A Petrobras vai elevar em 5% o preço médio do diesel e em 4%, o da gasolina, a partir de sábado (10). Com os reajustes, o preço médio da Petrobras acumula uma queda de 5,3% e 24,3%, respectivamente, para a gasolina e diesel, na comparação com janeiro de 2020.
O primeiro trimestre do ano ficou marcado pelo redução no preço do combustíveis, com o recuo do Brent, valor de referência da Petrobras, que afeta as cotações dos combustíveis líquidos e do gás natural, por exemplo. Ao mesmo tempo, a deterioração da confiança na economia levou a uma valorização do dólar frente ao real, que é a moeda que mais se desvalorizou na crise.
A pressão do câmbio se intensificou nas últimas semanas, com o dólar saindo do patamar de R$ 5,20 para R$ 5,60.
O Brent chegou a se aproximar do patamar de US$ 70 em janeiro, antes da pandemia paralisar economias importantes da Europa e os EUA, levando a uma sobreoferta de óleo. No mercado americano o WTI chegou a ser negociado por valores negativos; o Brent foi a US$ 20, retornado ao patamar de US$ 40.
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“O preço do diesel e da gasolina vendidos na bomba do posto revendedor é diferente do valor cobrado nas refinarias da Petrobras. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis”, disse a Petrobras, em nota.
Ao contrário de reajustes recentes, nesta quinta (9), a empresa divulgou uma nota justificando a medida – “suas variações para mais ou para menos [são] associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio” – e informando sobre a composição dos preços do diesel e da gasolina. Cita também dados de consultorias internacionais que mostram que o “preço final ao consumidor no Brasil está abaixo da média mundial”. Veja na íntegra.
“Segundo pesquisa da Globalpetrolprices.com abrangendo 127 países, o preço médio do diesel ao consumidor final no Brasil está 32% inferior à média global e ocupa a 24ª posição do ranking sendo, portanto, inferior aos preços observados em 103 países. Para a gasolina, o preço final no Brasil está 23% inferior à média global e ocupa a 31ª posição do ranking, ou seja, inferior a 96 países”, destacou a Petrobras.
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IPCA acelera em setembro
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, fechou em 0,64% em setembro, frente a 0,24% em agosto. A alta é reflexo dos preços dos combustíveis e dos alimentos, duas categorias afetadas pelo câmbio e pelo mercado internacional.
A combinação de alta do dólar com demanda recorde por soja afeta os dois mercados, já que o grão é matéria-prima alimentícia e para produção de biodiesel. Esta semana, a Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (ANP) voltou a reduzir o percentual obrigatório do biocombustível nas negociações para atendimento às distribuidoras, com o objetivo de evitar que a forte demanda impacte ainda mais os preços do diesel e, consequentemente, do frete rodoviário.
O consumidor final de combustíveis não sente a redução acumulada nos preços da Petrobras. Segundo levantamento de preços (.pdf) da ANP encerrada na semana de 22 de agosto, a gasolina já está 2% mais cara esse ano no Centro-Oeste na comparação com o mesmo período do ano passado. Nas outras regiões, varia de entre 0,3% e 2,75% mais barata, levando a média nacional para uma queda de 1,2% nos 12 meses.
No caso do diesel, o combustível estava 2,39% mais barato no fim de agosto, frente a 2019. Nas regiões, desconto varia de 0,1% (Sul) a 6,7% (Nordeste).
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