Assista, na íntegra, entrevista concedida por Borges à epbr em 2021, e conheça mais sobre o seu perfil:
Nessa cobertura sobre preços e Petrobras:
- Após pressão, José Mauro Coelho renuncia à presidência da Petrobras
- Petrobras contra o resto do mundo: as reações ao novo reajuste dos combustíveis
- Como reajuste da Petrobras afeta plano para baratear combustíveis
- Subsídios para gás natural veicular (GNV), gasolina e etanol vão à sanção
- Que poder, de fato, Bolsonaro tem para mudar preços da Petrobras?
Em entrevista à agência epbr, em 2021, Fernando Borges alertava que os riscos de interferências nos preços da companhia já impactavam, naquele momento, o programa de venda das refinarias.
- “Porque ninguém construiu refinaria [no Brasil]? O preponderante é o risco de interferência no preço, a margem é pequena e, se você controla o preço na refinaria, pode operar com margem negativa. A gente viveu isso no passado recente”, disse em referência aos governos petistas.
- “É um dos riscos que não está tornando fácil a Petrobras vender suas refinarias. Esse histórico de interferência no Brasil é longo e, quando se tem alternância de governo, pode ter um outro que acha que é a solução controlar preço”, em relação às eleições deste ano.
Até o momento, apenas uma das oito refinarias colocadas à venda pela Petrobras foi vendida, de fato: a Landulpho Alves (RLAM), na Bahia. O ativo foi vendido para o fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão, em 2021.
A estatal já assinou outros três contratos, mas os negócios ainda não foram concluídos:
- com a Grepar Participações Ltda., para venda da Lubnor (CE), por US$ 34 milhões;
- com o Grupo Atem, para alienação da Reman (AM), por US$ 189,5 milhões;
- e com a F&M Resources, para venda da SIX (PR), por US$ 33 milhões.
Quem é Fernando Borges?
Borges assumiu o cargo na diretoria de exploração e produção da Petrobras na chegada de Joaquim Silva e Luna, em abril de 2021. Foi uma das ‘pratas da casa’ escolhidas para compor a diretoria da estatal, naquele momento, ao lado de seus colegas Cláudio Mastella (diretor de comercialização), Rodrigo Araújo (diretor financeiro e de relações com investidores) e João Henrique Rittershaussen (diretor de desenvolvimento da produção).
Funcionário de carreira, Fernando Borges trabalha na Petrobras há quase 40 anos.
Ocupou diversas funções gerenciais na companhia, dentre elas as gerências-executivas de Libra e de Relacionamento Externo.
Entre 2016 e 2020, atuou como diretor no Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP). E ainda atua como membro do conselho de administração da entidade — que representa os interesses das petroleiras e é defensora da livre formação de preços.
Em meio às ameaças de interferência na política de preços da Petrobras e de aumento da taxação sobre o setor, o IBP emitiu nota, nesta segunda-feira (20/6), defendendo “os princípios da liberdade econômica e a livre formação dos preços dos produtos da cadeia petrolífera como o único caminho possível para a consolidação de um mercado mais competitivo no Brasil”. E disse que “não apoia o controle de preços na cadeia de abastecimento ou a criação de gravames à exportação de petróleo”.