Combustíveis e Bioenergia

Como os presidenciáveis reagem à queda do preço da gasolina

Enquanto Bolsonaro celebra gasolina mais barata, Lula critica corte do ICMS dos combustíveis

Como os presidenciáveis reagem à queda do preço da gasolina. Na imagem, urna eletrônica (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

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Editada por André Ramalho
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Você vai ver aqui: Enquanto Bolsonaro celebra queda do preço da gasolina, concorrentes atacam o caráter eleitoreiro das medidas adotadas pelo governo. Lula defende estados na disputa sobre ICMS, e Ciro promete acabar com paridade internacional dos preços da Petrobras. Governo decide manter nomes indicados ao conselho de administração da empresa que foram reprovados pela governança interna da companhia. Confira:

A gasolina nas urnas Enquanto Jair Bolsonaro (PL) celebra a queda recente do preço da gasolina e tenta fazer do assunto um dos trunfos de sua campanha à reeleição, os concorrentes do presidente da República atacam o caráter eleitoreiro das medidas adotadas pelo governo para baixar os preços. Os presidenciáveis miram a forma, não o conteúdo.

— Líder nas pesquisas de intenção de votos na corrida presidencial, Lula (PT) criticou, ontem (20/7), a redução das alíquotas de ICMS dos combustíveis e defendeu os estados na disputa com o governo federal sobre o assunto.

“O presidente prejudicou os governadores com essa redução do ICMS”, discursou, a militantes, durante visita a Garanhuns (PE). O ex-presidente afirmou que, ao reduzir o ICMS dos estados, Bolsonaro contribui para cortar recursos destinados a setores importantes. “Vai faltar dinheiro para a Educação e para a Saúde, espere o próximo ano para ver”, disse. Veja

— Na terça-feira (19/7), dia em que a Petrobras anunciou uma queda de 4,9% no preço da gasolina, nas refinarias, Bolsonaro havia afirmado, nas redes sociais, que “brevemente, o Brasil terá uma das gasolinas mais baratas do mundo”.

— Terceiro colocado nas pesquisas eleitorais, Ciro Gomes (PDT) é crítico contumaz da política de preços adotada pela Petrobras desde 2016, no governo de Michel Temer, e mantida por Bolsonaro. Ontem, em discurso na convenção nacional do PDT que oficializou sua candidatura à Presidência, o pedetista repetiu a promessa de acabar com a “famigerada política de preços dos combustíveis da Petrobras” — que alinha os preços internos ao mercado internacional — “para que o brasileiro volte a pagar em real”.

— Já André Janones (Avante) criticou, na semana passada, a lei do teto do ICMS, ao afirmar que a medida é “claramente eleitoreira” e “não resolve o problema em definitivo”. Ao justificar ter votado a favor da medida, disse que é o voto de que mais se envergonha até hoje. “Enquanto deputado federal, com a limitação de um mandato de deputado federal, foi me colocado duas opções: a ruim e a péssima. Eu votei pela ruim”. g1

— Ao consultar as posições dos cinco nomes mais representativos nas pesquisas, a agência epbr não encontrou registros recentes de Simone Tebet (MDB) sobre o assunto.

— A queda recente do preço da gasolina reflete, basicamente, três fatores:

  • Impostos federais de gasolina e etanol zerados pela lei 194/2022;
  • a fixação do teto da alíquota de ICMS — de 17% a 18%, na maioria dos casos — sobre os combustíveis e energia elétrica, também prevista na lei 194/2022;
  • e a redução da base de cálculo do ICMS pelos estados, após decisão monocrática do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça — que determinou a cobrança do imposto sobre a média móvel de 60 meses para diesel, gasolina e GLP.

O corte dos preços da Petrobras nas refinarias tende, agora, a reforçar a queda nas bombas.

Sem espaço para baixa do diesel? Na avaliação da Leggio Consultoria, o barril do petróleo deve se manter no patamar de US$ 100. E mesmo que caia abaixo desse valor, pela redução do crescimento econômico mundial, os preços do diesel têm se mantido descolados da commodity, pressionados por um maior consumo. Valor

— Ou seja, se a Petrobras continuar seguindo a paridade de importação, não há margem para novas quedas do valor do combustível no país, na visão da consultoria.

Governo mantém indicações ao conselho da Petrobras O Ministério de Minas e Energia (MME) informou que vai manter Jônathas de Castro, secretário-executivo da Casa Civil, e Ricardo Soriano de Alencar, procurador-Geral da Fazenda Nacional, na lista dos indicados do governo para o conselho de administração da estatal. Os novos integrantes do CA serão eleitos em assembleia marcada para 19 de agosto.

— Tanto Castro quanto Alencar foram reprovados pelo Comitê de Elegibilidade (Celeg) da Petrobras, que apontou possível conflito de interesses entre suas atividades no governo e a empresa. O atual conselho de administração acatou o veto à indicação. Ao bancar os nomes, o governo afirmou não ter constatado os “supostos impedimentos”.

— Nesta quinta-feira (21/7), o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, tem encontro virtual com o presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade. Segundo informações da assessoria do MME, trata-se de um “acompanhamento quinzenal de rotina”, que “ocorre com todos os órgãos vinculados ao ministério”.

ESG pode impactar negativamente perfil de crédito da Petrobras, avalia a Fitch. A estatal tem um maior grau de risco em questões ambientais, sociais e de governança, devido a pressões sociais sobre sua política de preços dos combustíveis e à possibilidade de interferência da União em sua governança. Valor

Petrobras reforça caixa do Tesouro Ontem (20/7), a estatal distribuiu R$ 24,2 bilhões, referentes à segunda parcela dos R$ 48,5 bilhões em dividendos aprovados pelo conselho de administração da companhia no início de maio [CNN]. A União recebe cerca de um terço desse valor.

Produção de petróleo no Brasil recuou 2,6% em junho, na comparação anual, para uma média de 2,828 milhões de barris/dia, ante 2,903 milhões no mesmo mês de 2021, segundo a ANP. Em relação a maio, a queda foi menor, de 1,75%. Reuters

Petróleo abre o dia em queda O barril do Brent caía 4,39%, para US$ 102,23, às 7h40 desta quinta (21/7). Ontem, o Brent recuou 0,4%, a US$ 106,92 por barril, interrompendo uma sequência de três altas consecutivas, por causa da valorização do dólar. Valor

— No Brasil, a moeda estadunidense atingiu seu maior valor desde 19 de janeiro de 2022 nesta quarta-feira (20/7), cotado a R$ 5,4607.

Rússia retoma envio de gás para a Europa A operação do gasoduto Nord Stream 1, parado há dez dias para manutenção, foi retomada nesta quinta (21/7), com um volume equivalente a 40% de sua capacidade total — o mesmo que estava sendo transportado antes da paralisação. O Globo

Valor do CBIO despenca Após a recomendação do Comitê RenovaBio de adiar para 2023 o prazo para as distribuidoras cumprirem suas metas, o preço do CBIO caiu de pouco mais de R$ 200 para R$ 123 na terça-feira (19/7). Com isso, especialistas acreditam em uma possível queda de R$ 0,07 no litro do diesel e da gasolina nas bombas. CNN

JBS investe em energia solar A Swift e a Seara, do grupo JBS, vão adquirir parte da energia da usina fotovoltaica Âmbar Saltinho (5,174 MWp), em São Paulo, inaugurada este mês. O negócio é parte dos planos da JBS de ser carbono neutro em 2040.

Eletrobras nega indicação de novo presidente Posição foi emitida pela empresa em meio a rumores sobre um possível retorno de Wilson Ferreira Jr. ao comando da companhia. O executivo anunciou que está deixando o comando da Vibra (ex-BR Distribuidora). Valor

Código aberto para as metas do Acordo de Paris A Linux Foundation lançou um conjunto de ferramentas com código aberto para ajudar instituições financeiras e reguladores em suas decisões de investimentos alinhados ao clima. Objetivo é preencher lacunas de dados que estariam atrasando o fluxo de capital para projetos de descarbonização.

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