Com diesel em baixa, Petrobras deixa de manter preços por 15 dias

O novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante posse.
O novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante posse.

Petrobras alterou novamente a política de reajuste do diesel, deixando de garantir os preços do combustível pelo período mínimo de 15 dias. A nova mudança na periodicidade foi comunicada nesta quarta (12), mas havia sido adiantada pelo presidente da empresa, Roberto Castello Branco, ontem, em audiência na Câmara.

A companhia também reduziu em 4,6% no preço médio do diesel em suas refinarias, para R$ 2,0664 por litro, a partir de amanhã (13).

“A partir de agora, os reajustes de preços de diesel e gasolina serão realizados sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo, possibilitando a companhia competir de maneira mais eficiente e flexível”, disse a Petrobras, em nota.

Com a nova medida, volta a valer a política de reajustes sem periodicidade definida, como havia sido estabelecido na gestão de Pedro Parente, ainda no governo Temer. A manutenção dos preços do diesel por 15 dias tinha servido como um afago aos caminhoneiros, que reclamavam da falta de previsibilidade em um período de alta nos preços.

Em nota divulgada hoje, a Petrobras ressaltou que ao deixar de congelar os preços por 15 dias poderá reduzir os valores cobrados pelo diesel com mais frequência, já que nesse momento o mercado é deflacionário – a queda reflete a menor cotação do barril de petróleo nos EUA e o câmbio, que estão em patamares menores do que os vistos no primeiro trimestre do ano.

“A aplicação imediata desta revisão permitirá à Petrobras, no momento, reduzir os preços do diesel acompanhando as variações dos preços internacionais observadas nos últimos dias”, afirmou a empresa em nota.

Bolsonaro faz propaganda de reajustes
Desde que vetou um reajuste do diesel, para cima, em 12 de abril, interferindo na política de preços da Petrobras, o presidente Bolsonaro entendeu a política de preços, de acordo com Paulo Guedes, e não teria mais acionado Castello Branco para manipular o mercado.

Nesse mês de baixa nos preços, contudo, o presidente tenta capitalizar as boa notícias, anunciando os reajustes no Twitter. “A Petrobrás anuncia a segunda redução no preço do litro da gasolina nas refinarias”, publicou o presidente ontem.

A sequência de cortes nos preços, contudo, não estão chegando nas bombas. Na pesquisa semanal de preços da ANP, o diesel aparece no maior patamar desde novembro de 2018, sendo comercializado a mais de R$ 3,6/litro na média nacional.

Depois de atingir as máximas do ano em maio, os preços do diesel e da gasolina no varejo começaram a estabilizar em junho, mais ainda sem entregar aos consumidores na ponta a redução praticada pela Petrobras.

O preço médio da gasolina na semana passada ficou em R$ 4,52 por litro, queda de 0,64%; o diesel ficou em R$ 3,642, queda de 0,25%.