Desvio de finalidade

FUP aciona ANP contra paralisia da refinaria da Atem em Manaus

Sindicato alega descaracterização da refinaria como unidade de refino e risco ao abastecimento regional

Refinaria da Amazônia (Ream), único ativo de refino da região Norte do país (Foto Divulgação)
Refinaria da Amazônia (Ream), único ativo de refino da região Norte do país (Foto Divulgação)

LYON (FR) — O Sindicato dos Petroleiros do Estado do Amazonas (Sindipetro/AM), vinculado à Federação Única dos Petroleiros (FUP), protocolou, nesta quarta-feira (28/5), uma representação junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), solicitando a apuração de possíveis irregularidades graves na operação da Refinaria da Amazônia (Ream), em Manaus (AM), controlada pelo grupo Atem.

Na ação, o grupo alega que a Ream está sendo descaracterizada como unidade de refino, o que contraria a autorização concedida pela ANP e os compromissos assumidos no processo de privatização da refinaria, em 2022. Entre as condutas que o sindicato denuncia, estão:

  • Desvio de finalidade, com transformação da unidade em terminal logístico;
  • Paralisação das atividades de refino por 12 meses, o que compromete o abastecimento regional, já que trata-se da única refinaria da região Norte;
  • Mudança de função sem revisão formal da autorização.

O sindicato pede, ainda, a abertura de procedimento de fiscalização regulatória urgente; a investigação sobre eventual simulação de encerramento da atividade de refino; e a aplicação das sanções cabíveis.

Na segunda-feira (26/5), dirigentes da FUP e do Sindipetro/AM se reuniram com representantes da ANP e do Ministério de Minas e Energia (MME) para analisar os impactos da privatização da refinaria. Segundo o sindicato, eles incluem a queda no fator de utilização da refinaria, de 70%, em 2022, para cerca de 20%, em 2024, além da demissão de trabalhadores em larga escala.

Em nota, a FUP diz ainda que foi informada pelo MME sobre o envio de ofício assinado pelo ministro Alexandre Silveira (PSD) ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) pedindo providências contra práticas anticoncorrenciais nos mercados de distribuição e revenda de diesel, gasolina e GLP (gás de cozinha).

O documento visto pelo eixos pro, serviço de assinatura exclusivo para empresas (teste grátis por 7 dias), cita expressamente a Refinaria da Amazônia e diz que a unidade tem praticado preços significativamente superiores não apenas ao das demais fornecedoras, mas também ao PPI (preço de paridade de importação).

A Atem não respondeu imediatamente ao pedido de comentários. O espaço segue aberto.

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