. O gerente-executivo de Gás e Energia, Rodrigo Lima e Silva, deve assumir a posição.
A diretoria de Refino e Gás Natural é responsável por projetos-chave no plano da Petrobras: a venda das refinarias e das transportadoras e distribuidoras de gás natural, nos dos segmentos, sob termos de compromisso de cessação (TCC) assinados com o Cade.
Em outra mudança no mercado de energia, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, foi convidado para assumir a vaga de presidente da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, que teve seu controle pulverizado no mercado em 2019.
Rafael Grisolia, atual CEO da BR Distribuidora, deixará a empresa.
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